Alexandre Dumas (1802-1870)
foi um romancista e dramaturgo francês que, apesar de sua extensa e maravilhosa
obra, é mais conhecido por ser o autor de Os Três Mosqueteiros e de O Conde de
Monte Cristo. Dumas, cuja família tinha um pé na nobreza e outro na senzala,
trafegou como ninguém, ao escrever obras retratando realidades tão díspares. Digo
isso, pois Dumas teve ancestrais da nobreza francesa e teve como pais, um
militar renomado, o General Dumas (Thomas Alexandre) e uma escrava liberta (Marie-Césette
Dumas).
A obra "Os Bórgias"
pretende ser uma ficção histórica acerca da família de origem espanhola que,
acumulou grande fortuna e poder na Itália. A família emplacou dois papas,
Alfonso de Bórgia (Papa Calisto III) em 1455 e teve seu apogeu de riqueza e
poder com a ascensão de Rodrigo Bórgia
(Papa Alexandre VI).
O papado de Alexandre VI
(1492-1503), foi marcado por escândalos, manipulações, corrupção, guerras e
assassinatos. Sua eleição foi por meio da compra de votos de Cardeais. Tal
estratégia custou ao Cardeal Rodrigo Bórgia, uma verdadeira fortuna. Bórgia via
neste movimento, um investimento cujo retorno na forma de poder e dinheiro
seria garantido.
Rodrigo Bórgia teve várias amantes,
sendo que com uma delas, teve quatro filhos (três homens e uma mulher). Foi um
homem sempre à busca de alianças visando manter o poder para si e sua família.
Com tal intento, utilizava-se de alianças matrimoniais, com a sua belíssima
filha Lucrécia, cujos noivados/casamentos eram desfeitos, conforme a conjuntura
política. À Lucrécia restava obedecer.
O Papa Alexandre XI, foi
provavelmente, o mais perverso e certamente, o mais polêmico Papa. Seu papado
baseou-se na venda de simonia (cargos e benefícios eclesiásticos), e na prática
de nepotismo. Como encaminhou algumas boas almas ou nem tão boas almas para o
paraíso com vinho "batizado" (se é que vocês me entendem), cercou-se
de familiares, pois não confiava em ninguém.
Alexandre XI garantiu poder e
patrimônio a seus filhos. Destes, César foi alçado a Cardeal, mas preferiu
abandonar o cargo eclesiástico e assumir o posto militar de general,
tornando-se o braço direito armado de Alexandre VI. Naquele período, o Vaticano
mantinha um exército (na acepção da palavra) e pretendia unificar os Estados da
Igreja. Á época, a Itália (moderna) ainda não existia, haviam vários Estados que,
via de regra encontravam-se sempre às turras, com períodos de paz conforme as
famílias que ascendiam ao poder.
A obra, como dissemos, é
classificada como ficção histórica, no entanto, dá a impressão de ser uma
literatura-reportagem, não por seu conteúdo, mas pela característica de sua
escrita, que carece do espírito romanesco. Fica a dica!
Sugestão
de boa leitura:
Título: Os
Bórgias.
Autor:
Alexandre Dumas.
Editora: Principis,
2021, 256 p.
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