Vivemos um momento que, para alguns, sugere que a sociedade está em profunda crise, crimes hediondos cometidos nos mais diversos cantos do planeta, são mostrados pelos meios de comunicação como parte do espetáculo que a sociedade da informação, ou seja, a sociedade atual produz. O caso Isabella no Brasil e, na Áustria, o pai que aprisionou e estuprou sua filha por mais de duas décadas, nos levam a refletir que sociedade é esta que estamos construindo? Será que a humanidade na busca do conhecimento e da riqueza para alguns, o que para outros nunca passou da mera sobrevivência, perdeu o rumo? Sabemos que a sociedade é dinâmica, se transforma a todo o momento, e não poderíamos querer que se mantivesse igual! O conhecimento, o modo de viver, enfim, a própria cultura evolui. Há quem diga que a sociedade atual perdeu os valores morais, éticos, fala-se em crise da família, da Igreja, da sociedade... Estão errados? Não! E sim! Acredito que a crise da família é o gatilho que impulsiona as demais crises, mas, é importante que se diga que vivemos a sociedade – espetáculo, tudo o que acontece, passa na mídia, o bom e o ruim, principalmente este último. Assim a mídia faz uma exaustiva exploração de temas que chocam as pessoas, pois atraem audiência, o “combustível” da TV aberta, e o termo é exaustiva mesmo, pois, muitas pessoas não agüentam mais ligar a TV e ver as mesmas manchetes. Sabemos que o que é divulgado pelos meios de comunicação não significa a enésima parte do que ocorre anonimamente no Brasil e no Mundo. Tais crimes emocionam as pessoas e não raro surgem aquelas que defendem a Pena Capital como solução! Compreendo as pessoas que fazem a defesa da mesma, motivos para a indignação, não faltam! Porém, sou contrário à idéia da Pena de Morte, pois alguns estados americanos a adotam e uma pesquisa mostrou que os condenados à mesma, eram na maioria negros e latino-americanos pobres, sendo que apenas uma vez um branco rico, foi executado! No Brasil, acredito que os pobres não teriam as mesmas condições para a defesa que os ricos! Além disso, no caso da Pena de Morte, os custos judiciais são altíssimos e há a necessidade do processo se arrastar por vários anos para assegurar a necessária defesa, o que aumenta o desgaste emocional da sociedade. Pesquisas mostram que a adoção da pena capital em alguns estados americanos não os faz menos violentos do que outros que não a adotam! Ainda, utilizando os Estados Unidos da América, como exemplo, o que reduz a criminalidade é a certeza da punição! O programa de segurança pública de Nova Iorque, intitulado, segundo artigo que li “tolerância zero” é uma mostra disso! Precisamos, portanto de melhores condições de trabalho, treinamento e melhores salários para os profissionais que fazem a segurança pública, a contratação de um número maior de juízes e promotores para agilizar o andamento dos processos criminais, pois, a lerdeza dos trâmites no judiciário, é motivo de alegria para aqueles que têm dívidas para com a sociedade. Enfim, humanista que sou, considero a Pena de Morte um absurdo, e penso que ninguém sendo religioso, pode ser a favor da mesma, assim, acredito na frase cuja autoria não recordo: “educai os jovens e não precisarás punir os adultos”. Além disso, discutir a Pena Capital, é trabalhar nas conseqüências e não nas causas, é preciso trabalhar na prevenção: Inclusão social, Educação, e lógico, no fim da impunidade!
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