Nunca se falou tanto nas questões ambientais, jornais, revistas, programas de TV a todo o momento alertam para o aquecimento global, a contaminação da água e sua provável escassez e principalmente, o desmatamento das florestas entre as quais a Amazônia, a maior de todas. A questão ambiental é motivo de preocupação de toda a população mundial, especialmente, nos países desenvolvidos, onde há certa irritação com o avanço do desmatamento na Amazônia. Há algo de errado nesta preocupação ecológica? Certamente que não! Como já afirmava o Chefe Seatle da tribo Suhamish em carta enviada ao Presidente estadunidense Franklin Pierce no ano de 1854: “A terra não pertence ao homem e sim o homem pertence à terra”, afirmou também que “a terra é tomada em empréstimo das futuras gerações”, assim, cabe-nos zelar pelo bem maior das futuras gerações: o planeta Terra! A pressão exercida pelos países desenvolvidos sobre os países subdesenvolvidos, no que concerne às questões ambientais parece lhes conferir uma aura de santidade, como se o buraco na camada de ozônio, as chuvas ácidas, o desmatamento de florestas temperadas, a perda de biodiversidade e, principalmente o aquecimento global não passassem ao largo da estrada que os levou ao desenvolvimento, ou melhor, às sociedades de consumo de massa que constituíram. Na verdade, o que os países ricos pretendem com o discurso ecológico que proferem é se eximir da grande parcela de responsabilidade que lhes cabe no tocante às atuais condições de degradação ambiental do planeta. E não assumem a necessidade de rever o modelo de desenvolvimento dos países e principalmente, os conceitos fundamentais da globalização que tal como se apresenta não é ambiental e nem socialmente sustentável. A maior tragédia ecológica do planeta, não é como alguns leitores poderiam pensar, o desmatamento da Amazônia, o aquecimento global ou a contaminação dos oceanos por acidentes com navios petroleiros. A maior tragédia ecológica do Planeta é a miséria humana da qual decorrem sérios problemas ambientais! Durante a ECO 92 realizada no Rio de Janeiro, Luiz Antônio Fleury Filho afirmou que “se a preservação ecológica é responsabilidade de todos, a erradicação da miséria também o é”! Afinal, como fazer com que os pobres miseráveis que habitam a região do Sahel africano que estão desmatando e assim contribuindo para o aumento do deserto da Saara mudem sua prática se outra opção de renda não lhes é oferecida? Como falar de questões ecológicas quando as pessoas estão muito preocupadas com o mero sobreviver? Quantos pobres miseráveis há pelo planeta destruindo outros “Sahéis” nos mais diferentes rincões? Não nos esqueçamos que por trás desses pobres miseráveis, muitas vezes estão políticos, empresários nacionais e estrangeiros, inclusive ONGS pretensamente ecológicas. Quais alternativas de desenvolvimento os países ricos proporcionam aos países pobres que não explorar os seus recursos naturais e os vender ao preço mais próximo possível do custo? A verdade é que a espécie “Homosapiens – terceiromundensis” vale muito pouco dentro do ecossistema que se quer preservar, pois existem ONGS aos milhares para cuidar de tudo, florestas, baleias, etc., mas poucas para cuidar dos seres humanos pobres, pois a morte de milhões de seres humanos pela fome não causa a mesma comoção! É que os países desenvolvidos consideram os seres humanos “terceiro-mundensis” uma praga que se não pode ser diretamente exterminada, deve ser deixada a mingua!
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