Durante a semana em meio à correria costumeira que o ofício de professor acarreta, pensei em não escrever uma nova homenagem para as Mulheres neste 08 de março, afinal, em anos anteriores já o havia feito e mesmo sabendo que elas merecem, não saberia escrever algo original. Mas durante as aulas que ministro, uma adolescente afirmou que “ser homem é melhor que ser Mulher”! Outras alunas fizeram coro, concordando! Perguntei por que pensavam assim e as respostas foram do desconforto mensal da menstruação a outras situações não aprofundadas devido ao encerramento da aula com o sinal. Apesar de já ter ouvido isto de mulheres adultas, confesso que a afirmação da jovem aluna marcou por estar ela iniciando a vida. Então, comecei a pensar na situação da Mulher pelo mundo, a qual é tão díspar que não permite fazer uma análise geral sem cometer erros. Desde aquele fatídico 08 de março de 1857 na cidade de Nova Iorque (EUA), onde 130 Mulheres foram queimadas vivas dentro de uma fábrica, tendo como motivação para tal ato hediondo o fato de terem feito uma greve para a melhoria das condições de trabalho, há muito ainda que avançar! Pesquisas mostram que mesmo nos países desenvolvidos, onde as conquistas das mulheres foram maiores, inclusive sendo a parcela da população com mais estudo, ainda assim ganham menos que os homens! Que dizer então daqueles países onde por questões culturais ou de miserabilidade, a Mulher é considerada um ser humano de segunda classe? Em muitos países subdesenvolvidos ela permanece acorrentada ao analfabetismo e à exclusão do mercado de trabalho seja por discriminação ou por questões culturais e religiosas, seara em que não desejo levar esta discussão! Na China, as meninas formam a maior parcela dos casos de infanticídios e o governo chinês proibiu os médicos de informar os pais quanto sexo dos bebês nos exames de ultra-som para evitar os abortos provocados nos casos de fetos femininos. Lá, as meninas são maioria entre as crianças nos orfanatos e as que demoram mais para serem adotadas, tendo em vista a preferência pelo filho homem agravada pela política do “filho único” do governo chinês. Na Índia, a situação não é diferente, por questões culturais devido ao sistema do dote privilegia-se o filho homem, ou seja, ter filha acarreta despesas extras quando do casamento da mesma, assim, entre as famílias abastadas estranhamente os filhos do sexo masculino predominam, apesar de isso contrariar todas as leis das probabilidades e da reprodução humana. No campo da discriminação, ninguém sofre mais do que a Mulher negra e pobre, discriminada três vezes! No Brasil, a Lei Maria da Penha tenta coibir a violência contra a Mulher, apesar de que penso ser infeliz o país que precisa fazer uma lei específica para defender a Mulher dos maus tratos domésticos por parte do marido ou companheiro. Penso que uma sociedade saudável só existirá quando a Mulher além de tornar felizes aqueles que com ela convivem, for também ela feliz!
Feliz Dia Internacional da Mulher!
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