Nesta semana comemora-se o dia do Professor (15 de Outubro), como professor, sou suspeito para falar acerca da importância deste profissional para o país, afinal, sem o mesmo não teríamos os médicos, os engenheiros civis, os agrônomos, nem mesmos os próprios professores, etc. por outro lado, também é verdade que não há ninguém para falar com mais propriedade que um. Já houve dias melhores para os professores no que concerne à valorização enquanto profissional e ser humano. Hoje o respeito pela figura do professor salvo raras exceções não é o mesmo de tempos passados por parte de alunos, pais, autoridades políticas, etc. havendo até mesmo quem se refira ao mesmo como “professorzinho”. Num país que valoriza o “ter” e não o “ser”, o arcabouço cultural do professor certamente tem menos valor que a fortuna amealhada por alguns nem sempre com retidão de métodos, pois em nosso país até mesmo o político desonesto é tratado como “Doutor”, porém, o professor cujos bolsos encontram-se normalmente vazios, mas o coração e a mente cheios de boas intenções são tratados como pessoas desimportantes, quando não como praticamente criminosos e únicos culpados pelo insucesso dos alunos, portanto, destruidores do futuro de gerações de brasileiros e do próprio Brasil. A verdade é que a classe dos professores é maltratada durante o ano todo, para no dia do professor ser dada uma trégua, homenageando-os. Trata-se da ideologia do politicamente correto, falar bem dos professores e da Educação rende dividendos em época eleitoral, passado este período, reina apenas o esquecimento. O tratamento dado à Educação e ao professor demonstra claramente, a miopia dos dirigentes políticos e de parte do próprio povo, que não reconhece os esforços e a importância de uma categoria que trabalha arduamente com algo muito complexo que é a Educação, sem, no entanto possuir as condições adequadas para o desenvolvimento de um bom trabalho. Acho interessante que para sermos professores, precisamos estudar muitos anos e estarmos constantemente nos atualizando, fazendo cursos, mas há pessoas que julgam saber tudo sem o necessário estudo e vivência de sala de aula, pois na Educação todo mundo dá pitaco e muitas vezes decisões sobre a mesma são tomadas sem que a classe dos professores seja consultada. Os poderosos criticam a opção pelos pobres por parte dos professores e também afirmam que os mesmos e seus livros estão errados ao debater política (refiro-me a política apartidária) como um instrumento para a melhoria da qualidade de vida das pessoas. Afirmam que o Ensino deve ser “neutro” afim de que não haja a doutrinação e escondem nas entrelinhas que a verdadeira intenção é preservar os privilégios de uma minoria, pois ensinar o povo a pensar por si só é perigoso para os interesses escusos dos espertalhões de plantão. Sim! Acusam os professores de doutrinar os alunos, mas nada falam sobre a doutrinação da TV, rádio, jornais, revistas, etc. por que estes com raras e valiosas exceções estão sempre a serviço da elite, de quem paga os anúncios ou distribui benesses, esta inclusive é a frustração de grande parte dos jornalistas bem intencionados, aqueles que gostariam de fazer um jornalismo sério, tendo como único compromisso a boa informação. Fazem-se discursos contra a censura aos meios de comunicação, mas há poderosos grupos deste segmento que realizam campanhas tendo como objetivo censurar o professor, tornando-o “neutro”, ou seja, querem extrair do professor a sua alma, os ideais em que acredita e que o tornam verdadeiramente “Professor”, a utopia de acreditar numa sociedade melhor, afinal, professores são necessários, mas têm o péssimo hábito de pensar! E pior e mais preocupante, cometem o absurdo de querer ensinar seus alunos a pensar por si sós!
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