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sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

A ação e a inação americana no mundo – parte II

Dando continuidade à reflexão sobre o importante papel que os Estados Unidos da América representam para o mundo, nos reportamos ao texto anterior em que comentávamos a ideologia utilizada nos filmes de Hollywood e nos programas destinados à TV que em nosso ver têm a clara intenção de fortalecer o papel de ator principal da geopolítica mundial junto ao imaginário da sociedade local e internacional. Os Estados Unidos têm como um de seus símbolos a figura nada carismática do “Tio Sam”, um senhor idoso, olhar carrancudo, usando cartola e fraque a apontar o dedo indicador de forma intimidatória como que a dizer: “Eu quero você”! Certo, tal caracterização da imagem do Tio Sam pode ter sido feita por anti-simpatizantes americanos, mas a verdade é que a dureza das ações americanas no trato com as nações do globo, muitas vezes corresponde à mesma! Basta tomar como exemplo a doutrina Bush, cujo significado pode ser traduzido de forma simplificada pelo “atirar primeiro, perguntar depois” ou “todo mundo é culpado até que se prove sua inocência”. A loucura da doutrina Bush é tamanha que se interpretada no Brasil, levaria a considerar justo o massacre da candelária quando vários anos atrás, meninos de rua foram barbaramente executados por um grupo de extermínio, aparentemente sob o pretexto de que representavam um risco futuro à sociedade e não o que de fato eram: vítimas de uma sociedade excludente!  Exagero? A leitura acerca da doutrina Bush lhe mostrará que a pretexto de salvaguardar o país de ataques terroristas (muito embora, as intenções não sejam somente estas!) os governantes estadunidenses perderam a noção do que é legal e moralmente justificável, não nos esqueçamos das torturas realizadas por militares americanos em Guantanamo e no Iraque! Então, imaginar o Tio Sam a desempenhar o papel que os governantes estadunidenses assumiram como seu não é difícil, o papel de que falo é o de “Xerife do mundo”!  Sim, o Tio Sam age com a dureza que lhe é característica, intimidando quem ousar desafiá-lo. É o Tio Sam a voz da sabedoria a dizer o que é legal ou ilegal, moral ou não! O Tio Sam vai além, pretende determinar os hábitos e costumes dos povos! E claro, influir na escolha dos seus governantes e também interferir nos assuntos internos dos países como é praxe. Uma pesquisa histórica demonstra uma lista enorme de intervenções americanas no mundo, são tantas e por motivos tão diversos que não há tempo e espaço para relatar, mas tem como pano de fundo, aquilo que todo cidadão americano sabe: O país vai além de suas fronteiras! Nada passa despercebido ao olhar do Tio Sam que tudo vê, sabe e vigia! Penso que não há nada de errado em os Estados Unidos da América assumir um posto de liderança mundial, uma vez que é a única superpotência militar e econômica, porém, a cartilha que tenta impor ao mundo tem a idade e as características do Tio Sam, ou seja, está velha, ultrapassada e denota certo ranzismo! O mundo atual precisa sim da liderança dos Estados Unidos da América, porém, sob uma perspectiva mais altruísta, da busca da paz, da conciliação, da cura das doenças, do combate à fome e à miséria, da promoção do desenvolvimento humano e de uma nova forma de modelo econômico social e ecologicamente sustentável!



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