Tenho o costume de assistir ao Jornal da Band, atualmente apresentado por Ricardo Boechadt e contando com os excelentes comentários econômicos de Joelmir Betting, além da boa dupla de apresentadores, a linha editorial em meu ver é mais sintonizada com os interesses nacionais, assim, várias reportagens se fizeram sobre a ameaça que paira sobre a Amazônia, que ao contrário do que muitos pensam, é real, pois a internacionalização pode até não ocorrer sob a forma de desembarque de soldados americanos na mesma, embora esta possibilidade não deva ser descartada, pois cautela nunca é demais! Sabe-se que há setores da sociedade estadunidense, sobretudo ONGS que apóiam a internacionalização de forma romântica, “internacionalizar para preservar”! Na verdade, a internacionalização da Amazônia está ocorrendo silenciosa e diariamente sob a forma da venda de terras a cidadãos estrangeiros e ONGS, o que não é menos preocupante! E como não faltam ONGS piratas, há muito discurso econômico travestido de ecológico, isto é o que demonstram depoimentos de moradores locais sobre as ações de algumas delas, que vão além do que oficialmente se propõem, extraindo pedras preciosas e ouro, levantando informações junto aos indígenas acerca de plantas e animais para fins medicinais e que se supõe para repassar tais informações a grandes laboratórios fabricantes de remédios. Há até o caso de uma ONG que recebe doações via internet para preservar a floresta e auxiliar a população local e, no entanto, está retirando madeira e nunca deu um centavo para os moradores pobres do local. Grande parte do discurso sobre a Amazônia e seu papel nas alterações climáticas globais é tendenciosamente equivocado e não por falta de conhecimento! Há alguns dias assisti, uma antiga entrevista do célebre e falecido sertanista Orlando Villas Boas, o qual afirmou que jovens indígenas Yanomâmis foram levados para os EUA e lá estavam aprendendo a língua inglesa e também política. Segundo Villas Boas, a intenção dos EUA é bastante questionável, afinal, como voltariam estes jovens no que se refere a sua forma de pensar? A preocupação do sertanista era quanto à soberania nacional sobre o território indígena e alertava que o interesse americano se devia às fabulosas riquezas minerais presentes no território Yanomâmi, não é preciso dizer nada sobre a idoneidade de Villas Boas, verdadeira lenda brasileira, adorada pelos indígenas que choraram sua morte. Li que há em Roraima, reservas indígenas em que um brasileiro para nelas entrar precisa da autorização da FUNAI ou dos “americanos”, porém, se for americano, pode entrar em qualquer horário! Além disso, em tais reservas há bandeiras estadunidenses hasteadas! A população local afirma que assim que acabar a guerra no Iraque, tropas estadunidenses irão desembarcar na Amazônia! Não escrevo isto para polemizar ou fazer sensacionalismo! O que pretendo é demonstrar que na Amazônia paira um sentimento de ausência do Estado Brasileiro, cujas vozes pedem socorro e não são ouvidas por Brasília! Essa ausência de ação governamental já foi demonstrada pelas inúmeras queixas dos militares! Troquei mensagens com uma amiga que está nos EUA e a mesma afirmou que não há nada aparentemente que sinalize que o Governo Estadunidense tenha tal intenção, embora parte da sociedade, sobretudo ONGS sejam favoráveis! Afirmou ainda que o caso do livro de Geografia que mostra um mapa com a Amazônia extirpada do território nacional trata-se de uma farsa. Consciente da importância do papel que os EUA desempenham no mundo e, mesmo sem nunca ter pisado em solo estadunidense, sempre tive simpatia pelo Partido Democrata, assim acompanhei a disputa acirrada entre Barack Obama e Hillary Clinton, achava interessante a idéia de um negro ou uma mulher comandando a nação mais poderosa do mundo, no primeiro caso por se tratar de um país cuja discriminação aos negros é inegável e, no segundo por que sempre defendi uma maior participação da mulher na política. No entanto, há alguns dias eu e todo o povo brasileiro recebeu um balde de água fria! Obama deu uma entrevista em que afirma que discutirá seriamente com o Governo Brasileiro acerca da Amazônia, ou seja, no mínimo mais ingerência, e o que é pior, vinda de uma nação que não assinou o Protocolo de Kyoto, o Tratado de Preservação permanente da Antártida, o Tratado de Biodiversidade, etc. Por sua vez, o governo brasileiro não explicou a assinatura da Declaração dos Direitos dos Povos Indígenas cujo teor debatido e escrito dentro do âmbito da ONU, segundo informações veiculadas pela imprensa, fere a soberania nacional, pois, dentro das áreas indígenas praticamente esta inexiste, pois, os povos indígenas e suas áreas são reconhecidos como nações, o que dá uma dubiedade de interpretação, pois, não especifica o sentido jurídico ou sociológico empregado na palavra. Além disso, os governos dos países não podem interferir dentro do território indígena sem o consentimento dos mesmos e devem respeitar o direito dos indígenas terem a visão política que melhor lhes aprouver. Nada contra a causa indígena, mas me preocupa a criação de reservas gigantescas em áreas de fronteira. Penso que, se o que li, ouvi e escrevi não correspondem à realidade, também não escondem uma verdade cada vez mais atual: “Amazônia: integrar para não entregar”!
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