Nos últimos dias muito se discutiu a qualidade da Educação Pública ofertadas aos jovens brasileiros, isto, porque o Ministério da Educação e Cultura (MEC) divulgou os resultados referentes ao Ideb 2007. O Ideb, ou, Índice de Desenvolvimento da Educação Básica que avalia todo o Ensino Fundamental e também o Ensino Médio é composto pela pontuação média alcançada na prova padronizada a que são submetidos os estudantes das 4.ªs e 8.ªs séries do Ensino Fundamental e 3.ªs séries do Ensino Médio e também pela taxa média de aprovação dos estudantes da correspondente etapa de ensino. O Brasil melhorou o seu índice, passando de 3,8 para 4,2. Parece pouco, mas cada décimo de aumento no índice representa grandes avanços. É verdade que o fosso que nos separa dos países desenvolvidos é grande, uma vez que os mesmos apresentam uma média de 6,0. Se considerarmos, entretanto, o baixo percentual de investimento do PIB em Educação, as condições de trabalho a que estão submetidos os educadores brasileiros, cuja jornada de trabalho excessiva para a realização de um trabalho de melhor qualidade, leva muitos a atuarem em várias escolas, sejam elas públicas e/ou particulares, ou ainda, dedicarem-se a outras atividades para complementar a renda familiar devido aos baixos salários , além do espaço físico muitas vezes inadequado, improvisado, com salas superlotadas, ou seja, tudo isso pouco tem a ver com a realidade dos educadores do Primeiro Mundo. O que quero dizer é que para as condições dadas o resultado é surpreendente, pois poderia ser ainda pior! A verdade é que não há como comparar a realidade nacional com a de países desenvolvidos! Não há nem mesmo como comparar a realidade educacional entre as regiões, nem entre as escolas, nem mesmo entre as turmas! O motivo: clientelas diferentes, resultados diferentes! Explico melhor: um mesmo professor ao lecionar em escolas ou turmas diversas obtém resultados diferentes com a mudança da clientela (alunos), isto se deve à mudança do ponto de partida, o saber do aluno e sua pré-disposição para o estudo, sendo esta em grande parte resultado do incentivo familiar. Assim, cada educando traz uma bagagem maior ou menor dependendo do estrato social no qual se encontra e a comunidade que o envolve. Desta forma, jovens de melhor condição socioeconômica tendem a ter melhores resultados nas avaliações devido ao maior acesso à informação, internet, TV, revistas, jornais, etc. Não nos esqueçamos que nos estratos sociais mais elevados, os pais costumam ter um nível instrucional maior e participam mais da vida escolar dos filhos, auxiliando-os nas dificuldades com os estudos e cobrando dos mesmos a realização de tarefas e trabalhos. Também, estão presentes na escola, interagindo com os professores. Tal atitude, comprovada em pesquisas é o que dá a educação a necessária qualidade, nenhuma metodologia é totalmente eficaz sem a participação dos pais, porém, não são todos que realmente dão à educação dos filhos a importância devida, isso é demonstrado pela ausência da maioria destes nas reuniões marcadas pelas escolas, principalmente, aquelas cuja clientela é de condição socioeconômica mais baixa. Falar que esta ou aquela escola é melhor sem levar em conta o perfil socioeconômico da clientela escolar não tem nenhum fundamento científico e é no mínimo injusto, pois as escolas não têm o mesmo ponto de partida, aquelas localizadas na periferia dos grandes centros urbanos ou as que recebem alunos de bolsões de pobreza tendem a ter resultados inferiores àquelas localizadas em bairros nobres ou que recebem alunos de perfil socioeconômico mais elevado, sem que, no entanto se possa afirmar que o trabalho dos educadores não seja tão bom quanto aquele realizado pelas escolas que se destacam com índices melhores. O sucesso ou fracasso de uma escola, não é o resultado apenas do trabalho dos docentes, mas sim de toda a comunidade escolar que a compõe: governo, professores, alunos e pais. Estes últimos são muito mais importantes do que imaginam ser!
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