A imprensa tem dado um enfoque muito grande à possibilidade de mudança nas regras do jogo, explico melhor, a atual legislação não permite um terceiro mandato, muito embora alguns políticos afirmem que ela não é clara quanto a tal impossibilidade, há dentro do Partido dos Trabalhadores (PT) vários representantes que defendem o terceiro mandato para o presidente Lula, estes o fazem embalados pelos altos índices de popularidade e de aprovação do Governo. A oposição juntamente com certos setores da elite não tem dormido direito ao pensar na possibilidade de uma consulta junto à população via plebiscito sobre tal intento, pois, já entendeu que bater no presidente não o derruba de sua elevada popularidade. Tal popularidade se deve à melhoria da qualidade de vida para a população mais pobre através dos programas sociais de distribuição de renda e a percepção por parte de pessoas de classes mais favorecidas de que o país vem melhorando de forma continuada, além do carisma próprio do presidente construído em sua longa carreira política. É o típico caso do feitiço que virou contra o feiticeiro, FHC fez aprovar uma virada de mesa em benefício próprio o que tornou possível sua reeleição em 1998 com denúncias não apuradas de compra de votos. Aproveitando-se de tal expediente aberto por FHC, Lula se reelegeu em 2006 e agora a oposição teme que o governo do PT siga seu próprio mau exemplo, mudando as regras em benefício próprio. O próprio presidente afirmou várias vezes que não tem tal pretensão e que a troca de mandatário é boa para a democracia, apesar de demonstrar gostar que o povo peça sua permanência (massagem no ego) não há nas ações do mesmo nada que aponte neste sentido, mas, a oposição amargando oito anos fora do Poder não dorme mais de touca e faz barulho. Parte do barulho é feito pela grande imprensa, que quer afastar qualquer mínima possibilidade de um terceiro mandato ou continuidade de Lula no Poder, pois sabe que apesar de o partido ter alguns bons nomes, Lula é maior do que o PT. O governo trabalha para chegar aos 70% de aprovação o que aumenta a possibilidade de fazer seu sucessor, a oposição por sua vez procura destruir qualquer nome que o governo cogite lançar e sabe que o deve fazer o quanto antes. Apesar da melhora das condições econômicas do país e de achar que Lula faz um bom governo, acredito que o mesmo não mancharia sua biografia a exemplo de FHC, e particularmente, sou contra tal expediente por considerar que o mesmo fere os princípios democráticos e pode se tornar futuramente um problema, pois permite o continuísmo, que certamente seria extendido a governadores e prefeitos. A continuidade de um bom governo não pode abrir espaço para um risco tão grande, assim, é melhor e mais democrático que a continuidade se faça através de um sucessor eleito pela vontade do povo, se esta for a vontade do mesmo. O governo tem dado elogios ao trabalho de Dilma Rousseff frente às obras do PAC, a oposição precavida bate firmemente em Dilma no caso do episódio do Dossiê FHC, cobrando a autoria da criação do dossiê, afirmando que o povo brasileiro quer saber quem o fez, acredito que a pergunta que o povo quer respondida é que dados (gastos) são estes que constam em tal dossiê? Se como já foi afirmado pelas autoridades, os dados não são mais sigilosos, por que não abrir uma discussão sobre os mesmos? Depois de Deputados proporem o auxílio funeral, ou seja, mordomias para o Além, certamente, nada mais surpreenderia a população, que se acostumou a esperar da classe política os piores exemplos, salvo raras exceções.
Nenhum comentário:
Postar um comentário