Vivemos na assim chamada sociedade da informação, no entanto, não mais que um terço da humanidade está nela incluída, isso porque ainda se contabiliza quase um bilhão de analfabetos, ou seja, em pleno século XXI e da Terceira Revolução Técnico Científica ainda há uma multidão que não sabe ler e escrever. O Brasil possui 1/3 da população analfabeta da América Latina e o 3º pior índice do subcontinente. O país latino-americano que apresenta a melhor situação quanto a este item é Cuba 0,2%, sendo que os recursos investidos por este país em educação são percentualmente substanciais em relação ao seu modesto PIB, mas o fator de maior importância é a educação ser considerada uma questão estratégica e assim assumida por sociedade e governo. No entanto, aqui como em vários países do Sul (nações subdesenvolvidas) a situação torna-se ainda pior quando a estes somamos os analfabetos funcionais, pessoas que foram à escola, sabem ler e escrever e muitas vezes até possuem diplomas, mas são incapazes de compreender e analisar textos, ou seja, passam longe dos livros, acredita-se que 38% da população brasileira encontrem-se neste estágio. E há também os analfabetos digitais, pessoas que são incapazes de compreender e utilizar a informática para a obtenção de informações para uma análise crítica. Estima-se que apenas 1/6 da população mundial tenha acesso ao computador e à internet e isso ocorre devido às péssimas condições socioeconômicas de grande parte da população mundial e mesmo brasileira que muitas vezes apenas sobrevive, pois não têm o mínimo para viver com dignidade. A humanidade avançou muito no conhecimento científico, no desenvolvimento tecnológico e por conta da perversidade do sistema de produção hegemônico mundial se individualizou. A chamada mundialização ou globalização como é mais conhecida beneficiou os atores principais do sistema (empresas transnacionais e os países desenvolvidos). Nunca o conhecimento foi tão importante e as mudanças tão céleres. Os países que investiram bastante em seus sistemas educacionais navegam com rapidez nas águas da globalização, a maioria apenas flutua sem sair do lugar. E é nesta sociedade de transformações rápidas em que o conhecimento não apenas se tornou paulatinamente mais importante como se tornou uma poderosa arma de dominação e manipulação mundial das grandes nações desenvolvidas, que como educadores buscamos contribuir com nossos jovens estudantes quanto à necessidade do debate da sociedade que aí está e cujos componentes perderam os valores e as referências mais importantes daquilo que aprendemos a chamar de “Ser Humano”, ou seja, a solidariedade, a honestidade, a fraternidade, a religiosidade. Os adolescentes têm essa percepção da sociedade em mutação não necessariamente para melhor, pois vivemos um momento em que a crise está impregnada em todos os aspectos sejam eles o econômico, o ambiental, o social, o familiar. Como educadores participamos ativamente do desejo da construção de uma sociedade mais justa e esperamos que nossos educandos munidos de uma mentalidade crítica por si só e em conjunto com seus pares busquem ser um importante fator humanizante da mesma. Mas acreditamos que o resgate da família é a base para a salvação de uma sociedade que se encontra perdida. A tarefa é hercúlea, por muitos, considerada como mera utopia, mas a educação não prescinde das utopias necessárias. No entanto, sabemos que jamais iremos a lugar algum sem a parceria e o apoio irrestrito da família. A Sociedade vive uma crise e toda crise deve ser tratada com muita atenção é preciso contribuir para que os verdadeiros valores sejam assumidos pelos jovens como parte de sua personalidade. Pais e educadores têm apenas uma opção, assumir a educação como a principal tarefa de suas vidas, o maior legado aos jovens, para não serem tragados pelas turbulentas águas do que se denominou Pós-Modernidade.
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