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sábado, 30 de novembro de 2024

Apontamentos sobre a privatização da educação chilena - parte 5

 

               Agustín relata que, inicialmente as empresas que comandavam escolas no Chile, não tinham fins lucrativos, somente nos anos 1990, houve a liberação governamental para que tivessem lucros na atividade educacional. Diferentemente, o governo Ratinho Júnior em seu projeto de privatização das escolas públicas já contempla a atribuição de polpudos lucros para as empresas, enchendo os bolsos da iniciativa privada e, dessa forma retirando recursos que poderiam ser utilizados para a melhoria de todas as escolas públicas.

            O fim dos anos 1980 e anos seguintes, acenavam grandes transformações na geopolítica mundial. A queda do Muro de Berlim (1989), a reunificação das Alemanhas (1990), a crise derradeira da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas que levou ao seu desmantelamento em 1991, a transição para o capitalismo por parte das economias socialistas do leste europeu. No Chile, a parcela da população que sonhava com o fim do neoliberalismo, teve que se contentar com o fim da ditadura Pinochet (1973-1990). Embora isso não fosse pouco!

            O fim da ditadura Pinochet, não significou a libertação do povo oprimido sob o jugo do neoliberalismo. A elite econômica e a classe política dominante trabalharam exaustivamente na construção de "leis de amarração" que permitiam a democratização do país, porém sempre com a prevalência dos interesses do capital privado. Há entre os políticos brasileiros, uma frase muito utilizada, cuja origem é de Giuseppe Tomasi di Lampeduza (1896-1957), "Às vezes, é necessário mudar tudo, para que tudo fique como está". As elites chilenas entregaram as luvas, mas, preservaram os anéis e também os dedos intactos.

            O neoliberalismo chileno, aquele imenso mar em que se encontravam os capitalistas e os trabalhadores, os primeiros navegando em seus iates e, os trabalhadores à nado, com o tempo, começou a apresentar ondas cada vez mais desafiadoras. As águas não eram mais pacíficas, nunca foram. A promessa da terra à vista, não mais iludia. As crises econômicas afetavam a classe trabalhadora, em especial, a educação, e deram luz à inúmeras manifestações e greves.

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