Polanco disse que os
estudantes eram organizados e faziam enfrentamentos e ocupações de escolas que
duravam meses e que no Chile, o Sindicato Nacional dos Professores era puxado
pelos estudantes, pois, os professores apesar dos seus baixos salários,
receavam entrar em greves e serem demitidos. Os contratos de trabalho dos
professores eram muito diferentes entre si, dependia da escola que o professor
era contratado. Algumas ofertavam contratos temporários, em que os professores
não recebiam as férias/recesso (dois meses) e, havia professores que
economizavam durante o ano para passar o período em que não receberiam salários
ou, realizavam "bicos" para se manter.
Agustín relatou que sua mãe era professora, mas tinha
contrato permanente, ou seja, recebia doze salários anuais. Em geral, o salário
do professor chileno é baixo para o custo de vida do país que é mais elevado do
que o brasileiro. Polanco disse se espantar com a falta de participação e luta
dos estudantes e professores nesta proposta de privatização das escolas
públicas paranaenses. Esclarecimentos lhes foram dados quanto a isso.
Encerro a temática, lhes contando que ouvi de algumas
pessoas que: "os professores não querem a privatização das escolas
públicas, por que não querem virar CLT!". Ocorre que a maior parcela dos
professores do Paraná já possuem contratos precarizados (PSS), que são regidos
pela CLT. Isso, apesar da legislação determinar que os funcionários públicos
devam ser preferencialmente estatutários. Ao ouvir a fala das referidas pessoas
lembrei-me de uma frase de Simón Bolívar (1783-1830), quando disse: "Um
povo ignorante é o instrumento cego de sua própria destruição".
A privatização da escola pública é o início do desmonte
do Estado de Bem-Estar Social proposto pela Constituição Federal de 1988. Quando você precisar dele e ele, não mais
existir, você entenderá. Quando tiver que pagar parte ou a integralidade das
mensalidades, mesmo em escolas e universidades públicas. Quando tiver que
vender casa, carro ou realizar uma ação entre amigos para que você ou alguém de
sua estima possa ser operado. Agustín relata que faziam bingos para arrecadar
dinheiro para tratamento médico de pessoas do convívio. No Chile, ninguém espera
nada do governo, por que ele nada tem a oferecer, pois é Estado Mínimo. Estado
esse que é o sonho dos neoliberais.
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