O guarda-livros, sabe ser muito bom em seu ofício, carismático,
passa a frequentar a casa dos patrões, especialmente a de Adrião Teixeira (casado
com Luísa). João Valério participa de jantares e jogos de cartas, mas o
reconhecimento que busca está muito além do que lhe prestam seus patrões, que
tem nele, um amigo. Além da escrituração dos negócios da empresa, João Valério
escreve um romance histórico sobre os índios Caetés, os quais ficaram
conhecidos além mar, por terem devorado o Bispo Sardinha. Com tal livro,
pretende alcançar reconhecimento e projeção social, pois muito lhe entristece
seu papel subalterno na sociedade.
João Valério se apaixona por Luísa, que com ele, gosta de
entabular conversas sobre literatura. João Valério, num arroubo de paixão e de
atrevimento, dá um beijo em Luísa. À reação de Luísa, percebe que teve uma
atitude tresloucada, se afasta da casa de Adrião e, passados alguns dias, ante
ao questionamento deste, sobre o motivo pelo qual não tem comparecido em sua
casa, entende que Luísa nada contou sobre o ocorrido.
O guarda-livros retorna ao convívio dos Teixeiras, e
inicia um romance com Luísa. Adrião nada percebe, mas há pessoas da sociedade
para as quais nenhuma discrição é suficiente. Sociedade esta, cujas principais
personalidades são descritas por João Valério no convívio que com elas tem ao
longo do livro. No entanto, uma carta denúncia chega ao marido traído e, este
interroga João Valério que nega tal romance. Adrião acredita no guarda livros
apesar dos murmúrios que circulam na cidade. Passados algum tempo, Adrião
adoece gravemente e, após alguns dias morre. Luísa é agora uma viúva, a
sociedade acredita que agora eles podem e até mesmo devem se casar como forma
de apagar a nódoa de seu passado comum. Mas, será esse o desejo de Luísa? E o
solteiro João Valério, marcado pelos
dissabores vividos, ainda deseja o enlace?
Sugestão
de boa leitura:
Título: Caetés.
Autor: Graciliano Ramos.
Editora: Record, 2019, 336 p.
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