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domingo, 28 de abril de 2024

O buraco da agulha

 

Kenneth Martin Follett (1949) é um escritor britânico nascido no País de Gales, autor de thrillers e romances históricos. Ken Follett vendeu mais de 160 milhões de cópias de seus trabalhos (Wikipédia). O buraco da agulha, originalmente publicado em 1978, foi sua primeira obra. Trata-se de um thriller ambientado na ilha da Grã-Bretanha nos meses que antecederam o "dia D" (06 de junho de 1944) quando os aliados, vindos da Inglaterra desembarcaram na costa da Normandia (França). Essa data marca o início da liberação da França, então ocupada pela Alemanha nazista.

            Na trama, Hitler e os principais generais nazistas esperam uma grande ação por parte dos aliados, mas, não têm certeza  onde ela irá acontecer, nem de qual forma. A Alemanha colocou vários espiões na Inglaterra, porém, muitos deles, de forma amadora, se deixaram capturar ou foram mortos em ação. Hitler espera o contato do espião conhecido como "Agulha", tido por ele como sendo o melhor de todos e, no qual deposita toda a sua confiança. O apelido de agulha se deve ao fato que guarda um punhal na manga de seu paletó, com o qual mata todas as pessoas que o descobrem, principalmente aquelas que visualizam seu rosto. O punhal (muito fino) provoca hemorragia interna e pouco derramamento externo de sangue e, ele vê nisso uma vantagem para ocultar cenas de seus crimes.

            Os aliados (Estados Unidos da América, Inglaterra e tropas francesas na Inglaterra) passavam mensagens falsas  de rádio, sabendo que seriam ouvidas pelos alemães com a intenção de confundi-los, fazendo as lideranças alemãs pensarem que o ataque seria em Pas-de-Calais e não na Normandia. O espião Agulha, mudava frequentemente de nome, possuía vários passaportes falsos. Mas tratava-se de Henry Faber, o mais preparado, frio e inteligente espião nazista, tanto que Hitler, como disse aguardava seu relatório para decidir a estratégia alemã na contenção dos aliados.

            O espião se dirigiu a uma região no sudeste da Inglaterra, para confirmar in loco, a existência de uma enorme base aérea aliada que havia sido fotografada pelos aviões de reconhecimento da Alemanha. Descobre se tratar de maquetes de aviões e alojamentos falsos com alguma movimentação de soldados, com o intuito de confundir, pois a partir daquela base, a lógica levaria a crer que a invasão se daria em Pas-de-Calais, portanto, excluída essa possibilidade, o local somente poderia ser, onde de fato foi, na Normandia. Com sua máquina fotográfica ele registra a base fake, mas, é encontrado por policiais que estavam à sua captura, afinal, o espião  cometeu uma série de crimes, para evitar que sua identidade e função sejam descobertas. Ele mata os três policiais e segue em direção ao norte da Escócia, de onde fará contato com um submarino nazista encarregado de levá-lo para a Alemanha a fim de entregar suas informações pessoalmente, pois a Alemanha já sabia que seu sistema criptografado de comunicação já havia sido desvendado.

            Henry Faber percorre a ilha da Grã-Bretanha roubando carros e sendo perseguido pelo Serviço Secreto Inglês (MI5) tendo um investigador inglês (especialmente designado para descobrir seu paradeiro) em sua cola. Todas as autoridades policiais sabem de sua periculosidade, mas, sem muitas informações adicionais sobre sua identidade e função e, estão empenhadas em contribuir na caçada ao assassino em série. Faber pega carona e chega ao litoral norte da Escócia. Á noite, rouba um barco pesqueiro a motor e se lança ao mar, mesmo com os avisos de que a região seria castigada por uma forte tempestade. O barco não resiste e naufraga. Ele consegue nadar até a Ilha das Tormentas. É salvo por um jovem casal inglês (David e Lucy) que, com seu filho e o empregado Tom são os únicos habitantes  do local. David sonhava pilotar, mas, se acidentou ainda enquanto aprendia a voar e ficou paraplégico, o que fez dele uma pessoa muito amarga. Lucy é uma mulher linda, infeliz no casamento. Tom, o empregado é também operador do farol e da estação de rádio da ilha. Faber leva alguns dias para se recuperar e, então conversa com o casal com seu inglês perfeito, inclusive com sotaque londrino.

            À noite, David foi dormir mais cedo, o casal realmente não dá sinais de estar bem. Faber percebe que Lucy se sente atraída por ele, e como ele teve poucas oportunidades de estar com uma mulher, ficam juntos. No dia seguinte, o desconfiado David, descobre o filme revelado, cujas fotos haviam sido capturadas pelos agentes ingleses, mas, não o rolo de filme, que Faber carrega junto ao peito. Faber foi ajudar no resgate de uma ovelha, oportunidade em que conheceu o farol e a estação de rádio (de onde pretendia contatar o submarino) e sem perceber, deixou cair o filme, David vê seu conteúdo e no caminho de volta, o patriota e muito forte David, entra em uma luta braçal contra o espião nazista num jipe em movimento. Paro aqui. Fica a sugestão!

P.S. O livro, quarenta e seis anos depois ainda vende muito, sendo que foi adaptado para o cinema (1981). Lendo, em alguns momentos, surrealmente, me vi torcendo para um espião nazista! Pense! Sinal que a obra é muito bem escrita!

Sugestão de boa leitura:

Título: O buraco da agulha.

Autor: Ken Follett.

Editora: Arqueiro, 2018, 336 p.


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