Kenneth Martin Follett (1949) é um escritor
britânico nascido no País de Gales, autor de thrillers e romances históricos.
Ken Follett vendeu mais de 160 milhões de cópias de seus trabalhos (Wikipédia).
O buraco
da agulha, originalmente publicado em 1978, foi sua primeira obra. Trata-se de
um thriller ambientado na ilha da Grã-Bretanha nos meses que antecederam o
"dia D" (06 de junho de 1944) quando os aliados, vindos da Inglaterra
desembarcaram na costa da Normandia (França). Essa data marca o início da
liberação da França, então ocupada pela Alemanha nazista.
Na trama, Hitler e os principais generais nazistas
esperam uma grande ação por parte dos aliados, mas, não têm certeza onde ela irá acontecer, nem de qual forma. A
Alemanha colocou vários espiões na Inglaterra, porém, muitos deles, de forma
amadora, se deixaram capturar ou foram mortos em ação. Hitler espera o contato
do espião conhecido como "Agulha", tido por ele como sendo o melhor
de todos e, no qual deposita toda a sua confiança. O apelido de agulha se deve
ao fato que guarda um punhal na manga de seu paletó, com o qual mata todas as
pessoas que o descobrem, principalmente aquelas que visualizam seu rosto. O
punhal (muito fino) provoca hemorragia interna e pouco derramamento externo de
sangue e, ele vê nisso uma vantagem para ocultar cenas de seus crimes.
Os aliados (Estados Unidos da América, Inglaterra e
tropas francesas na Inglaterra) passavam mensagens falsas de rádio, sabendo que seriam ouvidas pelos
alemães com a intenção de confundi-los, fazendo as lideranças alemãs pensarem
que o ataque seria em Pas-de-Calais e não na Normandia. O espião Agulha, mudava
frequentemente de nome, possuía vários passaportes falsos. Mas tratava-se de
Henry Faber, o mais preparado, frio e inteligente espião nazista, tanto que
Hitler, como disse aguardava seu relatório para decidir a estratégia alemã na
contenção dos aliados.
O espião se dirigiu a uma região no sudeste da
Inglaterra, para confirmar in loco, a existência de uma enorme base aérea
aliada que havia sido fotografada pelos aviões de reconhecimento da Alemanha.
Descobre se tratar de maquetes de aviões e alojamentos falsos com alguma
movimentação de soldados, com o intuito de confundir, pois a partir daquela
base, a lógica levaria a crer que a invasão se daria em Pas-de-Calais,
portanto, excluída essa possibilidade, o local somente poderia ser, onde de
fato foi, na Normandia. Com sua máquina fotográfica ele registra a base fake,
mas, é encontrado por policiais que estavam à sua captura, afinal, o espião cometeu uma série de crimes, para evitar que
sua identidade e função sejam descobertas. Ele mata os três policiais e segue
em direção ao norte da Escócia, de onde fará contato com um submarino nazista
encarregado de levá-lo para a Alemanha a fim de entregar suas informações
pessoalmente, pois a Alemanha já sabia que seu sistema criptografado de
comunicação já havia sido desvendado.
Henry Faber percorre a ilha da Grã-Bretanha roubando carros
e sendo perseguido pelo Serviço Secreto Inglês (MI5) tendo um investigador
inglês (especialmente designado para descobrir seu paradeiro) em sua cola.
Todas as autoridades policiais sabem de sua periculosidade, mas, sem muitas
informações adicionais sobre sua identidade e função e, estão empenhadas em contribuir
na caçada ao assassino em série. Faber pega carona e chega ao litoral norte da
Escócia. Á noite, rouba um barco pesqueiro a motor e se lança ao mar, mesmo com
os avisos de que a região seria castigada por uma forte tempestade. O barco não
resiste e naufraga. Ele consegue nadar até a Ilha das Tormentas. É salvo por um
jovem casal inglês (David e Lucy) que, com seu filho e o empregado Tom são os
únicos habitantes do local. David
sonhava pilotar, mas, se acidentou ainda enquanto aprendia a voar e ficou
paraplégico, o que fez dele uma pessoa muito amarga. Lucy é uma mulher linda,
infeliz no casamento. Tom, o empregado é também operador do farol e da estação
de rádio da ilha. Faber leva alguns dias para se recuperar e, então conversa
com o casal com seu inglês perfeito, inclusive com sotaque londrino.
À noite, David foi dormir mais cedo, o casal realmente
não dá sinais de estar bem. Faber percebe que Lucy se sente atraída por ele, e
como ele teve poucas oportunidades de estar com uma mulher, ficam juntos. No
dia seguinte, o desconfiado David, descobre o filme revelado, cujas fotos
haviam sido capturadas pelos agentes ingleses, mas, não o rolo de filme, que
Faber carrega junto ao peito. Faber foi ajudar no resgate de uma ovelha,
oportunidade em que conheceu o farol e a estação de rádio (de onde pretendia
contatar o submarino) e sem perceber, deixou cair o filme, David vê seu
conteúdo e no caminho de volta, o patriota e muito forte David, entra em uma
luta braçal contra o espião nazista num jipe em movimento. Paro aqui. Fica a
sugestão!
P.S. O
livro, quarenta e seis anos depois ainda vende muito, sendo que foi adaptado
para o cinema (1981). Lendo, em alguns momentos, surrealmente, me vi torcendo
para um espião nazista! Pense! Sinal que a obra é muito bem escrita!
Sugestão
de boa leitura:
Título: O
buraco da agulha.
Autor: Ken
Follett.
Editora: Arqueiro,
2018, 336 p.
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