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domingo, 24 de março de 2013

Você está sofrendo de normose?

Você está sofrendo de normose? Desde seu surgimento na Terra, o homo sapiens tem como característica principal viver em grupos, e, durante todo o seu processo evolutivo cada indivíduo buscou se inserir na sociedade e ser por ela aceito. A humanidade sempre possuiu padrões estéticos e comportamentais, no passado, ser uma mulher com boa saúde e seios grandes era sinônimo de ser boa reprodutora e aos homens ter um corpo forte e um espírito corajoso era sinônimo de ser um bom caçador para alimentar outras bocas, além de protegê-las. O tempo passou, a humanidade evoluiu, os padrões de normalidade permaneceram, embora tenham se modificado. Na atualidade, para atingir o padrão de “normalidade” a pessoa precisa ser magra, alegre, bela, sociável e bem sucedida. Tal padrão (normas, conceitos, valores, estereótipos, hábitos de pensar ou agir, etc.) imposto pela sociedade é muito difícil de ser alcançado e leva não raras pessoas à normose, ou seja, um sofrimento mental que leva à depressão e em situações extremas ao suicídio. Perguntamo-nos: quem dita essas normas? Quem chega até você e diz que para ser bem aceito deve ter aquelas características? A verdade é que ninguém chega até você e faz tal afirmação, no entanto, tal afirmação lhe chega de todos os cantos dos ambientes que você frequentar. A mídia e a moda são os principais algozes das pessoas que não se enquadram no padrão, fazendo-as não raras vezes comprometer a saúde para tentar alcançar a difícil meta e no caso de resultados negativos, tornando-as infelizes. Penso que ninguém sofre mais do que a mulher por não estar nos ditos padrões de normalidade, é extremamente cruel a cobrança subliminar que dela se faz quanto à sua aparência e ao seu comportamento, lembro-me de ter lido: “mulher se veste para mulher, por que se quisesse agradar homem, ela se despia”. Faz sentido, além de competitivas, muitas mulheres são cruéis nas observações que fazem sobre suas colegas. No entanto, ninguém é uma ilha, precisamos viver em sociedade e se os padrões de normalidade ditados são distantes de nossa realidade, estamos por acaso destinados ao ostracismo? Penso que devemos ouvir mais Raul Seixas que naquela época já entoava numa de suas canções: “Enquanto você se esforça pra ser um sujeito normal e fazer tudo igual..., eu do meu lado, aprendendo a ser louco, maluco total, na loucura real (...)”. Vivemos em pleno século XXI, na era da informação, porém, do conhecimento fragmentado e não refletido, pouco avançamos na defesa dos direitos humanos, e precisamos quebrar correntes que prendem as almas ao preconceito e à alienação. Vemos a todo o momento, pessoas com mentalidade do século XIX assumindo cargos de representação da sociedade, fazendo esta, corar de vergonha. Na verdade quanto mais materialista é uma sociedade, a futilidade reina soberana, é o predomínio do “ter” em detrimento do “ser”, assim, sob qualquer circunstância, ter um corpo perfeito, dinheiro, carrão, mansão, etc. é mais importante do que ser uma pessoa de bom caráter, com cultura, ideais próprios, etc. Penso que no dia em que as pessoas passarem a cultivar sua personalidade e deixarem de se importar com padrões de normalidade impostos por seres eticamente irresponsáveis, e, demonstrarem indignação contra a beleza estereotipada patrocinada pela indústria da moda e da mídia, a humanidade será mais feliz e normose será uma coisa para estudar nos livros de história.

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