segunda-feira, 1 de abril de 2013
O “p.f.” da Educação – Parte 2
Como vimos a Educação faz parte do discurso de qualquer político que queira construir uma carreira vitoriosa, porém, as práticas pós-eleitorais nem sempre correspondem aos brados dos palanques erguidos nos mais distantes rincões, tido como próximos em campanha e inacessíveis após a eleição, algo natural num país como o nosso em que político ateu vira religioso “fervoroso” em época eleitoral, principalmente diante das câmeras. Penso que assim como devemos respeitar a liberdade religiosa, também devemos o fazer com aqueles que não acreditam na existência de Deus, porém, utilizar discurso religioso para conquistar votos é um absurdo que cheira a demagogia. A demagogia que segundo o dicionário Larousse Cultural é a “política ou atitude que explora a opinião pública para conquistar a simpatia” é uma marca característica de boa parte de nossos políticos. Assim, a política tão necessária para a sociedade, por conta de políticos demagogos passa a ser então um teatro, mas nós o público devemos deixar de apenas aplaudir ou vaiar e subir ao palco ocupando um papel de protagonista na peça da democracia.
Há dentre os nossos representantes políticos, aqueles que defendem em época pós-eleitorais o currículo mínimo, a educação “desideologizada”, quando querem na verdade uma escola pobre para alienar pobres, uma estrutura para continuar a reproduzir a sociedade tal como é, uma sociedade desigual, portanto injusta. Triste é observar que há dentre os profissionais da Educação quem defenda o esvaziamento do currículo na escola pública e que, portanto parece não perceber o papel revolucionário que a Escola pode representar, pois, como já o disse Paulo Freire: “ Educação não transforma o mundo. Educação muda pessoas. Pessoas transformam o mundo”. Acontece que o conhecimento não é neutro e todo posicionamento do(a) professor(a) é um ato político, e ele(a) pode se posicionar no sentido de contribuir para a transformação da sociedade, ou para sua manutenção, quando opta por ser “neutro(a)” ou conservador(a).
Certa vez em uma locadora de vídeos, uma moça me cumprimentou, olhei para cima, pois era alta e estava de salto, não me lembrei dela e esta afirmou brincando ficar chateada, conversando descobri que tinha sido minha aluna na 5.ª série do Ensino Fundamental e contou-me que eu havia dito num período que antecedia uma greve “que estaria entre os que lutavam (faziam greve), pois se pretendia colher alguma coisa iria ajudar a semear”, não lembrava disso, no entanto para ela passado tantos anos, aquilo marcou, dessa forma conclui-se que as nossas falas em sala de aula são marcas que os alunos carregam para a vida, mas os exemplos de nossas atitudes são a maior contribuição que podemos dar para as suas personalidades em formação. Importa, portanto como já o afirmava Che Guevara “aproximar a nossa prática ao nosso discurso avançado”, penso que ao professor cabe o direito e o dever de distribuir sementes na forma de ideias, para que nossos jovens então cidadãos atuantes na sociedade as cultivem na utopia tão necessária de um mundo melhor.
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