Powered By Blogger

sábado, 5 de julho de 2025

A Educação e a Saúde e a saúde da Educação - parte 3

 

         É do conhecimento de todos, a precariedade das condições de trabalho dos professores no Paraná e no Brasil, sendo esta a causa do adoecimento físico e mental da categoria. Uma colega professora me disse estar trabalhando no sacrifício, visivelmente abatida, doente, perguntei-lhe: por que você não consulta? O médico certamente lhe daria alguns dias de atestado para você se recuperar. Ela afirmou já ter consultado, mas que recusou a licença médica sugerida pelo médico, pois isto lhe prejudicaria para pegar aulas no ano seguinte.

            Também causou comoção, um professor internado que da cama do seu quarto no hospital assistia a um curso de formação para professores do Estado do Paraná, que não aceitava faltas e nem atestado médico como justificativa. A participação no curso é vital para a atribuição de aulas do ano seguinte. Estes não são casos isolados, recentemente, duas docentes morreram em escolas, uma sob cobrança por metas inalcançáveis em plataformas digitais. Autoridades criticam o uso de atestados médicos, mas ignoram ou fazem vistas grossas para as causas do adoecimento dos mestres.

            As causas do adoecimento dos professores passam por salas superlotadas (30-40 alunos), o que favorece a indisciplina, problema já destacado em pesquisas da OCDE (38 países). Professores são culpados pelo baixo rendimento dos estudantes, mas enfrentam falta de apoio familiar, alunos desinteressados e infraestrutura escolar inadequada. Governantes exigem metas praticamente inalcançáveis (como no IDEB) sem fornecer condições de trabalho adequadas, sobrecarregando os docentes.

            A desvalorização salarial é alarmante: o Brasil paga os menores salários da OCDE para professores, e muitos estados e municípios descumprem a Lei do Piso do Magistério. Governantes estaduais e municipais pressionam parlamentares por sua revogação. Esses mesmos governantes concedem para os cargos de sua nomeação política, remunerações maiores que a dos mestres.

            A precarização das condições de trabalho na Educação, afasta jovens da profissão, ameaçando um "apagão" de docentes em futuro próximo. A gestão míope das autoridades, mais preocupadas com obras físicas do que com educação de qualidade, oferta um ensino público esvaziado e desumanizado, de tipo empresarial, cuja finalidade máxima, para não dizer única é o ranking (IDEB) com fins de marketing político e, lança sombras sobre o futuro dos estudantes e da nação.

 

           

Nenhum comentário:

Postar um comentário