Há alguns dias, fiquei
estarrecido ao ver uma postagem de deputado estadual (por meio de seu perfil
oficial) em uma rede social, que exaltava sua ação na defesa da não
obrigatoriedade da vacinação. Sei que a interação com o público (nesses perfis)
ocorre por meio de assessores e, raramente pelo próprio político. E isso tem
razão de ser, políticos, numa atitude impensada, podem comprometer sua imagem
e, ou mesmo a campanha eleitoral. Há que se ter pessoal especializado para tal
tarefa.
Sou avesso a "meter o bedelho" em publicações
alheias, e também sei que a intenção do
referido perfil oficial era "jogar confetes" para sua plateia, mesmo
assim, tratava-se de um perfil parlamentar, que, em meu ver, estava dando mau
exemplo em um tema sensível, a saúde. Não me contive e afirmei que, "ser
antivacina em pleno século XXI, era ter uma mentalidade compatível com a do
medievo". Um dia depois, veio a resposta, afirmando que não se tratava de ser antivacina, mas de
democratizar a decisão de se vacinar ou não. Eu aprendi com o saudoso
jornalista conterrâneo João Olivir Camargo, que existem temas, cujo teor
polêmico, podem e muitas vezes, devem ser evitados. Há que se ter bom senso.
Respondi que o obvio seria estimular a vacinação, dada a
sua importância, haja vista que foi graças à ciência e não às religiões, o aumento
da expectativa de vida dos seres humanos. Basta pesquisar dados oficiais e se
constata que os países e cidades que mais vacinaram, obtiveram menores índices
de óbitos e de estágios graves de doenças como a Covid 19. Penso que é uma irresponsabilidade, sob a
alegação de uma pretensa escolha democrática cidadã, estimular, mesmo que
indiretamente, a não vacinação. Afirmei que os pecuaristas, não acreditam em
"imunidade de rebanho", afinal eles vacinam o gado, pois, a morte de
reses gera prejuízo.
A vacina, muitas vezes, pode não evitar a doença, mas
evita as formas graves cujo tratamento é mais demorado e dispendioso para o
Sistema Único de Saúde (SUS), com internamentos (inclusive em UTI), quando não
da perda de vidas de trabalhadores, que contribuíam para o crescimento
econômico nacional. Trabalhadores podem ser substituídos, porém, os entes
queridos, não.
Disse também que, as pessoas que não se vacinam,
tornam-se agentes transmissores de doenças para as demais, principalmente
aquelas que convivem em ambientes coletivos, tais como as escolas. Viver em sociedade,
implica ter empatia, e convenhamos, quanta coisa fazemos, porque nos é imposto
pela legislação e, não teríamos apoio de nenhuma autoridade, caso nos
negássemos a fazê-lo.
Vivemos em uma sociedade que, em se tratando da saúde e
da educação, ouve mais os influencers do que o coletivo dos cientistas,
profissionais da saúde e da educação. A desgraça é que os políticos aderiram às
redes sociais, porém nem todos, como deviam, com a seriedade do cargo que
exercem, mas, agindo como influencers, então "jogam confetes" para a
torcida, com a finalidade de manter cativos, os votos de pessoas alienadas do
conhecimento científico.
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