Há alguns dias, assisti um
vídeo no Youtube, no qual um médico psiquiatra, chamava a atenção para a
"insanidade" do sistema educacional. Ele comparava seus pacientes com
os estudantes e afirmava que jamais conseguiria atender vários pacientes ao
mesmo tempo como o fazem os professores, visto que as especificidades de cada
paciente exigem atendimento individual, da mesma forma deveria ser com os
estudantes que, no entanto estudam em classes que contam trinta a quarenta estudantes e são atendidos por
apenas um professor.
Dadas as especificidades (psicológicas, cognitivas e
sociais) de cada estudante, o professor deve lecionar aulas que alcancem a
todos os estudantes (uma missão impossível, se nos desfizermos da hipocrisia
e/ou da ingenuidade, que costuma caracterizar as ações de planejamento e gestão
da educação). Dessa forma, temos profissionais que de forma submissa (via
opressão) aceitam tacitamente ordens superiores, escritas no papel que tudo
aceita (dos decretos, resoluções ou livros), mas, sem os "pés no chão da
escola". O professor que ousa, do alto de sua experiência do "chão da
escola" afirmar que determinada teoria/metodologia/política educacional
não funciona, é taxado como "tradicional", "resistente a
mudanças" ou "ultrapassado". A hipocrisia é companheira de fé
das autoridades políticas que possuem o estranho, mas, costumeiro hábito contraproducente
de jamais escutar professores e estudantes e, assim formular Políticas de
Governo para a Educação desprovidas dos referidos "pés no chão da
escola".
Voltando ao vídeo do médico, este afirmou que uma classe
jamais deveria ter mais de quinze estudantes. Sendo que, cada classe, deveria
ter no máximo um destes, avaliado com necessidades especiais, para que o
professor pudesse desenvolver um trabalho minimamente razoável. A realidade das
salas de aulas, mostram classes com 30 alunos ou mais e com cinco a seis
estudantes com necessidades especiais em cada turma.
Também li na Internet, uma reflexão que considerei muito
verdadeira. Novamente, a comparação era com o médico e afirmava o seguinte:
"Se um médico receita alimentação moderada e saudável, prática rotineira
de exercícios físicos e a ingestão de remédios específicos, caso o paciente não
cumpra as orientações médicas e, permaneça doente ou seu estado de saúde agrave
devido sua atitude relapsa, a culpa pode ser atribuída ao médico? Obviamente
que não! E por que, no caso do professor, quando ele orienta ao estudante:
"Preste atenção nas aulas, faça as tarefas e trabalhos e estude para as
provas" e o estudante descumpre parcial ou integralmente as orientações, a
culpa é atribuída ao professor?
Tanto o médico, como o professor, auxiliam
respectivamente o paciente e o estudante, mas estes últimos precisam fazer sua
parte. Em ambos, os casos, mudar atitudes e estilos de vida pode se fazer
necessário, inclusive a participação ativa da família, dando todo o suporte a
ambos, é crucial. Penso que falta "pés no chão da escola" por parte
de autoridades políticas, da família, da sociedade e, de muitos
"educadores de gabinete", que elaboram belíssimas teorias
educacionais que mais se parecem com belíssimos arranha-céus, porém, sem
fundação, desabam ante a realidade da sala de aula.
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