Diante de tudo que aqui
expus, o leitor vai dizer que li e assisti muitas obras de ficção científica. E
isso é verdade. O problema é que ri de tecnologias malucas e impossíveis em
filmes de ficção científica, e hoje elas estão aí. A Inteligência Artificial,
reduzirá o mercado de trabalho para muitos, abrirá vagas para profissionais
especializados, pelos menos até que a I.A. dê um novo salto evolutivo e não
precise mais de programadores para o seu treinamento. Nesse dia, as profecias
dos mais loucos filmes de ficção científica terão se realizado. E isso, segundo
especialistas na área, deve acontecer em até seis anos.
O mundo vai se adaptar, não sem sequelas, como já fez
várias vezes, em que inovações tecnológicas ocasionaram mudanças estruturais no
processo produtivo. Você leu ou lembra quantos funcionários haviam nas agências
bancárias antes da implantação dos caixas automáticos e dos aplicativos online?
E nas fábricas de automóveis, antes da robotização de vários setores da linha
de montagem? E nos escritórios de empresas, antes do computador e softwares
especializados? O alto investimento em Inteligência Artificial, mesmo que
resultante da exploração da mais-valia em algum ponto do processo de acumulação
do capital não foi pensado para a emancipação humana, nem por isso, cravo que
não possa (em um futuro distante) vir a ser, apesar de que um meteoro que acabe
com a vida humana na Terra, pareça exponencialmente mais plausível.
Quando jovem comprei uma calculadora Sharp, paguei em
três parcelas mensais, ainda não havia o onipresente e acessível "Made in
China". Mantive sempre o cuidado de nem sempre utilizar calculadoras, para
manter a eficiência do meu cérebro para cálculos simples e rotineiros. Há
alguns dias, fui a uma loja e fiz uma compra de treze reais e paguei com uma
nota de vinte reais, fiquei estupefato ao ver a moça sacar de uma calculadora
para saber qual era o valor do troco.
Professor que sou, preocupa-me que os estudantes deixem de pensar (afinal,
pensar é para o cérebro, o que a musculação é para os músculos), simplesmente
pedindo que a I.A. lhes dê as respostas. E isso, já é a realidade, desde o
advento do onipresente celular conectado à Internet, agora turbinado com a
Inteligência Artificial. Uma sociedade, para ser melhor, precisa que os filhos
e estudantes, sejam melhores que seus pais e professores, no entanto, a
humanidade caminha para que a ficção distópica
do filme "Idiocracy" (uma sociedade de idiotas no século XXVI)
seja realidade até o final do século XXI.
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