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sábado, 17 de maio de 2025

Inteligência Artificial: o ocaso de uma era e o alvorecer de outra - parte 4

 

         A democracia, preserva o nome, mas, o entendimento acerca dela comporta uma ambiguidade. A visão neoliberal não é a da perspectiva da inclusão social, da ampliação dos direitos, do profundo respeito aos direitos humanos. A liberdade pela qual os neoliberais lutam é a do capital, dos capitalistas e não a da emancipação humana.

            A democracia representada pelo voto é controlada pelo capital que elege a maioria nos parlamentos, embora algumas vezes tenham que engolir algumas raras derrotas eleitorais em cargos majoritários, pelo menos, até que o próximo golpe de Estado se faça possível. A democracia e a desigualdade social extrema não convivem. Em sociedades desiguais, a democracia é de baixa densidade.

            A classe média, essa "esquecida" no presente artigo, como também em seu destino, tal como o cão que guarda a mansão, jamais é/será convidada para o seleto e luxuoso banquete dos verdadeiramente abastados. A classe média, detentora tão somente do capital intelectual, não sabe, mas, está mais próxima do mendigo que vaga nas ruas do que do seleto grupo (1%) mais rico da pirâmide social. O intelectual Milton Santos (1926-2001) disse: "A classe média não quer direitos, mas sim privilégios".

            Os jovens da classe média, graças a sua boa formação nas melhores escolas particulares e nos cursos mais concorridos de universidades públicas, acessaram concursos públicos e carreiras profissionais que estão prestes a ser profundamente alteradas pelo advento da Inteligência Artificial. Nos países capitalistas, a classe média vem encolhendo, empobrecendo, olha para baixo e coloca a culpa naqueles que estão em uma situação de inferioridade, incapaz que é de olhar para cima e refletir sobre quem comanda o projeto que a desloca para baixo na pirâmide social.

            Devo esclarecer que minha opinião acerca da Inteligência Artificial é de preocupação, mas, também de deslumbramento. Preocupação pelos valores éticos que passam a ser cada vez mais ameaçados pela evolução de tal tecnologia. Me preocupa que artigos de jornal, revistas, livros, músicas, etc. sejam realizados por I.A. e apresentados e vendidos como se fossem criações humanas, frutos de seus estudos e vivências. Me assusta pensar em aviões bombardeiros, drones militares e mísseis nucleares controlados tão somente pela I.A. Me incomoda pensar que, em um dia qualquer no futuro, a Inteligência Artificial, considere limitado o mais brilhante ser humano e que isso a impede de maiores avanços. Será o dia em que a criatura se voltará contra o seu criador.

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