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sábado, 6 de agosto de 2022

Forrest Gump

Eu talvez seja o último humano com condições para tal e que não havia ainda assistido o premiadíssimo filme Forrest Gump. Certo, há exagero nessa afirmação. Tudo o que sabia do filme era de que a personagem principal era um contador de histórias interpretado pelo talentoso ator Tom Hanks. Há alguns dias, enfim assisti o filme, porém, não antes de ter lido o livro. Costumo dizer que geralmente a adaptação cinematográfica é pior do que o livro. O leitor vai dizer que estou me contradizendo, afinal, há poucos dias afirmei que a adaptação cinematográfica de Clube da Luta é melhor do que a obra literária. É verdade, Clube da Luta é uma dentre as poucas exceções à regra. E quanto a Forrest Gump? Devo dizer que considero o empate, no entanto, afirmo que a adaptação não é fiel ao texto da obra de Winston Groom, sendo que a trama retratada na tela foi simplificada e o humor ácido acerca da política, das relações sociais, etc. foi fortemente suavizado com a finalidade de fornecer um produto comercial para as massas. Pessoas mais intelectualizadas certamente irão preferir a obra impressa, no entanto, para quem deseja apenas distração, o filme cumpre bem o seu papel.

            A personagem Forrest tem seu nome dado por seus pais em homenagem a um general do exército estadunidense que foi um dos fundadores da famigerada sociedade secreta  supremacista branca Ku Klux Klan. Ele nasceu com a Síndrome de Savant, o que faz dele uma pessoa com sérias limitações em algumas áreas, no caso da personagem em se expressar e, por outro lado genial em outras áreas (no caso da personagem, na música, na matemática, na física, etc.). No filme, Forrest é apresentado apenas como uma pessoa que tem déficit intelectual e que, por obra do acaso, consegue mesmo assim estar presente nos mais importantes momentos históricos do século XX e interagir com personagens reais da história mundial, bem como influenciar pop stars (na música e na dança). Forrest, devido a suas limitações, foi sempre vítima de bullying desde a infância até a vida adulta. Sua mãe tenta o proteger da melhor forma possível da agressividade das pessoas com o filho especial. Desde a infância, Forrest gosta de Jenny Curran, que apesar de manter amizade com ele, nega o amor que Forrest deseja. Como implicitamente já disse, Forrest é o narrador da obra (com direito a erros gramaticais) e conta suas histórias na escola, de como venceu o campeão mundial de xadrez, de como entrou para a Universidade como convidado para integrar a equipe de futebol americano, de como se tornou atleta de tênis de mesa do exército dos Estados Unidos presente no reatamento das relações entre o país norte americano e a República Popular da China em visita ao país asiático. Conta também como foi o tempo que passou na Guerra do Vietnã e de sua experiência como astronauta da NASA.

            É interessante observar que no livro, Forrest é apresentado como um homem grandalhão, forte, algo que não corresponde ao físico de Tom Hanks no filme. A obra é cheia de frases que foram  denominadas "gumpismos" tais como: "a vida é como uma caixa de bombons...a gente nunca sabe o que vai encontrar" ou ainda, "ás vezes a gente não tem pedras suficientes" (para descarregar a raiva de algo ou alguém). O filme tem uma trilha sonora muito boa com várias canções de sucesso. É importante dizer que o livro teve suas vendas alavancadas pelo filme, no entanto, o autor não gostou da adaptação, apesar de ter ganho dinheiro com a venda dos direitos para o cinema e com as vendas posteriores de seu livro. Lembro de ter lido que ele disse "Jamais deixe que façam um filme sobre a sua vida". Embora pareça cômico evitar dar spoilers em obra tão conhecida, faço, afinal, livro e filme são parcialmente diferentes e isso vale muito para o final das personagens no livro. Deixo a sugestão do filme (se é que alguém que lê estas linhas, não o assistiu) e, especialmente do livro, pois, se você assistiu o filme, ainda terá muito o que apreciar na leitura.

Sugestão de boa leitura:

Título: Forrest Gump.

Autor: Winston Groom.

Editora: Aleph, 2016, 392 pág.


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