Em certa ocasião, encontrava-me dirigindo no trânsito de Curitiba, quando percebi que um motorista não conseguia acessar a congestionada via principal, reduzi a marcha e sinalizei para que entrasse à minha frente, não muito depois, a situação se inverteu e contei com o auxílio de outro motorista que parou seu automóvel para que eu acessasse a avenida, imediatamente um colega que me acompanhava à capital para um curso afirmou: "gentileza gera gentileza".
O exemplo que citei tem como
objetivo ilustrar como nosso comportamento no trânsito pode ser melhor. Digo
isso porque muito tenho me incomodado com atitudes inadequadas que diariamente
observo. Cito algumas, numa oportunidade parei meu carro para que algumas moças
passassem na faixa de segurança, uma picape que vinha atrás não parou e me
ultrapassando quase colheu as moças que estavam passando à frente do meu
automóvel. Noutra ocasião, parei para que algumas pessoas passassem na faixa de
segurança e um motorista que estava atrás disparou a buzina.
Outro sinal de falta de educação ao
trânsito ocorre quando estacionamos o automóvel na transversal e próximo há um
semáforo, torna-se difícil sair, pois os motoristas que estão na via não fazem
a gentileza de esperar que o motorista do carro estacionado consiga sair. Já
estive em cidades em que esse tipo de gentileza era facilmente observado.
Lembro que estive em Santo Ângelo (RS) e que ao se aproximar da faixa de
segurança, sem nem mesmo nela ter pisado, os motoristas já iam parando. Numa ocasião
atravessei a rua sem necessidade, apenas para que o motorista que havia parado,
não tivesse frustrado o seu belo gesto de educação ao volante, afinal estava
observando a cidade e apenas pretendia ir até a esquina.
Recentemente estive em Guarapuava e
estava caminhando numa vaga de estacionamento transversal em frente a uma
clínica para entrar em meu veículo quando um motorista disparou a buzina no
momento em que eu já estava com a mão na porta do carro. Não me parece que seja
educado buzinar em frente a uma clínica, mesmo que não seja um hospital. Também
me parece que eu demoraria menos entrando no veículo (como fiz) do que
caminhando para sair da vaga. Não sei os motivos de tanta pressa do citado
motorista que portava crachá da prefeitura de Guarapuava, mas, certamente eles
não justificam a falta da educação e do uso da razão. Devo dizer que Guarapuava
também fornece bons exemplos, em minha última ida àquela cidade, um motorista
permitiu meu ingresso na avenida congestionada e me alcançou para avisar que
não havia fechado direito a porta do veículo. Lá também observei motoristas que
respeitam os pedestres. Em Laranjeiras do Sul também temos motoristas educados,
costumo fazer caminhadas no centro e sempre encontrei motoristas que me deram
prioridade (como deve ser) na faixa de segurança.
Tenho grande admiração pelo povo do
Rio Grande do Sul. São de lá os motoristas mais educados que observei no
trânsito. Obviamente essa constatação minha é apenas opinião, pois não tem
fundamento científico. No entanto, é impossível estar caminhando ou dirigindo
no trânsito de qualquer lugar e não observar ou até mesmo temer o comportamento
de muitos motoristas. Infelizmente, vivemos um tempo em que os maus exemplos
estão expostos na vitrine. Ser mau educado parece ter virado sinônimo de
virilidade. Lembro de ter assistido um vídeo em que um carro quase atropela um
motociclista na Suécia. O motociclista para a moto no estacionamento para se
recuperar do susto e o motorista do carro vai até ele e pede mil desculpas. Há
alguns anos, vivi uma situação parecida, após cruzar um semáforo, logo em
seguida, uma picape fez um balão à minha frente, freei bruscamente a moto
(quase caí) e fiquei lado a lado com a picape, assustado fiz sinal com as duas
mãos (que é isso?) sobre a manobra inadequada e o risco que passei. Concordo
que não deveria ter feito o sinal (estava assustado), porém, quando já estava a
frente da picape, o motorista saiu com um revólver na mão e gritava para que eu
voltasse. Conversei com algumas pessoas que afirmaram que se eu tivesse voltado
para falar, teria me atirado antes de chegar até ele. A lição de tudo isso é de
que no trânsito devemos ter educação, gentileza e muita, mas muita paciência.
Lição que aprendi, pois, nunca bati um automóvel, mas, já sofri abalroamentos
resolvidos com muita calma, seja por entendimento recíproco entre as partes ou,
no Tribunal de Pequenas Causas. Concluo dizendo que no trânsito, o mais
importante é sempre a vida! Dirija defensivamente! Sempre!
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