O site lusoavia.com assim
apresenta Lito Sousa: “[...] tem mais de 30 anos de experiência em manutenção
de aeronaves, sendo referência no assunto a nível internacional. Formado e
certificado internacionalmente, trabalhou nas maiores agências aéreas deixando
um legado histórico no setor de aviação. Também é especialista em erros por
fatores humanos e estudou profundamente a Aerofobia, desenvolvendo o projeto
“Eu posso voar” que já alcançou mais de 1000 pessoas. Ministra diversos treinamentos
e workshops tanto no Brasil quanto no exterior para profissionais da
manutenção. Colaborou no desenvolvimento do “Flight Simulator” e já ministrou o
curso de Piloto por 1 dia para mais de 500 amantes e entusiastas. É também
editor do maior blog de aviação há mais de 10 anos, sendo uma verdadeira
enciclopédia do assunto e fonte de estudos e pesquisas para muitos agentes da
área. Hoje é notório por apresentar o canal Aviões e Músicas que é recordista
de audiência”.
Lito é autor do livro “Onde morrem os aviões”, nele conta
o início de sua história desde quando muito jovem fascinado pelos navios (que
via atracados no Porto de Santos) sonhava ser engenheiro naval ou marinheiro,
porém, sua condição humilde lhe impôs as únicas opções: cursar magistério, contabilidade
ou mecânica de aviões e, segundo ele, com essas opções, não foi difícil fazer a
escolha. Em sua primeira aula, o professor (sargento da aeronáutica) disse: “na
aviação tem que fazer tudo com muito mais responsabilidade e atenção, por que
lá em cima não tem acostamento”. Ensinamento nunca esquecido. Formado, começou
a trabalhar na Varig, na época, os vôos da ponte aérea São Paulo-Rio eram
feitos com os aviões quadrimotores a hélice Lockheed Electra. Lito Sousa
tornou-se especialista na mecânica deste avião. Sousa disse que os aviões (aos
quais os mecânicos davam nomes com referências aos prefixos) pareciam ter alma
e que gostavam de se divertir com os mecânicos, com a reincidência de defeitos
mesmo com o sistema inteiro trocado. Quanto ao conhecimento que adquiriu,
afirma que nunca passou “pano preto”, ou seja, não escondia informações dos
outros para parecer indispensável.
Em
1993, aos 26 anos de idade, resolveu aceitar uma proposta feita por uma empresa
aérea do Zaire para treinar a equipe de mecânicos na manutenção dos Lockheed
Electras adquiridos junto à Varig. Lá chegando tomou conhecimento de que os
aviões seriam convertidos em cargueiros, mas, o pior foi a tomada de
consciência da falta de infraestrutura da empresa aérea e dos aeroportos locais,
muitos sem pavimentação asfáltica. Certa vez, ao avisar um piloto africano de
quem se tornou amigo sobre a necessidade de parar o avião para manutenção
(troca de pneus com cortes e consertos em sistema secundários) foi avisado por
ele que lá pneus eram trocados quando estouravam e que sistemas secundários não
eram importantes. O piloto ainda lhe disse: “Welcome to Africa Operations”!
A
situação se tornou ainda pior quando o empresário exigiu que estivesse nos vôos
para garantir que não fossem cancelados. Nestes vôos levavam víveres para áreas
de garimpo de diamantes, porém, o que assustava eram os inúmeros galões de
gasolina afixados apenas por redes. Lito acostumado a trabalhar com o padrão Varig
de manutenção preventiva se horrorizou com as condições a que eram submetidos
os aviões quanto à infraestrutura precária e manutenção insuficiente. Também
passou fome e medo por conta da insegurança naquele país no qual teve um choque
de cultura. Priorizando a vida, pediu demissão antes do fim do contrato de 90
dias e voltou ao Brasil e à Varig da qual tinha se licenciado. No livro o autor
dedica um capítulo para contar o destino final de cada Electra que pertenceu à
Varig. Fica a sugestão para os leitores amantes da aviação.
Sugestão
de boa leitura:
Título: Onde
morrem os aviões.
Autor:
Lito Sousa.
Editora:
Editora do Autor, 2018, 121 p.
Preço: R$
58,90.
Boa noite tudo bem? Sou carioca e procuro novos seguidores para o meu blog. Novos amigos também são bem vindos, não importa a distância.
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