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quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Engana-me que eu gosto!



            A temporada de caça ao eleitor está aberta, e candidatos que pouco ou nada fizeram em benefício do povo, ou pior, pautaram suas ações em detrimento deste ao endossar a política do Governo Temer de redução de investimentos sociais, e em benefício do grande capital nacional e estrangeiro procuram convencer o eleitor de suas boas intenções, em que pese seu passado reprovador.
            O Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) há muito abandonou suas raízes (a social democracia) e, deslocou-se para a direita. Isso ocorreu, talvez, devido ao avanço do Partido dos Trabalhadores (PT) nesta área do espectro político. O PT há muito deixou de fazer a defesa inegociável do socialismo, e, na atualidade é um partido social-democrata. Grande parte da população brasileira não sabe a diferença entre esquerda e direita no campo político. Não há como culpá-la por isso, sem leitura e observação atenta, a distinção é mesmo difícil. Há unanimidade no seio da população de que a vida piorou após o golpe de 2016. O fisiologismo reinou solto durante o golpe quando vários políticos deram sustentação ao governo ilegítimo de Temer cuja popularidade é igual à margem de erro das pesquisas. Como estamos no divisor de águas que a proximidade das eleições sempre representa, há candidatos que arrependidos, pedem “desculpas” aos seus eleitores, pois, afirmam terem sido “enganados” por Temer & Cia. Alguns estão desistindo de serem candidatos, pois, embarcaram no trem da alegria golpista, traíram suas bases, mas, não conseguiram apoio eleitoral em seus novos ninhos. É o caso dentre outros, de Marta Suplicy (MDB).
            Uma estratégia malandra é a do chamado “centrão”, que aposta na desinformação da população, pois, procura colocar no PT a marca da extrema-esquerda (coisa que há décadas deixou de ser) em contraposição à extrema-direita de Bolsonaro (PSC). Os políticos do “centrão” apresentam-se como limpinhos, inodoros, insípidos, simpáticos, amáveis, desideologizados, pois, não vestem as cores do radicalismo do PT e Bolsonaro. Buscam conquistar o eleitor incauto que se cansou da polarização entre esquerda e direita. Ledo engano, um exame acurado do “centrão” mostra que não faltam raposas velhas se habilitando a cuidar do galinheiro. O “centrão” é um reduto do que há de mais conservador, portanto, de direita deste país. Também notei que nas propagandas políticas os candidatos por partidos que apoiaram o golpe de 2016 inserem o número, mas, não as referidas siglas partidárias (o golpe está cobrando a fatura). O PMDB que nunca elegeu um presidente, mas, jamais deixou o poder desde o fim da ditadura militar (1964-1985) mudou a sigla para MDB, denominação utilizada durante a ditadura militar. O MDB combateu a ditadura, mas, também foi o partido criado e tolerado pela ditadura para dar “ares de democracia” ao regime do país perante o mundo. A ARENA (Aliança Renovadora Nacional), o partido que dava sustentação à ditadura militar é a origem histórica dos atuais DEM e PP. A mudança de sigla de partidos com imagem desgastada é comum para enganar o povo, mas, na prática, não costuma constituir nenhuma mudança de atitude do partido ou de seus integrantes.
            Os políticos estão visitando seus redutos eleitorais, prometendo a valorização do trabalhador, mais investimentos em saúde, educação, segurança, etc. e muitos fazem isso com a maior desfaçatez. Refiro-me àqueles ligados à direita que em sua quase totalidade votou favoravelmente à reforma trabalhista que precarizou as condições de trabalho do povo brasileiro para beneficiar o patronato, e, que também votou favorável à “PEC do fim do Mundo” (PEC 55/241), que congelou os investimentos em Educação, Saúde, Segurança, etc. e que trará graves prejuízos para a população. Muitos desses políticos virão até você eleitor e prometerão fazer caso reeleitos o contrário do que fizeram até aqui, cabe a você repelir a sua conversa barata, ou acatá-la. Concluo com um provérbio árabe: “Se você é enganado uma vez, a culpa é de quem o enganou. Mas, se você é enganado novamente pela mesma pessoa, a culpa é sua”!

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