Dilma Rousseff avisou em
2016 que o golpe travestido de impeachment (golpeachment) em curso era contra
os trabalhadores e a soberania nacional, pois, o que se pretendia era retirar
direitos trabalhistas e realizar o entreguismo das riquezas nacionais para o capital
estrangeiro. Tudo se confirmou. A terceirização irrestrita foi aprovada. Houve
o fim da política de valorização real do salário mínimo, a redução/extinção de
programas sociais. A crise fabricada não dá tréguas. A classe trabalhadora não mais
suporta, mas, é obrigada a pagar por ela. Crise que não afeta o andar de cima
ocupado pela elite escravocrata que sorri, mesmo que à custa da destruição
nacional e do retorno da miséria traduzida nas barrigas vazias de crianças. O bilhete
premiado que o Brasil conquistou com investimentos da Petrobrás na procura de
petróleo no Pré-Sal, inclusive nos mesmos locais que companhias estrangeiras
falharam, não vai mais para a Educação, a Saúde e para o Fundo Soberano das
futuras gerações. Vai para o exterior, pois, está sendo recebido pela Shell,
Chevron, Total, Statoil, Sinopec, etc. O governo golpista concedeu vinte anos
de isenção tributária para as petroleiras estrangeiras e trabalha para retirar
o que puder da Petrobras para repassar a estas. Tudo dentro da normalidade de
um governo que carece de legitimidade e busca apoio de potências imperialistas
colocando o país em posição de submissão.
Crise
não é algo ruim para todos. O grande capital nacional e estrangeiro adora fabricar
crises em países vulneráveis, e tal como piratas, saqueiam nações periféricas e
transportam o butim para alimentar o centro do sistema. A crise é o momento em
que se pode chamar a classe baixa e média para pagar a conta da jogatina do
cassino em que se transformou o capitalismo global. O neoliberalismo que é a
atual forma do capitalismo global constitui uma das mais acabadas formas de
fundamentalismo. O neoliberalismo é segundo seus defensores a única opção
possível, a ditadura do discurso único. O radicalismo neoliberal é tal que seus
agentes constituídos pela parcela do 1% mais rico do mundo não têm escrúpulos
em destruir democracias e vidas. A democracia é para o neoliberalismo um
obstáculo e precisa ser eliminada. O
mercado se tornou “Deus” e o capitalismo sua religião. Ninguém pode questionar o
“Deus” Mercado sob pena de cometer heresia, e ser queimado na fogueira da
ignorância que ocupa a parcela formada por mentes vazias de criticidade, porém,
repletas de alienação diariamente alimentadas por TV Globo, revista Veja, etc. O
golpe de 2016 está sendo muito bom para o grande capital nacional e
estrangeiro, afinal, tal como abutres adoram uma carniça. Os ricos (eu disse
ricos!) ganharam, mas, ganharam graças ao que os trabalhadores perderam. Os
banqueiros que devoram quase 50% do orçamento nacional querem mais, desejam a
reforma da Previdência que uma auditoria e uma tese de doutorado desmentiram
ser deficitária. Triste é observar trabalhadores sem consciência de classe
defendendo a reforma da previdência cujo objetivo é que mais recursos
legalmente captados para esta passem a ser dirigidos para os bolsos dos
abastados (1% mais rico).
Eduardo
Cunha (PMDB), importante operador do golpe em 2016, numa atitude de vingança
contra Dilma e o PT, que não o defenderam de processos que contra ele
pipocavam, ao declarar seu voto contra Dilma, tal como o carrasco ao lançar o
machado sobre o pescoço da vítima, proferiu: “Que Deus tenha misericórdia dessa
nação”. E “Deus” não teve misericórdia do Brasil, pois, “Deus” agora é o
Mercado, e o Capitalismo a sua religião!
P.S. Recebo
a notícia de que o golpe avança para o nível 2.0. O TSE indeferiu a candidatura
Lula contrariando liminar da ONU. Agora o Brasil é uma nação pária. A gente
sempre tem esperança de que o golpe acabe, mas, não devia, afinal, como disse
Jucá trata-se de “um grande acordo nacional, com Supremo, com tudo”! E como nos
ensinou o mestre Paulo Freire, a gente se frustra na espera, porque não conjuga
a esperança na forma correta cujo verbo é esperançar! Fazer acontecer!
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