A credibilidade é para as empresas de comunicação tão
importante quanto o capital de giro. A credibilidade, sinônimo de respeito ao
público e de bom jornalismo, dá ao meio de comunicação, a audiência (emissoras
de TV e rádio), e a venda de exemplares de revistas e jornais cujo maior
alcance de leitores, traz em seu bojo, maior quantidade de anunciantes. Assim,
se costuma dizer que a credibilidade é o principal ativo de uma empresa de
mídia.
Em nosso país, devido à falta de capacidade da direita
que se mostrou acéfala e incapaz de fazer uma oposição política competente, a
Grande Mídia tomou para si o papel de oposição aos governos progressistas de
Lula e Dilma. Ao renunciar ao jornalismo sério, se tornou uma poderosa usina de
fake news. A regra imposta e denunciada por vários jornalistas demitidos era
pauta negativa para os governos petistas e ignorar o resto. A manipulação se
tornou tão absurda, que, para ter acesso à informação de boa qualidade sobre o
Brasil, a mídia europeia, enviou mais correspondentes ao país, pois, constatou
que a Grande Mídia nacional não era fonte confiável para levar ao seu público a
noção do que realmente se passava no país quanto aos processos kafkianos contra
Dilma, e, mais recentemente contra Lula.
Há alguns dias, soube que Bolsonaro havia se reunido com
os herdeiros do grupo Globo para a costumeira sabatina privada (em minha
opinião, algo reprovável e que possui um ranço coronelístico). Dias depois,
tomei conhecimento de que o candidato sofrera um atentado, o qual teve ampla
cobertura da TV Globo. Logo pensei: começaram as armações! Não fui o único a
cometer tal equívoco! Muita gente ainda põe em dúvida o atentado. É um equívoco
compreensível! Afinal, todos se lembram da edição do debate de 1989, em que a
Globo operou a favor de Collor e contra Lula. Todos lembram também do fake news
sobre Lurian, filha de Lula, no último programa eleitoral de Collor. Também
teve o episódio em que arremessaram um objeto na cabeça do candidato Serra e
ele fez até tomografia com ampla divulgação, que obviamente nada acusou, e
peritos ao analisar os vídeos constataram se tratar de uma “perigosa” bolinha
de papel. São apenas alguns exemplos de um rol que remonta há décadas.
Pela
Grande Mídia, o brasileiro é muito informado sobre a crise na Venezuela
(governo de esquerda), mas, pouquíssima informação recebe sobre o caos
econômico da Argentina do direitista Macri. A Grande Mídia apostou todas as
suas fichas no liberalismo daquele país e perdeu. A Argentina está afundando
tal qual o Titanic, sendo o iceberg da vez, o neoliberalismo. E tal como em
1912, não há botes salva-vidas para a terceira classe. O cidadão brasileiro foi
informado de que a quarta eleição consecutiva do esquerdista Evo Morales na
Bolívia era algo péssimo para a democracia, pois, a não alternância de governo
resultava na prática em uma ditadura. No entanto, essa mesma crítica não foi
veiculada quando da quarta eleição consecutiva da direitista Angela Merkel na
Alemanha. A Grande Mídia costuma impor aos partidos e regimes à esquerda a
pecha de antidemocráticos, mas, não informa à população que todos os golpes
contra a democracia brasileira foram realizados pela direita. A Grande Mídia
critica os programas sociais (que beneficiam os pobres), mas, não mantém o
mesmo tom quanto aos recursos, isenções fiscais e perdões de dívidas
costumeiramente concedidos pelo Estado em benefício de grandes capitalistas,
sejam eles, industriais e/ou latifundiários. A Grande Mídia demoniza o Estado e
divulga a corrupção de agentes, mas, pouco ou nada faz para mostrar que o
grosso da corrupção é realizado no Mercado (setor privado). A Grande Mídia luta
para que o Estado seja mínimo (para a população), o que libera mais recursos
para o grande capital no qual ela se insere, mas, isso ela não divulga.
Em
nenhum país há o que aqui temos. Em contrariedade à Constituição Federal, seis
famílias possuem o monopólio da informação ao deter a propriedade cruzada de
jornais e revistas; emissoras de rádio; e, emissoras de TV. O Brasil necessita
urgentemente da regulação econômica dos meios de comunicação. A qual não visa
censurar ou regular conteúdo, mas, impedir a propriedade cruzada dos meios de
comunicação e acabar com esse danoso monopólio. A democratização da mídia é
condição imprescindível para o florescimento de uma verdadeira democracia no
país!
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