quinta-feira, 2 de abril de 2015
Toma que o filho é teu!
Há alguns anos uma ex-aluna afirmou que eu estava no grupo dos bons professores que ela teve, no entanto, se questionava sobre o que os Estados Unidos da América me fizeram para ter tamanha aversão a tal país. Ao ouvir isso imediatamente pensei: fracassei! Pois se o trabalho com geopolítica em minhas aulas não explicitou a estratégia imperialista estadunidense para o mundo, em especial para a América Latina, não haveria mais nada a dizer, então, ri e afirmei que o tempo lhe daria a resposta. O tempo passou, e, penso que a ex-aluna deve ter encontrado a resposta observando a ação estadunidense. No entanto, quero dizer que não sou portador da americano-fobia e nem da americano-idolatria, aliás, tendo lido e relido “As Veias Abertas da América Latina” sequer gosto de me referir às pessoas daquele país como americanos, pois, a América é um continente e não um país. Não se pode criticar aquilo que não se conhece, dessa forma, leio muito a respeito daquela nação que considero possuidora de uma beleza natural incrível e tenho a consciência que seu povo é bem melhor do que seus representantes políticos, pois, se Obama decepciona, George W. Bush foi uma vergonha do tamanho daquele país continental.
A trajetória política e as estratégias utilizadas por John Fitzgerald Kennedy no abreviado tempo (assassinato) que passou na presidência dos EUA pode ser motivo de exaustivos debates, mas, não se pode dizer que não tinha carisma e sabedoria. É dele, portanto, a frase que escolho para refletir sobre o momento que passamos em nosso país. A frase: “O sucesso tem muitos pais, mas, o fracasso é órfão”. Há algumas semanas FHC se deixou fotografar com uma folha em que estava escrito “Foi FHC que fez” e uma nota de dois reais, queria ele provocar a Presidenta Dilma dando o recado que o Plano Real seria criação sua e sabemos que se uma mentira é contada milhares de vezes ela passa a ser verdade, ainda mais se contar com o apoio da “desinteressada e patriótica” Grande Mídia nacional. No entanto, o DNA do Plano Real é mineiro, e o pai biológico é o saudoso Itamar Franco, e para comprovar isso existem vídeos na Internet inclusive com depoimentos de Itamar afirmando que FHC foi chamado para tocar a parte política do plano, pois, a parte econômica já estava pronta. Se o plano Real tivesse fracassado certamente a paternidade seria atribuída a Itamar, porém, o Real se demonstrou cedo um “menino prodígio” e FHC não teve dúvidas de assumir a paternidade.
FHC também afirmou ser o criador do programa Bolsa-Família, porém, o DNA do programa remonta aos anos 1980 por ocasião dos debates promovidos pelo engajadíssimo Herbert José de Souza (o Betinho da Ação Cidadania contra a fome e a miséria) e pertence a Cristóvão Buarque (PDT) que ao governar o Distrito Federal pelo PT em 1995 implantou o Bolsa-Escola copiado por FHC em 2001. O alcance populacional e de recursos financeiros foi ampliado por Lula/Dilma e rebatizado com o nome Bolsa-Família, porém, Dilma afirma que o alcance e a dimensão do programa não permitem que se vincule a origem com programas anteriores. Mais recentemente, a discussão em torno da corrupção na Petrobras levou Dilma e FHC a fazer falas contrastantes, Dilma afirmando que a corrupção na Petrobras é uma “senhora idosa” e FHC rebatendo ao dizer que é um “bebê”. Lembro de ter lido a entrevista de um político que disse que no passado a corrupção era muito maior, mas, hoje as coisas estão aparecendo, porém, não descarto a possibilidade de ambos estarem equivocados e a corrupção ser uma jovem senhorita. FHC e Dilma, no entanto, jogam para o outro e afirmam: Toma que o filho é teu!
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