sexta-feira, 21 de junho de 2013
A difícil escalada!
Karl Marx afirmou que precisamos entender a sociedade como se estivéssemos escalando uma montanha, faz todo o sentido, pois, quanto mais tento entendê-la, mais cansado fico e com vontade de desistir, pois, a montanha que Marx falou certamente é a mais íngreme. Entendo que faz parte do jogo político fazer oposição e isso é salutar para a democracia, no entanto, o que me entristece é ver pessoas defendendo a volta dos militares ao poder sob o argumento de que há muita corrupção, como se no período militar não houvesse, a diferença é que hoje existe investigação, e, no tempo da ditadura os meios de comunicação eram censurados, deputados e senadores bem como os ministros do Supremo Tribunal Federal estavam de mãos atadas, nada podiam fazer contra a autoridade militar sob pena de correr riscos, portanto, não se trata de considerar a corrupção natural, mas, afirmar que nos governos militares não havia corrupção é próprio de alguém mal informado, quando não, mal intencionado.
Penso que se ainda hoje pessoas que viveram a ditadura militar a defendem, o fazem por sua ideologia, endossando a exclusão social, os desaparecidos políticos, as torturas e as mortes e em nada são diferentes aos líderes estadunidenses que afirmam que danos colaterais (mortes de inocentes) se fazem necessários em suas guerras intervencionistas mundo afora (para que seus privilégios sejam mantidos). No entanto, preocupa-me haver jovens que eram crianças demais ou nem mesmo eram nascidos à época da ditadura militar defendendo a sua volta, certamente, o leitor já chegou à conclusão que os mesmos devem estar contaminados pelo meio em que vivem e por má informação acerca do período. Isto me fez lembrar um curso em que o palestrista, um grande amigo e lutador incansável pela causa da Educação Pública proferiu uma frase marcante, disse ele: “tem alunos que aprendem com o professor, sem o professor e apesar do professor”. Nada mais verdadeiro! Grande é a nossa culpa como professores se jovens que passaram pela escola, ainda hoje têm essa deformada visão do período militar e consideram que a solução para tudo aquilo que discordam está na absoluta ausência de democracia. Estes jovens esquecem, ou melhor, desconhecem a história nacional e por assim o fazer não reconhecem os esforços daqueles que prestaram anos de suas vidas lutando e muitas vezes derramando o próprio sangue para que pudéssemos hoje viver num país democrático.
Em nossa sociedade há pessoas que acreditam serem críticos os que se posicionam contrariamente às decisões governamentais e alienados aqueles que as apoiam, no entanto, ser crítico é ter a capacidade de ler as entrelinhas, ver para onde o país está caminhando, que tipo de sociedade se quer formar, acompanhar os dados estatísticos e compará-los com períodos anteriores, e, de posse de tal fundamentação, apoiar o que é digno de ser apoiado e criticar aquilo que deve ser combatido. É pena que nem todo mundo leia a Constituição Federal, pois a mesma estabelece que o combate à miséria e às desigualdades regionais é obrigatoriamente prioridade de qualquer governo que cumpra a Carta Magna. Reafirmo isso, pois, há em nossa sociedade pessoas que nasceram em berços confortáveis que entendem que o país deve ser lar para alguns e não como de fato deve ser, para todos, sem discriminação de qualquer espécie. O Brasil somente será um país desenvolvido no dia em que conseguir reformar toda a sua estrutura social, fazer a reforma agrária por que nasceu latifúndio, redistribuir a renda porque nasceu Casa Grande e senzala, enquanto algumas pessoas não entenderem isso, continuarão defendendo ideias que exalam o odor de suas mentes impuras.
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