quinta-feira, 30 de maio de 2013
Dentre os seixos, piritas, ouro e diamantes!
Neste dia 31 de maio de 2013 completo cinco anos escrevendo artigos sobre temáticas as mais diversas, porém, sem nunca perder o foco naquilo que fizemos nossa profissão de fé, a Educação. Como educador, muitas vezes utilizei este espaço para liberar meu grito angustiado, pois, tal como meus pares, anseio por um mundo melhor, justo, humano e solidário, algo muito diferente daquilo que vemos nas ruas e com que somos bombardeados a todo o momento pelos jornais e pela TV, e que se reflete no fazer escolar, onde muitos educandos alienados pelo sistema já não possuem sonhos, buscam viver o prazer imediato sem nutrir esperanças de que esforços adicionais possam lhes trazer recompensas futuras. Penso e nisso meus colegas não o fazem de forma diferente, de que este mundo melhor, passa pela sala de aula, embora não seja nesta o local do parto dessa nova sociedade, porque como já o vaticinou o Mestre Paulo Freire: “Se a Educação não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda”. Talvez seja por isso, que professores críticos sejam comumente interpretados como “doutrinadores” pelos reacionários de plantão, é que não interessa aos mesmos que as mazelas da sociedade sejam expostas, pois a “harmonia” do sistema pode ser quebrada.
Em nosso primeiro artigo “A histeria da elite” (31 de maio de 2008) discorremos sobre as fortes críticas aos livros didáticos principalmente de Geografia e História praticamente considerados “subversivos”, pois segundo seus detratores tinham conotação marxista e isto incomodava alguns representantes da sociedade obviamente conservadores, e, na ocasião, mostrei que a neutralidade científica inexiste, e, que mesmo a neutralidade é conservadora, sendo portanto, um posicionamento político que não tem por objetivo transformar a sociedade, favorecendo desta forma a classe privilegiada e endossando a desigualdade social. Na ocasião, como pai que também sou, afirmei desejar que meu filho (na época só tinha um) tenha conhecimento da obra de Karl Marx e também de Adam Smith, David Ricardo, etc. Relatei que a escola pública tem professores de diferentes ideologias e isso enriquece o aprendizado dos alunos, que podem refletir sobre as diferentes opiniões acerca da problemática nacional e mundial. Mencionei que professores não são doutrinadores, porém, pensam por si próprios e nisso reside seu maior perigo, pois controlar a mente dos professores é um “sonho de consumo” de muitos reacionários.
Nesses cinco anos, com satisfação digo que recebi mais elogios do que críticas, os elogios foram incentivos para continuar e as críticas instrumentos de reflexão, no entanto, nem todas as críticas foram edificantes, entendo, se você não quer ser alvo de críticas, não faça nada, não fale nada, não escreva nada e de preferência, não pense! Existem pessoas que se comparam às outras (penso ser isso um desperdício de tempo e de energia), por exemplo, conheço muita gente melhor que eu, isso não me diminui e nem me desanima, pois busco aprender com elas. No entanto, assim como há pessoas que ao se comparar com outras, concluem que precisam melhorar e o fazem, outras, passam a desqualificar as pessoas que lhe incomodam, e o motivo do incômodo é muitas vezes as supostas qualidades que alguém possa ter. Dentre os seixos, pode se encontrar o ouro e/ou a pirita (ouro de tolo), também se pode encontrar diamantes, porém, estes últimos só adquirem a beleza que lhes é característica após serem lapidados. Meus artigos talvez sejam piritas e não tenham o valor que penso, porém, lhes trato como diamantes garimpados dentre os seixos de minha vivência, e que ao lapidá-los para a posterior publicação, afirmo ser a minha própria personalidade lapidada a cada artigo escrito, e devo isto a uma psicóloga com quem fiz análise, pois segundo esta: “máquina que carrega energia precisa ser descarregada ou explode”, e por assim ser, sugeriu-me escrever para passar adiante a energia que adquiria com as leituras. O pouco conhecimento que possuo, eu reparto com aqueles que o quiserem, pois como alguém já disse: “é um grande privilégio encontrar a luz, e uma obrigação maior ainda, compartilhá-la”!
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