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domingo, 16 de junho de 2024

Vitória de Pirro - Parte 2

 

                A Assembleia Legislativa do Estado do Paraná (ALEP) protagonizou nos dias 03 e 04 de junho de 2024 um triste e lamentável episódio ao aprovar o projeto de lei 345/2024 que autoriza a privatização da gestão das escolas públicas paranaenses. A verdade é que a ALEP, há muito tempo se converteu num puxadinho do Palácio Iguaçu. O fisiologismo reina solto naquela que nas democracias legítimas se conhece como a "Casa do Povo". Obviamente, a culpa de sermos tão mal representados (com raras e valiosas exceções) é do próprio povo que elege políticos que não estão a altura do cargo para o qual foram eleitos.

            A chamada  "Casa do Povo", por ordem das autoridades competentes, estava impedindo a parcela do povo interessada na discussão e votação do projeto que ali iria ocorrer. Algo que vai totalmente ao largo do que se entenda por uma democracia. Aliás, o projeto sequer foi discutido inicialmente com a sociedade, algo que deveria ter sido feito antes do envio da mensagem para a ALEP.             Os manifestantes foram obrigados a forçar a entrada, ato que em uma legítima democracia, não ocorreria, pois as votações não ocorrem à revelia do conhecimento/participação da sociedade. Após a ocupação da galeria, os deputados situacionistas se retiraram para seus gabinetes e de lá a sessão continuou online. Sem precisar se esconder, permaneceram apenas, os deputados defensores da educação pública e gratuita.

            Assistir a sessão com a presidência do deputado Ademar Traiano (PSD), um corrupto confesso¹, algo amplamente noticiado pela imprensa estadual e nacional e ver deputados tão limitados em sua intelectualidade, foi motivo de asco. Houve até um deputado que fez referência à sessão do golpe de 2016 (o farsesco impeachment da presidenta Dilma Rousseff), parafraseando a fala de seu mentor moral e intelectual (Bolsonaro) quando homenageou a um torturador desta, porém,  referindo-se à APP-Sindicato, entidade que defende os interesses de professores, estudantes e seus pais que desejam a manutenção da escola pública, gratuita e de qualidade como um direito social e, não como mercadoria e objeto de lucro da classe empresarial amiga do governador Ratinho Junior.

Referência:

1. https://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2023/12/06/confessou-um-crime-de-corrupcao-pois-bem-corrupto-e-diz-deputado-renato-freitas-sobre-presidente-da-assembleia-legislativa-do-parana.ghtml - visualização em 14/06/2024.

 

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