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terça-feira, 26 de setembro de 2023

A monoleitura e o monossaber

 

        

            Há alguns meses estávamos debatendo num grupo de estudos questões que afligem a Educação como um todo, ou seja, o Ensino Básico e também o Ensino Superior, na ocasião afirmei que os professores universitários se superespecializavam num determinado tema para o qual direcionavam seus estudos e pesquisas e também todo o tempo de que dispunham, dessa forma, se tornavam sabedores de tudo sobre pouco e ao mesmo tempo sabedores de pouco sobre tudo. E falei também que nós docentes do Ensino Básico por não termos as mesmas condições, pois temos nossa carga horária principalmente em classe e por termos dependendo da disciplina até 15 turmas com cerca de 40 alunos cada e a especificidade de nosso trabalho faz com que sejamos sabedores de um pouco sobre tudo e tudo de coisa nenhuma.

            Penso que o sistema educacional, tal como enunciado inúmeras vezes por diversos educadores, parece ser formado por gavetas e, em cada uma delas uma disciplina. Cada gaveta parece hermeticamente fechada para evitar o contágio que o contato com as demais poderia ocasionar. Esse contágio tem nome chama-se interdisciplinaridade e que embora necessária, muitas vezes acaba por não ocorrer, tornando o processo Ensino-Aprendizagem fragmentado.

            É bom que se diga que a culpa não pode ser assumida unicamente pelo(a) professor(a) e, nem mesmo pela escola, pois, existem vários fatores que fogem à alçada da mesma e que impedem ou dificultam o trabalho interdisciplinar, preocupadas com isso, as equipes pedagógicas das escolas, visando amenizar tal falha, incentivam o desenvolvimento de projetos interdisciplinares, que são importantes, porém, pontuais.

            Penso que parte dos(as) professores(as) do Ensino Básico e também do Ensino Superior, devido à necessidade que a profissão impõe, se encastela e realiza uma monoleitura, ou seja, lê principalmente aquilo que faz parte da sua área de atuação ou de pesquisa e adquire assim um monossaber. Embora dessa forma se possa conseguir grande reconhecimento pelo notório saber adquirido e construído, o qual habilita tal profissional a dar cursos e palestras “país adentro ou afora”, acaba por privá-lo de possuir uma visão mais abrangente do mundo e da humanidade. Isto acaba por prejudicar a formação política (aqui não falo no sentido partidário) de seus educandos.

            Não faço crítica à especialização do(a) professor(a), apenas, penso que ele(a) deve às vezes sair um pouco do seu “quadrado”, se inteirar das questões políticas, econômicas e sociais, ou seja, ser um especialista, mas também, um profissional politizado e com consciência de classe, digo isso, porque percebo que em qualquer dos níveis de ensino, básico ou superior a falta de politização de parcela dos(as) educadores(as). Não raro, vejo profissionais agindo contra os interesses da classe e/ou atacando propostas de cunho social que deveriam defender, tais como as cotas nas universidades para alunos(as) de escola pública, afrodescendentes, etc., e também os programas de transferência de renda direta como o Bolsa-Família, a política de valorização do salário mínimo, etc.. Tais programas devem ser defendidos como políticas de Estado independentemente do grupo político no Poder.

            Como todos(as) sabem, a Educação vive uma crise, porém, essa crise não se iniciou dentro do prédio escolar, mas veio do seu entorno, ou seja, da sociedade que a cerca adentrando os muros escolares. Os fatores que afligem a escola e fogem ao controle dos(as) professores(as) é a desestruturação familiar, a miséria, a violência, a falta de sonhos, as culturas do prazer imediato, de não valorização do estudo e do conhecimento, e, principalmente, a da Pós-Modernidade, que se torna visível em parcela dos(as) alunos(as), pais/mães, professores(as) e pessoas da sociedade.

            É muito fácil e cômodo culpar os(as) professores, porque não ensinam direito ou os/as alunos(as) porque não aprendem, mas, como várias vezes discutimos entre nós docentes, cada vez mais percebemos a impossibilidade de se ensinar, de trabalhar o conteúdo de forma eficiente, que, não é a eficiência empresarial, pois, educandos são seres humanos e neles não é possível colocar um selo de “qualidade total” e, em se falando de qualidade total, qualidade para quê? Qualidade para quem? Uma formação de qualidade total para a Vida ou para o Mercado?

            Uma formação integral e humana é necessária, que prepare para a vida, para o ingresso na universidade e, consequentemente forme para a cidadania. O estudante formado deve ser esclarecido, crítico e atuante contribuindo para tornar melhor a sociedade em que vive. Isso somente é possível por meio da assimilação do conhecimento científico que embasa tal agir, e, é por isto que trabalhamos também conteúdos que algumas pessoas consideram desnecessários e/ou refutáveis, pois, a escola é um lugar onde se tira vendas, não o contrário!

 

sábado, 16 de setembro de 2023

Diana: sua verdadeira história


 

Uma de minhas lembranças do tempo de criança é o fato de ter assistido pela TV (ao vivo), a transmissão do casamento da Princesa Diana com o Príncipe Charles. Lembro que ficamos admirados com a grandiosidade do evento que, segundo estimativas teria sido assistido por cerca de 750 milhões de pessoas ao redor do planeta. Eu, minha família e a quase totalidade dos espectadores do planeta, não podíamos imaginar os ruidosos bastidores desse romance e, levados pela beleza da celebração e de Lady Dy, que, era então alçada ao título de Princesa de Gales, acreditamos que o casal estava selando uma união duradoura e que um dia os veríamos desempenhando os papeis para os quais estavam destinados no trono da Inglaterra. No entanto, como todos sabem, nos contos, a princesa prova do veneno e dorme eternamente, porém, é acordada, Diana, em vida, provou o veneno, mas, jamais acordou.

            A ideia desse artigo é oriunda do fato de haver assistido a série "The Crown" da Netflix e em dado episódio, tomar conhecimento do livro "Diana: sua verdadeira história" do jornalista e escritor britânico Andrew Morton (1953) que abalou as estruturas da monarquia inglesa. Curioso, baixei o livro em formato digital no meu e-reader para tomar conhecimento da famosa obra que tanto gerou polêmica no ano de 1993. Concluída a leitura, penso que a necessidade de uma reflexão acerca do ser humano Diana Frances Spencer e das demais personagens envolvidas na trágica história, não pode ser feita sob o signo da emoção. Também, o distanciamento acerca de nosso posicionamento crítico ao papel historicamente representado pelo Império Inglês e de sua monarquia à luz do século XXI, se faz preciso. De qualquer forma, resultaria algo grande demais para o objetivo aqui pretendido, é necessário simplificar.

            Diana Frances Spencer (1961-1997) foi uma aristocrata e filantropa nascida no Reino Unido. Diana teve sua infância marcada pela separação dos pais, algo que impactou em sua vida. Tendo ficado (juntamente com seus irmãos) sob a guarda de seu pai Conde John Spencer após disputa judicial entre o casal. Tanto sua mãe, como seu pai contraíram novos matrimônios (algo que não agradou os irmãos Spencer). Diana, nunca foi brilhante nos estudos, tal papel era desempenhado por seu irmão, Charles. No entanto, Diana frequentou boas escolas e, apesar de ser filha de uma família abastada, trabalhou como faxineira e professora de jardim de infância. A questão envolvida é cultural, entre os ingleses, não há nada de errado ou reprovável em alguém nascido de bom berço, exercer um trabalho humilde. O trabalho, em si, é para eles dignificante, algo que não condiz com o imaginário coletivo brasileiro, cuja mentalidade colonial e escravocrata vê em tal fato uma humilhação desnecessária. Diana não via assim, adorava crianças e gostava muito de fazer faxina.

            A obra, mostra uma Diana apaixonada, mas, que percebe a existência de uma sombra naquele relacionamento, Camila Parker Bowles. Diana, às vésperas do casamento, sendo tratada com descaso pelo Príncipe, que vê no casamento o cumprimento de seu papel na linha sucessória, mas, cujo amor era devotado a uma mulher casada, tenta sem sucesso argumentar quanto a necessidade de cancelar aquele casamento. É convencida pelo Príncipe que com o casamento, o passado ficará para trás. Não ficou. Diana, nunca teve apoio e o carinho que desejava da família real. De Charles, nunca teve o amor e o companheirismo que esperava. Diana beijou o príncipe e, ele num passe de mágica se transformou num sapo ao longo de todo o casamento. Os dias se passaram e o casal perfeito era algo do imaginário popular alimentado por belas fotos e aparições em eventos públicos programadas para simular uma harmonia inexistente entre o casal.

            Diana conseguia sorrir perante as câmeras, apesar de estar com sua vida e emocional destroçados com as informações que coletava quanto a continuidade do relacionamento de Charles com Camila. Diana dedicava-se aos filhos e à filantropia. Fazia aparições e arrecadava recursos para entidade filantrópicas que apoiava. Ia a hospitais e abraçava os doentes, conversava com eles e o fazia sem a intenção de ganhar publicidade, pois, não chamava os repórteres. Na verdade, tinha dificuldades com os jornalistas, pois, não lhe davam o direito a privacidade. Muitas reportagens ácidas foram feitas quanto à princesa, especialmente quando se divorciou e deixou de ter a proteção da família real. A perseguição dos paparazzi ao carro (dirigido em alta velocidade por um motorista embriagado)  em que estava com seu namorado, o milionário Dodi Al-Fayed resultou num trágico acidente que vitimou o casal e o motorista.

            Em seu funeral, seu irmão, o Conde Charles disse que Diana não precisava do título de Princesa (que lhe foi retirado pela família real com a separação) e nem ser tomada como uma santa, ela brilhava por si mesma. No Palácio de Kensington, onde morava, junto à cerca, quantidades colossais de flores e mensagens foram depositadas. Uma dessas mensagens dizia: "Não morre aquela que estará eternamente em nossos corações". A popularidade de Diana, sempre incomodou a família real, especialmente o príncipe Charles.

            "Diana, a princesa de Gales escreveu poesia em nossas almas. E nos deixou maravilhados" (Andrew Morton).

Sugestão de boa leitura:

Título: Diana: sua verdadeira história.

Autor: Andrew Morton.

Editora: Best Seller, 2013, 350 p.

domingo, 10 de setembro de 2023

Brasil: um país do futuro


O leitor, jovem a mais tempo, certamente conhece a frase que dá título a este artigo, afinal, desde nossa mais tenra infância, ouvimos que o Brasil é o país do futuro. Os mais jovens, a conhecem também, porém, munida de um complemento: Brasil: o país do futuro... "que nunca chega". Essa frase que virou quase que um sobrenome do Brasil, foi cunhada pelo escritor, romancista, poeta, dramaturgo, jornalista e biógrafo austríaco de origem judaica Stefan Zweig (1881-1942). (Wikipedia)

            Stefan Zweig foi um renomado escritor de classe internacional, sendo em sua época, aquele cujas obras eram as mais publicadas e traduzidas e, como tal, viajava o mundo dando palestras e lançando seus livros. A paixão que tinha pela literatura e seu hábito cosmopolita tornavam seu trabalho mais fácil. Passava longos tempos fora de casa e aprendia muito com cada nova cultura que conhecia. Esteve na América do Sul por três vezes, sendo que em 1936, quando estava a caminho de Buenos Aires, fez uma visita ao Brasil e foi recebido pelo então presidente Getúlio Vargas. Em 1941, ele e sua esposa Charlotte resolveram se instalar no Brasil para se manterem distantes do palco da guerra que consumia a Europa que tanto amava. Stefan Zweig havia prometido que escreveria um livro sobre o Brasil e anunciou que sua vinda ao país, tinha também esse propósito.

            Ao lermos a obra "Brasil: um país do futuro", nos questionamos se ela é o resultado de uma visão superficial de um país que nada tinha de paraíso ou modelo para o mundo no que tange às relações sociais ou tentativa de agradar o presidente Getúlio Vargas, país no qual ele estava se exilando e buscando conquistar o visto de residência. Pode-se alegar que Zweig era grande demais para escrever um livro meramente propagandístico para o Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) da ditadura Vargas (1930-1945), contudo, há registros de viagens feitas pelo escritor pelo país e que foram pagas pelo governo federal. No entanto, há cópias dos contratos que fez com as editoras para a venda dos direitos de sua obra, na qual foi adequadamente remunerado. Ao ler temos a impressão que em alguns momentos ele passa pano para a ditadura brasileira quando a compara com aquilo que ocorria na Europa, mas, obviamente o grau de ódio racial e violência no velho continente era incomparável.

            É importante lembrar que o autor teve grande parte de sua vida atribulada pelos conflitos que varriam a Europa, sendo a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e Segunda Guerra Mundial (1939-1945), sendo que esta última foi o motivo que o levou a suicidar-se juntamente com sua esposa em Petrópolis no ano de 1942, seis dias após submarinos alemães atacarem e afundarem navios brasileiros em nossa costa, como se constata no trecho de sua nota de despedida: "Deixo saudações a todos os meus amigos: talvez vivam para ver nascer o sol depois desta longa noite. Eu, mais impaciente, vou embora antes deles". Zweig, ao vir para o Brasil, já se encontrava deprimido, era um crítico do materialismo estadunidense, havia se decepcionado com a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas e estava horrorizado com o terror racial nazista. Tinha no Brasil e na América do Sul, a sua esperança de um novo amanhã, do nascer de uma nova civilização.

            A desesperança de Stefan Zweig, com a Europa, na qual a guerra vitimara muitos de seus notórios amigos (intelectuais, literatos, etc.), talvez tenha levado o autor a ter uma esperança no Brasil que beirava à utopia. Zweig projetou mentalmente um Brasil em que as favelas não mais existiriam, pois a miséria seria combatida e, pensou que a miscigenação de nossa sociedade tinha condições de impedir o avanço do ódio racial que viu se agigantar na Europa. Talvez por isto, tenha exagerado na louvação a um país que sempre esteve entre os mais desiguais do mundo, que aceita facilmente o progresso técnico, mas refuta governos e iniciativas de reformas sociais, de redução da desigualdade social e, sabemos, nenhum país progride sem o combate à miséria, sem políticas de distribuição de renda e de eliminação dos privilégios hereditariamente obtidos.

            A imprensa, censurada por Vargas, não podia criticar o governo como gostaria, mas, nada a impedia de criticar a obra do famoso autor que escrevera um livro de louvação ao país. O linchamento da obra de Zweig foi diária e brutal com artigos ácidos escritos sobre "um estrangeiro que não entendia nada do país", mas, que denotava a ânsia da imprensa em poder mirar Vargas, algo totalmente inalcançável naquele momento, dada a repressão oficial. Há quem veja na reação dos jornalistas e intelectuais brasileiros, uma atitude provinciana, em não reconhecer a opinião de um estrangeiro, mesmo sendo este, o renomado e mundialmente aclamado Stefan Zweig.

            Também não podemos criticar Zweig, quanto a "ingenuidade" com que olhou para a nossa sociedade, afinal, foi preciso que governantes e governos que ousassem mexer no status quo do "eterno fazendão governado a partir da Casa Grande" se instalassem no poder, para que o que há de mais reacionário, odioso e violento mostrasse a sua cara e, enfim realmente conhecêssemos o nosso vizinho, o nosso amigo, o nosso parente.

            Não devemos descrer da utopia de sermos um país com um grande futuro, mas, para isso precisamos cortar o que nos prende ao passado, à colonização imperialista, à escravidão, ao genocídio, às sesmarias, à política de branqueamento (do topo da pirâmide social), ao fascismo. Na atualidade, ver o Brasil, como um país do futuro, soa à utopia, mas, de que vale viver, sem ter uma utopia?

Sugestão de boa leitura:

Título: Brasil: um país do futuro.

Autor: Stefan Zweig.

Editora: L&PM, 2008, 264 pág.

 

           

sábado, 2 de setembro de 2023

Mais Platão, menos Prozac & Pergunte a Platão

 

        


Quando acadêmico este escriba imaginava como deveriam ser os diálogos entre os professores na hora do recreio e pensava serem momentos de discussões filosóficas e também dos grandes problemas locais, nacionais e mundiais, no entanto, quando me tornei professor não tardei a descobrir que tal momento era utilizado para a necessária descontração e que nem sempre puxar um “papo-cabeça” era uma atitude vista com simpatia por parte de alguns colegas. Mas, como para toda a regra há a exceção, não demorei a descobrir que as pessoas são diferentes entre si e que havia aquelas que não torciam o nariz para uma conversa mais fundamentada.

            Num desses dias estava conversando com uma colega que é professora de Filosofia e contei-lhe que li dois livros sobre a aplicação terapêutica da Filosofia em consultas com pacientes que desejam conseguir ajuda para resolver os problemas da vida que se acumulam e os/as colocam em becos sem saídas. Comentei que essa tendência se observa mais fortemente fora do Brasil, principalmente nos Estados Unidos da América e também na Europa. Afirmei que existe muita gente da área da Psicologia que não está gostando dessa invasão dos filósofos em sua área de atuação e que os consideram despreparados para exercer tal função, enquanto, outros que já são psicólogos estão indo atrás dos ensinamentos de Filosofia para ao se especializar, oferecer um algo a mais para os seus “clientes”, uma vez que os psicólogos, segundo li, não chamam as pessoas que atendem como pacientes. Comentei com a minha colega que os filósofos clínicos auxiliam seus clientes a desatar os nós que a vida lhes apresentou através de sugestões embasadas na teoria de filósofos tais como Platão, ou seja, como Platão pensaria e resolveria o imbróglio em questão apresentado pelo(a) cliente.


           Particularmente gostei muito dos livros abaixo referenciados, porém, sou bastante eclético nas leituras e assim quem não aprecia filosofia e detesta livros de autoajuda talvez não goste das referidas obras. Aproveitei o ensejo e perguntei a minha interlocutora se conhecia o significado da palavra “resiliência” ao que afirmou não saber, expliquei-lhe que resiliência era a capacidade de transformar um trauma, uma situação estressante da vida em algo edificante de forma que a pessoa sai da situação vivida um alguém mais forte e competente, ou seja, mais resistente a situações de destruição da vida pessoal e/ou profissional.

            Todos conhecemos pessoas que passaram por uma situação traumática que dividiu sua vida ao meio com “um antes e um depois” que pode ser a morte de entes queridos ou a queda vertiginosa do padrão de vida e do status social, porém, a forma como as pessoas lidam com isso é sempre particular, algumas “tiram de letra”, outras demoram a se adaptar à nova situação, outras jamais conseguem superar e tornam-se consumidoras de calmantes e antidepressivos, inclusive, é digno de nota que o consumo de tais medicamentos em nosso país só faz aumentar. A minha colega perguntou-me se conhecia o termo “ataraxia” e afirmei que não, ela então me apresentou um texto e explicou-me que por ataraxia entende-se “o estado do homem em que ele se encontra imperturbável frente às emoções, uma condição de tranquilidade, na qual, independentemente dos fatos, o indivíduo permanece inabalável, sem se deixar arrastar por alegrias e prazeres, nem por dores e tristezas”.

            Ela afirmou que gostaria de atingir tal estágio que era considerado pelos filósofos gregos “uma conquista possível e equivalente à própria felicidade humana”. Quem não queria, não é mesmo? Para encerrar, nada melhor que citar o gênio da psicanálise Freud quando disse “somos feitos de carne, mas temos de viver como se fôssemos de ferro”, assim, caro(a) leitor(a) mantenha sempre em sua “farmácia caseira” doses de resiliência e de ataraxia, pois, desejo que nunca precises, mas, se precisares, que a superação seja rápida e o(a) torne um alguém mais forte.

Sugestão de boa leitura:

MARINOFF, L. Mais Platão e menos Prozac: A Filosofia aplicada ao cotidiano. 2002, Editora Record. __________. Pergunte a Platão. Terapia para quem não precisa de terapia ou como a Filosofia pode mudar sua vida. 2005, Editora Record.