Há tarefas para as quais
nunca nos julgamos preparados adequadamente e, segundo um amigo professor
universitário, nunca estaremos, pois temos a tendência a acreditar que com mais
tempo poderemos fazer melhor e, isso não acaba nunca. Há um tempo para cada
tarefa, embora muitas vezes, esta tenha que vir à luz sem que o tempo ideal
para a sua gestação tenha ocorrido. Li que devemos sempre desconfiar das
pessoas muito autoconfiantes, pois, nelas muitas vezes falta a competência para
fazer algo bem feito. Há uma grande diferença entre ser capaz de realizar um
trabalho e de fazer um trabalho de boa qualidade. Vivemos na sociedade da
aparência, das fake news e dos analistas políticos de manchetes noticiosas, os
quais devem pensar: ler para quê a notícia, se pela manchete já sei o seu
conteúdo? O presidente Bolsonaro disse que "os livros hoje em dia, como
regra, são um montão de amontoados de muita coisa escrita e que precisam ser
suavizados". Essas notícias e esses
livros, sempre tão extensos... por que não adotam o padrão Tweeter de 140
caracteres? Na sala de aula não são poucos os alunos que reclamam de ler uma
lauda ou de que as questões exijam a interpretação de um pequeno texto. Na
mídia digital, muitas vezes a manchete não condiz com o conteúdo e vejo gente
compartilhando coisas que no fundo discordam.
Tenho em minha estante centenas de livros não lidos, para
garantir a posse, adquiro mais livros do que a minha capacidade de leitura. Já
deixei de comprar livros que esgotaram e tive que adquirir usados em sebos.
Tendo em vista os analistas de manchetes, para não ficar angustiado de não
poder ler tanto quanto gostaria, talvez devesse ler apenas os títulos dos
livros para adquirir o conhecimento pleno de seus conteúdos. Ledo engano, não
se julga uma pessoa pela aparência, menos ainda um livro. Há que se desvelar a
essência, há que se conhecer e para isso, é necessário ler as linhas e refletir
as entrelinhas. "Pensar é o trabalho mais difícil que existe, talvez por
isso tão poucas pessoas se dediquem a ele" disse o empresário Henry Ford
(1863-1947), o filósofo grego Sócrates, anterior a Ford disse também:
"quem não pensa, é pensado pelos outros". Mas ler, estudar, cansa,
talvez seja melhor deixar a canoa seguir seu rumo a remar contra a correnteza.
Quanto a possibilidade de haver uma catarata, basta não torcer contra que a
economia brasileira vai bombar.
As notícias dos últimos anos, mostraram a crise das
livrarias. A pandemia agravou uma situação que já era difícil e grandes
livrarias físicas fecharam pelo país. Apesar de não ser curitibano, senti
fortemente o fechamento da Livraria Cultura do Shopping Curitiba. A sensação
que sentia naquele local não é possível traduzir em palavras. Caminhar entre as
estantes, garimpar obras, das quais muitas vezes nem sabia existir e trazer
para casa juntamente com outras para a família. Dar livros para os filhos é
importante, mas, o maior estímulo para eles é ver seus pais lendo. Eu sei que o
livro, por seu preço é inacessível a grande parcela da população. O governo
também não ajuda, o Ministro da Economia Paulo Guedes, resolveu tributá-los,
pois, segundo ele quem lê são os ricos e não os pobres. Isso é de uma maldade
gigantesca, ao invés de democratizar (subsidiar) o acesso aos livros,
tributa-se e com isso deixa-os ainda mais inacessíveis aos pobres.
No país onde o Ministro da Educação, o Ministro da
Economia e vários parlamentares da base de apoio do governo são contra a
democratização do acesso dos filhos da classe trabalhadora à universidade e o
Ensino Médio é desfigurado em prejuízo do estudante pobre, logo se vê que Darcy
Ribeiro (1922-1997) tinha razão quando afirmou: "A crise na educação nunca
acaba, porque não é uma crise, mas um projeto". A educação é a arma mais
poderosa que você pode usar para mudar o mundo disse Nelson Mandela
(1918-2013). A elite brasileira sabe disso...e está desarmando a classe
trabalhadora, pois, o único pobre que incomoda o seu olhar é aquele que pensa!
Em tempo: Parabéns aos/às
professores/as pela passagem do seu dia!
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