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sábado, 5 de junho de 2021

A importância de colocar o livro em sua vida e em seu devido lugar

            Há uma frase do ativista, escritor, diretor e produtor José Bento Renato Monteiro Lobato (1882-1948), popularmente conhecido como Monteiro Lobato, autor (dentre outras obras) de "Sítio do Pica-pau Amarelo". A frase: "Quem mal lê, mal ouve, mal fala, mal vê". Monteiro Lobato foi certeiro em sua constatação. A leitura é um ato indissociável da escrita elegante e da boa fala, além disso, a leitura abre os olhos da alma e, assim, as pessoas tornam-se capazes de entender a essência de um texto, de uma obra audiovisual, da vida em sociedade no âmbito local, nacional ou global. Todas as pessoas possuem cultura e esta não é obtida apenas pela posse de um ou vários diplomas, pois, conforme um colega professor costuma afirmar: "diploma não encurta orelhas". Apesar dos esforços na universalização da educação pública, o país ainda apresenta uma multidão de onze milhões de pessoas analfabetas (6,6%), o que equivale a população do Estado do Paraná. Vários de nossos países vizinhos (com economias menores) possuem índices praticamente zerados e, isso é a demonstração de um dos efeitos da monstruosa desigualdade social brasileira (8ª nação mais injusta do planeta).

          Se ao elevado número de pessoas analfabetas acrescermos os números referentes ao analfabetismo funcional (29%), a situação torna-se ainda mais grave. Os analfabetos funcionais são a parcela da população que tendo cursado a Educação Básica completa e, até mesmo a Universidade, apesar de saberem ler, não conseguem ou têm grandes dificuldades na interpretação de textos simples e na identificação da ideia central destes. Também são incapazes de fazer operações matemáticas simples ou elaboradas. Os professores da Educação Básica têm grande dificuldade em fazer com que os estudantes leiam obras de literatura. Essa dificuldade também é encontrada na Universidade. Embora se fale que as pessoas estão lendo mais por causa da Internet, estas muitas vezes acessam redes sociais e sites nem sempre confiáveis, enfim,  a qualidade do que se lê é fundamental para a elevação do nível cultural da população. E o livro é fundamental para isso. Infelizmente, não raramente, ouvimos e/ou lemos comentários de pessoas que afirmam nunca mais terem lido livros após deixar os bancos escolares ou universitários.

        Monteiro Lobato, já citado, também cunhou outra frase emblemática acerca da importância da leitura de livros, disse ele: "Uma nação se faz com homens e livros". Também aqui acertou, a mudança que queremos para o Brasil, começa em nosso íntimo e, precisamos estar à altura do país que queremos ser. Um país se faz com cidadãos melhores, conscientes, críticos, solidários e honestos. Lembro de um estimado professor das séries finais do Ensino de 1º Grau (atual Ensino Fundamental) que nos dizia sempre: "Para cada coisa, um lugar e,  cada coisa em seu lugar". É necessário que as pessoas entendam que colocar o livro em suas vidas e, em suas casas, não dói, o que dói é  viver e não conseguir "ler" o mundo em que se vive.

            Foi ao lembrar a frase de meu professor que surgiu a ideia desse artigo. Tenho amigos que vivem com o dilema sobre como organizar a estante de livros,  sempre se questionando se devem fazê-lo por ordem alfabética (autor) ou, por área do conhecimento. Visando a praticidade, criei dois arquivos no computador: um por ordem alfabética (com o devido número de registro do livro) e outro arquivo com a ordem numérica. Mandei fazer um carimbo no qual há o número de registro do livro e com o qual carimbo cada livro. Os livros são organizados na estante de acordo com a ordem numérica e sempre com o mesmo sentido do título na lombada (mas não é TOC, viu!?). E quando preciso, consulto o arquivo alfabético para saber se tenho determinada obra de um autor e vejo sua ordem numérica para localizá-lo na estante. Não é necessário registrar duas vezes, pois, o arquivo numérico gera o arquivo alfabético. Na verdade, cada arquivo digital possui as duas informações, o que muda é o modo de busca, numérica ou alfabética. Tenho cópia do arquivo alfabético no celular, isso evita que eu compre livros que já possuo, como no passado ocorreu. Nesses arquivos, registro também os livros lidos (mês/ano) e os não lidos (em negrito). Simples assim. Penso que só precisa ser funcional para mim. E meus livros, embora tenham argumentações diferentes, convivem bem na estante, não preciso separá-los por afinidades, entre eles, não há inimizades.


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