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quinta-feira, 21 de março de 2019

Os monopólios midiáticos como glifosato na lavoura da democracia!




                Durante o processo de impeachment contra a então presidenta Dilma, a mídia estrangeira chegou à constatação de que para ter um entendimento real da situação que transcorria no Brasil era necessário enviar correspondentes ao país. Não dava para confiar nas notícias veiculadas pela Grande Mídia brasileira, pois, estas eram carregadas de manipulações, distorções e omissões. Não é a toa que a Grande Mídia é considerada o quarto poder. E este quarto poder sempre esteve a serviço da Casa Grande, ou seja, dos interesses da elite do capital financeiro do país. Mesmo os jornais e canais de TV, tradicionalmente tucanos, e que muito se empenharam para infrutiferamente eleger Alckmin, no segundo turno abraçaram a candidatura Bolsonaro. Eleito, Bolsonaro elegeu a TV Record do Bispo Edir Macedo como a sua favorita e teceu sérias críticas à Folha de São Paulo e à TV Globo. Tais meios de comunicação passaram a fazer denúncias acerca das irregularidades da campanha movida a fake news e ao desgoverno de sua gestão que já decepciona parte de seus eleitores como atestam pesquisas de opinião com a queda de aprovação do governo. No entanto, não se enganem caros leitores, se o governo Bolsonaro distribuir agrados (publicidade oficial) tais grupos amenizarão suas críticas em detrimento do bom jornalismo.
Esta é uma coluna de opinião, e ainda mais, ela é intitulada “A Vista de Meu Ponto!”, o leitor é sabedor de que a notícia passa pela minha interpretação que é baseada na minha vivência de eterno estudante e leitor contumaz, ou seja, a minha forma de ver o mundo, a partir de onde piso. Porém, a notícia na mídia televisiva e escrita deveria se referir aos fatos, pois, aos leitores e aos articulistas caberia opinar sobre elas. Não é o que acontece na Grande Mídia brasileira, onde a notícia já vem interpretada com o objetivo de moldar a opinião pública como professorou Noam Chomsky. A Grande Mídia teve um papel decisivo no processo de impeachment de Dilma. A TV Globo se esforçou em mostrar que o processo de impeachment seguiu o rito legal, e disso não discordo. O que a TV Globo esqueceu ou omitiu é que contra Dilma não havia provas de crimes de responsabilidade por ela cometidos. Sem a comprovação por meio de provas irrefutáveis o único caminho honesto seria o arquivamento do processo ou a absolvição da ré, mas, isto num país cujo Judiciário não se deixou corromper pelos interesses políticos e ainda aplica os princípios elementares do Direito, não aderindo desmesuradamente ao decisionismo. Afinal, o Judiciário participou do processo de Impeachment ao presidir o processo no Senado e ao estabelecer o rito por meio do Ministro Ricardo Lewandoski (STF). Além disso, caberia ao STF julgar a legalidade do próprio processo, o que denota ser co-participe do golpe. No mundo todo existe a clareza de ter sido o Brasil vítima de um golpe de Estado. Bolsonaro é sua cria, pois, dele se beneficiou alavancando sua candidatura. Se não houvesse ocorrido, hoje talvez tivéssemos PSDB ou PT no Poder.
Democracia é uma palavra linda, porém, são poucos que sabem o alcance de seu significado. Muitos são os que a invocam alegando defendê-la quando com suas ações demonstram justamente o contrário. Não podem se arvorar defensores dela aqueles que apóiam os tortos caminhos tomados por autoridades políticas e do próprio Judiciário nos últimos tempos. Quem defende autocracias e todos os males delas resultantes não possui moral suficiente para falar em democracia e justiça. A justiça a qualquer custo é coisa de justiceiros e não é sinônimo da aplicação do Direito consagrado no mundo civilizado. A democratização da mídia é condição indispensável para que a democracia floresça no Brasil. Um povo mal informado, manipulado por uma mídia escrota é um povo facilmente dominado. O Brasil precisa urgentemente da regulação econômica dos meios de comunicação. A regulação não constitui censura. Todos sabem que sou contra a censura. A regulação visa democratizar a mídia tal como expresso na Constituição Federal (1988). Monopólios midiáticos são danosos à população e constituem o glifosato aplicado à lavoura da sociedade impedindo o florescimento da democracia, esta que é tida como verdadeira erva daninha pela elite antipatriótica deste país. Lula do alto de sua imensa aprovação errou ao não fazer a regulação. Não será no governo Bolsonaro que tal passo será dado. Deste governo só se espera passos para trás, como aqueles até aqui dados!

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