A temporada de caça ao eleitor está aberta, e candidatos
que pouco ou nada fizeram em benefício do povo, ou pior, pautaram suas ações em
detrimento deste ao endossar a política do Governo Temer de redução de
investimentos sociais, e em benefício do grande capital nacional e estrangeiro
procuram convencer o eleitor de suas boas intenções, em que pese seu passado
reprovador.
O Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) há muito
abandonou suas raízes (a social democracia) e, deslocou-se para a direita. Isso
ocorreu, talvez, devido ao avanço do Partido dos Trabalhadores (PT) nesta área
do espectro político. O PT há muito deixou de fazer a defesa inegociável do
socialismo, e, na atualidade é um partido social-democrata. Grande parte da
população brasileira não sabe a diferença entre esquerda e direita no campo
político. Não há como culpá-la por isso, sem leitura e observação atenta, a
distinção é mesmo difícil. Há unanimidade no seio da população de que a vida
piorou após o golpe de 2016. O fisiologismo reinou solto durante o golpe quando
vários políticos deram sustentação ao governo ilegítimo de Temer cuja
popularidade é igual à margem de erro das pesquisas. Como estamos no divisor de
águas que a proximidade das eleições sempre representa, há candidatos que
arrependidos, pedem “desculpas” aos seus eleitores, pois, afirmam terem sido “enganados”
por Temer & Cia. Alguns estão desistindo de serem candidatos, pois,
embarcaram no trem da alegria golpista, traíram suas bases, mas, não conseguiram
apoio eleitoral em seus novos ninhos. É o caso dentre outros, de Marta Suplicy
(MDB).
Uma estratégia malandra é a do chamado “centrão”, que
aposta na desinformação da população, pois, procura colocar no PT a marca da extrema-esquerda
(coisa que há décadas deixou de ser) em contraposição à extrema-direita de
Bolsonaro (PSC). Os políticos do “centrão” apresentam-se como limpinhos, inodoros,
insípidos, simpáticos, amáveis, desideologizados, pois, não vestem as cores do
radicalismo do PT e Bolsonaro. Buscam conquistar o eleitor incauto que se
cansou da polarização entre esquerda e direita. Ledo engano, um exame acurado
do “centrão” mostra que não faltam raposas velhas se habilitando a cuidar do
galinheiro. O “centrão” é um reduto do que há de mais conservador, portanto, de
direita deste país. Também notei que nas propagandas políticas os candidatos
por partidos que apoiaram o golpe de 2016 inserem o número, mas, não as
referidas siglas partidárias (o golpe está cobrando a fatura). O PMDB que nunca
elegeu um presidente, mas, jamais deixou o poder desde o fim da ditadura
militar (1964-1985) mudou a sigla para MDB, denominação utilizada durante a
ditadura militar. O MDB combateu a ditadura, mas, também foi o partido criado e
tolerado pela ditadura para dar “ares de democracia” ao regime do país perante
o mundo. A ARENA (Aliança Renovadora Nacional), o partido que dava sustentação
à ditadura militar é a origem histórica dos atuais DEM e PP. A mudança de sigla
de partidos com imagem desgastada é comum para enganar o povo, mas, na prática,
não costuma constituir nenhuma mudança de atitude do partido ou de seus
integrantes.
Os políticos estão visitando seus redutos eleitorais,
prometendo a valorização do trabalhador, mais investimentos em saúde, educação,
segurança, etc. e muitos fazem isso com a maior desfaçatez. Refiro-me àqueles ligados
à direita que em sua quase totalidade votou favoravelmente à reforma
trabalhista que precarizou as condições de trabalho do povo brasileiro para
beneficiar o patronato, e, que também votou favorável à “PEC do fim do Mundo”
(PEC 55/241), que congelou os investimentos em Educação, Saúde, Segurança, etc.
e que trará graves prejuízos para a população. Muitos desses políticos virão
até você eleitor e prometerão fazer caso reeleitos o contrário do que fizeram
até aqui, cabe a você repelir a sua conversa barata, ou acatá-la. Concluo com
um provérbio árabe: “Se você é enganado uma vez, a culpa é de quem o enganou.
Mas, se você é enganado novamente pela mesma pessoa, a culpa é sua”!