sexta-feira, 12 de agosto de 2016
Pimenta no Moro dos outros é refresco!
O Juiz Sergio Moro passou por maus momentos no dia 04 de Agosto na audiência pública na Câmara dos Deputados que debatia o combate a corrupção. O deputado Wadih Damous (PT) e ex-presidente da OAB/RJ, disse “ser um homem do tempo em os Juízes falavam apenas pelos autos dos processos, mas, que vivemos tempos pós-democráticos e há juízes que se portam como celebridades, num protagonismo indevido”. O deputado afirmou também “não reconhecer em ninguém o poder de oráculo na defesa da corrupção” numa alusão ao juiz paranaense. Moro defendeu a adoção de leis estadunidenses no Brasil quando despertou a oposição do Deputado Federal Paulo Pimenta (PT) que argumentou que tal como a Lava-Jato é parcial e seletiva, também a importação da lei estadunidense que o Juiz defendia é seletiva e afirmou: porque não importar toda a lei, inclusive aquela que trata do abuso de autoridade? E disparou: “o que aconteceria com um Juiz de Primeira Instância nos Estados Unidos que ousasse captar a conversa telefônica entre o Presidente Obama e o ex-presidente Bill Clinton e a jogasse nas redes de televisão? Qual teria sido a atitude da Justiça americana”? E nesse item, acrescento: o que a Justiça estadunidense faria com um Juiz de Primeira Instância que tentasse de forma ilegal conduzir coercitivamente o ex-presidente Bill Clinton?
Pimenta ainda lamentou a impunidade existente no país e a relacionou com a seletividade do Judiciário brasileiro em que o rigor não é aplicado a todos independentemente do partido. Ao criticar a seletividade da Justiça brasileira lembrou o caso Banestado, em que Sergio Moro também atuou, mas, que estranhamente foi encerrado sem um maior aprofundamento da investigação e sem a necessária punição dos corruptos. Na ocasião a agência Banestado de Foz do Iguaçu foi utilizada para enviar bilhões de dólares para o exterior e acredita-se que grande parte desse dinheiro era resultante da corrupção do processo de privatizações realizado no governo FHC. O deputado ainda criticou a falta de instrumentos para punir juízes e procuradores corruptos que vendem sentença e o fato de que atualmente a maior punição para um juiz ou procurador que vende sentença é a aposentadoria com recebimento integral de seu salário. Sergio Moro, visivelmente constrangido, se recusou a comentar “casos concretos” e se retirou.
Penso que em nosso país, nenhuma pessoa suficientemente esclarecida e honesta, consegue afirmar não haver na operação Lava-Jato e em amplos setores do Judiciário brasileiro uma ação parcial, seletiva e orquestrada com a Grande Mídia com o claro objetivo de assassinar a reputação de importantes figuras políticas da esquerda como o ex-presidente Lula. Lembro que na Itália, com o receio de que os comunistas chegassem ao Poder, a população aplaudiu uma sequência de arbitrariedades e assistiu passivamente Mussolini se estabelecer no poder e implantar uma ditadura que por seu caráter levou o país a se aliar à Alemanha Nazista na Segunda Guerra Mundial. Na Alemanha Nazista, o governo de Hitler elegeu os judeus como bode expiatório de todos os problemas da sociedade alemã, embora não somente estes fossem perseguidos, pois, também o foram, os ciganos, os negros, os homossexuais e os deficientes físicos. Mas, a propaganda ideológica nazista do Ministro Goebbels bombardeava a população sobre os supostos males que os judeus, suas atividades e suas empresas causavam à sociedade alemã e logo a população internalizou o fato de que, os judeus, eram a culpa de todos os seus problemas e passaram a odiá-los, a agredi-los e a informar às autoridades nazistas sobre a localização de famílias judaicas que então eram levadas aos campos de extermínio.
Não vivemos mais numa democracia, direitos civis e políticos têm sido desrespeitados e a Grande Mídia age tal como se seguisse à risca o ideário de Goebbels e elegeu a esquerda e, mais, especificamente o PT, como bode expiatório da corrupção que aqui se instalou quando aportou a primeira caravela portuguesa. Gilmar Mendes ao pedir somente a extinção do PT e não de outros partidos que incorreram em idênticos erros, demonstra a mediocridade e a seletividade de um Judiciário que envergonha o país perante o mundo, a ponto de um parlamentar estadunidense perguntar: “A lei ainda vale para alguma coisa no Brasil”? A população em grande parte acrítica e pouco culta é manipulada pelo pensamento único da Grande Mídia (em especial, a Rede Globo e a Revista Veja) que representa os interesses do grande capital nacional e estrangeiro. A mente colonizada de nossa elite é tal qual a dos negros alçados ao cargo de feitores de escravos, e que não viam na libertação destes, a redenção de sua própria gente, julgavam-se brancos e assim agiam como algozes de seu próprio povo. A elite nacional é o atual feitor de escravos do povo brasileiro, pois, considera-se anglo-saxônica, e faz o serviço sujo para os senhores de escravos que são as potências dominantes e suas empresas, notadamente, os Estados Unidos da América.
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