quinta-feira, 3 de março de 2016
Gabo: um século de solidão!
Gabriel José García Márquez nasceu na cidade colombiana de Aracataca a seis de março de 1927 e faleceu na Cidade do México a 17 de abril de 2014 ao lado da mulher Mercedes e os filhos Rodrigo e Gonzalo. Em seus últimos anos de vida García Márquez se surpreendia com as demonstrações de carinho de seus apaixonados leitores por ocasião da passagem de seus aniversários e em certa ocasião, perguntou a sua esposa porque as pessoas gostavam tanto dele, pois, Gabo, como era carinhosamente chamado estava acometido de câncer linfático e demência senil, motivo que o levou a aposentar sua caneta e renunciar à escrita de novos livros. Márquez se popularizou por ser um escritor de contos, novelista, jornalista e ativista político defensor dos ideais da esquerda. Em 1982, Gabo ganhou o Prêmio Nobel de Literatura e discordava de leitores e críticos literários que consideravam como sendo sua obra expoente “Cem anos de solidão” reservando tal posto para a obra “O amor nos tempos de cólera”. García Marquez é considerado o criador do estilo literário “realismo mágico” em que a realidade se mistura à ficção na tessitura de suas tramas, apesar da surrealidade de sua escrita afirmava que não havia nada nela que não fosse a realidade, pois, dizia ser carente de imaginação.
Em sua obra “Cem anos de solidão” conta a história da família Buendía na fictícia Macondo, que em realidade se tratava de uma fazenda dedicada ao cultivo de banana, na qual inicia discorrendo sobre a saga dos primos José Arcádio Buendía e Úrsula Iguarán que se casam e tal como as pessoas afirmavam, o casamento entre familiares produzia aberrações, e, assim, por iniciativa de Úrsula o casal evitou ter filhos por muito tempo, mas, como o tempo passou e o casal não teve filhos, a virilidade de José Arcádio Buendía foi colocada em dúvida por um morador do povoado e que José Arcádio desafiou para um duelo e o venceu, porém, após a morte deste, seu espírito não lhe dá sossego aparecendo para ele a todo o momento. Para ter paz, o casal se muda para o interior e numa área despovoada funda Macondo. É em Macondo que eles têm os fillhos José Arcadio e Aureliano Buendía. Tal como dizia a crença popular, os filhos nascem com rabo de porco, porém, após a troca da dentição, os rabos eram cortados e estes tinham vida normal. Aureliano Buendía se apaixona por uma pré-adolescente de nome Remédios e propõe um acordo aos seus pais que a liberem para se casar com ele assim que ela entrar na puberdade e assim foi feito, porém, ela morre no parto de gêmeos e seus sogros que o estimavam muito lhe afirmam que é muito jovem para ficar sozinho e que ficariam felizes caso escolhesse uma de suas outras filhas para se casar novamente, mas, o país vivia uma turbulência política e das conversas com seu sogro conservador sobre política Aureliano se descobriu entusiasticamente liberal e resolveu entrar na guerra em prol desta corrente política vindo a participar de 32 guerras e todas perdeu, mas, é reconhecido como uma importante figura histórica do país, muito embora jamais receba de seu país a pensão que tanto aguardara, e por isso, passa seus últimos anos confeccionando miniatura de peixes de ouro que vendia em troca de moedas de ouro que eram derretidas para fazer novas miniaturas com o único objetivo de ocupar o tempo.
A obra é surreal, e faz uma amálgama de fatos da realidade com fictícios em que pessoas levitam, ossos humanos se movimentam, borboletas amarelas acompanham um personagem aonde ele vai, ciganos, cartomantes e videntes fazem a leitura das mãos, além de repressão militar, eleições fajutas, exploração sobre os trabalhadores e greves, guerras e solidão, muita solidão, apenas menor do que a deixada por Gabo quando de sua partida!
Sugestão de boa leitura:
Cien años de soledad (Cem anos de solidão) – Gabriel García Márquez. Ed. Debolsillo, 2014.
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