quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016
Michael Moore me representa! – Parte 2
Como o leitor pode observar pelo título acima, não é a primeira vez que neste espaço dedico minha reflexão sobre a obra do escritor, documentarista e cineasta Michael Moore. Lembro que a mais de duas décadas escrevi um artigo com o título “O outro lado da Guerra do Golfo Pérsico”, pois, desde os tempos em que cursava a Universidade sempre fui crítico das ações imperialistas estadunidenses no Oriente Médio, artigo, ao qual dei continuidade em 2003, pois, embora os noticiários informassem que a ONU não havia encontrado provas da posse de armas de destruição em massa por parte do Iraque então governado pelo ditador Sadam Hussein, George W. Bush não desistiu de seu desejo de atacar aquele país. Assim, em 2003, ao saber que um cineasta estadunidense acabara de ganhar o Oscar pelo melhor documentário intitulado “Tiros em Columbine” que investiga a fascinação dos estadunidenses por armas de fogo, o fácil acesso e a produção de tragédias no país e que ao receber a estatueta fez uma crítica antológica ao Presidente George Walker Bush, não tive outra reação que procurar saber mais sobre ele. A minha curiosidade sobre “Mike”, como é chamado, me levou a assistir “Capitalismo: uma história de amor” em que ele faz duras críticas ao sistema que penaliza ainda mais a classe trabalhadora em épocas de crise e ao documentário Fahrenheit 11/9 acerca do atentado terrorista de 11 de Setembro de 2001 e a ler os livros: “Stupid White Man: Uma nação de idiotas!”; “Cara: cadê o meu país?” e “Fahrenheit 11de Setembro”. Minha admiração pela obra de Michael Moore é tanta que sempre que encontro um livro recomendado por ele acabo o adquirindo.
Concluí a leitura de mais uma obra sua, “Adoro problemas: histórias de minha vida”. No livro o autor relata histórias de sua vida desde seus relacionamentos nem sempre fáceis com as garotas; seus problemas na escola; a sua desistência do seminário quando foi informado que não tinha vocação para ser padre, pois, questionava o que não devia ser questionado; a sua oposição à guerra do Vietnã e seu firme desejo de pedir asilo ao Canadá para não ir à guerra, o que não foi necessário, pois, foi dispensado, e, o fato de ter sido o mais jovem estadunidense eleito para cargo público. Mike foi dono de um pequeno jornal no qual se recusava a tratar de amenidades, pois, não tinha receio em fazer denúncias e criar polêmicas, justamente por isso tinha dificuldades em conseguir publicidade para manter o jornal. O autor inicia a obra em questão discorrendo acerca do Oscar que recebeu e do discurso que proferiu e comenta que é costume do cerimonial, após, a entrega do Oscar, uma moça esculturalmente linda oferecer champanhe e um rapaz igualmente belo oferecer uma bala de menta e que nessa ocasião o rapaz lhe chamou de imbecil pela crítica feita a “Dáblio” como chama George W. Bush. Mike também comenta os percalços que passou para levar a cabo seu primeiro documentário: “Roger & Eu” sobre o descaso de uma grande empresa automobilística com relação às pessoas e municípios de suas áreas de atuação, pois, mudou os locais de suas atividades para turbinar os lucros por meio da maior exploração sobre os trabalhadores de regiões com menor organização sindical.
Tenho por costume buscar artigos de Michael Moore na Internet, ou que se referem a ele, o que é uma dificuldade, pois, a tradução por meio de softwares fica um tanto quanto distorcida. Quanto à obra em questão, não concordo com The New York Times quanto a este ser o melhor livro de Mike, mas, afirmo que sua leitura é prazerosa e inspiradora e alterna lembranças um tanto quanto meigas de fatos que marcaram a sua juventude com momentos de genialidade crítica expressada na forma de seu característico humor sarcástico ao tratar de grandes temas.
Sugestão de boa leitura:
Michael Moore. Adoro problemas: Histórias de minha vida. Editora Lua de Papel, 2011.
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