quinta-feira, 7 de janeiro de 2016
O Poder de fato!
Vivi um momento memorável na data de 25 de Setembro de 2015, nesta ocasião, na sede da APP-Sindicato em Curitiba, assisti à palestra do jornalista, apresentador, blogueiro e escritor Paulo Henrique Amorim, cujo convite foi intermediado pelo escritor e intelectual Emir Sader, que o lembrou se tratar do sindicato de educadores públicos que se posicionou contra as medidas autoritárias do Governador Beto Richa (PSDB) e cujos integrantes foram covardemente massacrados em 29 de Abril. Ao tomar ciência disso, Paulo Henrique não apenas aceitou o convite como estabeleceu que nada cobraria. A palestra ocorreu à noite após um dia todo de curso, mesmo assim com o auditório lotado a platéia acompanhou a brilhante palestra de lançamento de seu livro intitulado: “O Quarto Poder” em cuja capa há um expediente gráfico em que o número quatro se transforma no número um, ou seja, o grande poder, que a tudo e a todos influencia e dita os rumos da política e da economia! Paulo Henrique fez uma fala breve, nem por isso, menos brilhante, talvez prevendo o longo tempo que teria de destinar aos autógrafos e dedicatórias nos livros que naquele espaço foram vendidos às centenas. Eu digo sempre que jamais enfrentaria uma fila para pegar autógrafo de um artista da TV, mas, sempre que posso enfrento filas para pedir autógrafo a autores de livros, tanto mais, quanto mais admiro a obra ou o conjunto da obra e assim tratei de reservar meu livro e após algum tempo na fila consegui que autografasse o livro que adquiri.
Amorim contou que não confiava em gravadores (temia perder informações) e adotou como hábito registrar os fatos anotando em papel as falas das personalidades com quem teve a oportunidade de conversar, seja informalmente ou em entrevistas reunindo um vasto material que conta a própria história da imprensa nacional, principalmente, a televisiva, e que traz em seu bojo a história da construção e desconstrução nacional. PHA - é dessa forma que autografa seu livro conta que estava na esquina do Palácio do Catete e ao saber da morte de Getúlio para lá acorreu onde ficou junto ao cordão de isolamento, mais tarde veio a trabalhar com o jornalista e golpista Carlos Lacerda, e passou por várias redes de TV, inclusive a poderosa Rede Globo, à qual não poupa críticas, resultantes de sua convivência com os poderosos chefões e a política editorial com a qual discordava pela manipulação da opinião pública e excessiva e ilegal interferência na política governamental.
No livro, Paulo Henrique relata a convivência e o apoio recíproco entre a ditadura militar e a Rede Globo, pois, a Globo deu suporte à ditadura militar e esta empenhou muito dinheiro público que ajudou na construção desse império midiático muito criticado pelo autor do livro por ir contra dispositivo constitucional que impede a propriedade cruzada de empresas de comunicação (rádio, TV e Jornais), e a Rede Globo é uma gigantesca concentração midiática (rádios AM/FM, jornais, revistas, TV aberta e por assinatura, etc.) o que lhe atribui o poder de ditar a “verdade” para a população, seja ela o que seus chefes entenderem e desejarem que a população assim a assimile, a ponto de se dizer: “Não passou na Rede Globo, então não aconteceu”! Roberto Marinho, já falecido, afirmava: “o maior poder da Rede Globo não está no que ela noticia, mas, no que ela não noticia”, nesse sentido, dá para entender porque na “Retrospectiva 2015” não passou imagens do massacre de professores no Paraná e de estudantes em São Paulo que faziam a heróica ocupação de escolas públicas em oposição ao governo paulista de Alckmin (PSDB) que pretendia fechá-las, mesmo com a imensa repercussão nacional e internacional, o que demonstra não ter sido “mero esquecimento”.
Sugestão de boa leitura:
O Quarto Poder – Paulo Henrique Amorim – Editora Hedra.
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