sábado, 3 de outubro de 2015
O tema é que me escolhe!
Penso que algumas vezes precisamos desacelerar e refletir sobre a vida que obramos, dessa forma, retorno minhas lembranças para a sala de aula ao momento em que era um estudante (que jamais deixei de ser por força da profissão) e adquiri o hábito e o prazer pela leitura que me acompanham pela vida graças ao empenho dos mestres e mestras que tive. Lembro-me que fiz um teste vocacional e que teve como resultado minha aptidão para o jornalismo e/ou magistério na área de Ciências Humanas. Apesar de não acreditar em testes vocacionais, reconheço, estava certo, pois, meu sonho era ser jornalista, mas, apesar da vontade, por falta de condições financeiras não pude realizar. Desejava ter um diploma do Ensino Superior e escolhi o curso de Geografia por gostar desta disciplina e nem sequer tinha a pretensão de ser professor, e, na sala de aula, com muito gosto, me encontro há 24 anos.
Na escola era elogiado pelas redações que fazia, porém, mesmo estudioso fazia o tipo discreto, talvez, devido à timidez que me acompanha até hoje. Sempre tive dificuldade para ser sucinto e nesse sentido agradeço ao pessoal da diagramação do jornal que sempre demonstrou paciência comigo apesar da preocupação para encaixar os longos artigos que escrevo. Aproveito o momento e parabenizo a equipe do Jornal Correio do Povo pela passagem de seus 25 anos de circulação e digo que tenho muito orgulho de fazer parte desta história. Apesar de freqüentar as páginas do jornal há apenas quatro anos, mantenho um blog com o mesmo nome da coluna há oito anos e escrevo de forma esporádica para a imprensa escrita há 24 anos, desde que era um jovem acadêmico. Penso que escrever é um prazer inenarrável, portanto, não o faço por obrigação, leio muito, reflito bastante e escrevo aquilo em que acredito, sem a pretensão de mudar a opinião de ninguém. Tenho apenas dois objetivos, o de mostrar aos que pensam como eu de que não estão sozinhos e também levar aos leitores reflexões a partir de um ponto de vista diferenciado ao que geralmente se observa na mídia, não é por acaso que este espaço se chama “A Vista de Meu Ponto!”.
Entre as minhas primeiras publicações para esta coluna está um artigo ao qual dei o título “Soprando a Poeira” em alusão ao Príncipe Philip, duque de Edimburgo, consorte da rainha Elizabeth que afirmou: “É impossível soprar a poeira sem que um bom número de pessoas comece a tossir”, pois, como meus textos são carregados da ideologia que me é própria certamente agrada a uma parcela dos leitores e desagrada aos demais, tanto é assim, que já recebi cartas apócrifas e também olhares enviesados de pessoas ideologicamente opostas. Mas, o resultado é altamente positivo, tanto é assim, que já ganhei elogios que muito me envaideceram por virem de pessoas às quais tenho grande consideração e admiração o que me motiva a continuar. Lembro que, um professor me aconselhou a escrever no padrão Tweeter (140 caracteres) para obter mais leitores e lhe afirmei que não escrevo para este tipo de leitor, pois, a pessoa que tem preguiça de ler textos longos (necessários para aprofundar o tema) é também a que tem preguiça de pensar. Outro fato muito louco é que nem sempre escolho o tema, o tema é que me escolhe, pois, coloco um título e vejo ao final que escrevi sobre outro tema, então resta mudar o título. Às vezes tudo que tenho é um título, noutras, tal como uma receita de bolo, vários ingredientes a colocar no texto, e às vezes, não faço ideia do que escrever e em pouco tempo tenho um artigo pronto, mas, sempre ao final, sinto o prazer de compartilhar alguns momentos de reflexão, pois, a maior riqueza que busco nesta passagem por este mundo é o conhecimento e quem encontra o conhecimento e não o reparte, não é digno dele!
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