Há alguns dias, li uma
postagem em uma rede social do conferencista, palestrante e consultor em
educação e gestão Renato Casagrande e, inevitavelmente relacionei-a com os
tristes e obscuros tempos da educação paranaense sob o atual governo de Ratinho
Júnior. A frase de Renato Casagrande
ecoa com triste precisão no Paraná: "Se a educação é prioridade, mas o
professor não é valorizado, então a prioridade nunca foi a educação, foi apenas
o discurso". Esta reflexão sintetiza a realidade educacional sob o governo
Ratinho Júnior, onde o discurso é a verdadeira prioridade, e não a educação em
seu sentido pleno.
A situação concreta dos professores paranaenses desmente
qualquer retórica oficial. Relatam-se casos chocantes: um professor obrigado a
fazer um curso online do leito de um hospital, sem o direito de apresentar
atestado médico. Há registros de milhares de profissionais adoecidos e até de
mortes no ambiente de trabalho, com uma professora falecendo no momento em que
era cobrada por não bater metas.
A valorização, na prática, é inversa. Trabalhar doente
tornou-se uma necessidade, não uma opção. Quem falta, mesmo com atestado, sofre
descontos salariais (perda de gratificação) e pode ser rebaixado na atribuição
de aulas, ameaçando seu emprego no ano seguinte. Até professoras em
licença-maternidade, um direito constitucional, tiveram gratificações cortadas.
O salário, já com uma defasagem de 47% ante a inflação, força o professor a
desobedecer ordens médicas e trabalhar para sustentar a família.
A prioridade discursiva fica ainda mais clara com ações
concretas do governo: não pagar a reposição inflacionária há sete anos,
desfigurar o plano de carreira, desrespeitar a hora-atividade garantida por lei
e fechar escolas, superlotando as salas remanescentes. Essa política não visa a
formação integral do cidadão, mas "treinar" alunos para atingir
índices como o IDEB, formando mão de obra barata em vez de mentes críticas.
Lembro de Jô Soares (1938-2022) quando disse: "o
professor é o material escolar mais barato da praça". No Paraná,
infelizmente, essa máxima parece ser a regra. O governador chegou a se
vangloriar de nunca atender e que nunca atenderá as reivindicações docentes.
Diante disso, fica evidente que, enquanto os professores não forem
verdadeiramente valorizados, a educação nunca será a real prioridade. No caso
de Ratinho Júnior, a prioridade sempre foi o discurso, não a educação!
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