Toma para si a tarefa, conta da miséria de sua infância,
de ter sido adotado por uma mulher muito pobre e de como amealhou sua fortuna,
fazendo as vezes de caixeiro viajante negociando bugigangas, fazendo agiotagem,
explorando pessoas em dificuldades financeiras e tomando como garantia imóveis
pelo menor preço possível. Dessa forma conseguiu a Fazenda São Bernardo, que
desde muito jovem sonhara possuir. Contratou funcionários, era com eles muito
rude, humilhava-os, pagava pouco e exigia muito trabalho em troca.
Transformou a Fazenda São Bernardo numa das mais
produtivas da região. Possuía uma disputa de terras com Mendonça, com a morte (suspeita)
deste, avançou a cerca sobre as terras de sua viúva. Construiu uma escola e
pagava um professor para lecionar aos filhos dos empregados da fazenda, em
atendimento ao pedido do governador, afinal, sempre é bom contar com as boas
graças dele.
Muito rico e poderoso, acostumado a resolver no braço
(armado ou não) suas querelas, respeitado pelo temor que causava, lhe faltava
um herdeiro. Faz suposições comparativas entre as moças disponíveis na região.
Ser genro do Juiz poderia lhe ser de utilidade, mas, conhecera a professora
Madalena, uma moça de 27 anos, "quase velha para casar", uma loirinha, pequena, linda, ainda em idade
de lhe dar herdeiros. Julga que, para ela, pobre, casar com ele, rico e
poderoso, seria um bom negócio. Ambos teriam vantagem com o arranjo. E assim,
como negócio fosse, propõe o casamento que ocorre pelo interesse de ambos. O
correr dos dias torna o relacionamento difícil, o excessivo materialismo e
dureza da personalidade de Paulo Honório na condução da vida e dos negócios é
confrontada com o humanismo proletário de Madalena.
Sugestão
de boa leitura:
Título: São
Bernardo.
Autor:
Graciliano Ramos.
Editora:
Record, 2019, 288 p.
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