Kostilín, um colega oficial o acompanhava e propôs-lhe
que fossem sozinhos, assim adiantariam a viagem. Jilín concorda, quer chegar
logo para ver sua mãe e sabe que tem um ótimo cavalo que não se assusta em meio
a batalhas. Em dado momento, eles são surpreendidos por um grupo de tártaros e
Kostilín com a única arma empreende fuga, e Jilín que tenta enfrentar sozinho
os tártaros tem seu cavalo alvejado e cai prisioneiro. Após levar coronhadas na
cabeça, Jilín (com as mãos amarradas às costas) tem os olhos cobertos de sangue
coagulado que grudam suas pálpebras e não consegue ver o caminho por onde o
levam. Ao chegar a uma vila tártara, crianças gritam e atiram pedras no
prisioneiro que é conduzido a uma telheiro (onde se produz telhas de barro) e
jogado a um canto onde havia esterco, não sem antes lhe colocar grilhetas
(corrente com uma bola de metal nas pernas). Jilín por meio de mímica pede água
e seus captores pedem que uma menina magrinha de aproximadamente treze anos lhe
traga um jarro.
Kostilín é preso também e colocado junto ao outro
prisioneiro. Seus captores por meio de mímica lhes explicam que desejam resgates
em valores elevados. Kostilín aceita, Jilín reluta afirmando ser pobre e
procura não se intimidar ante as ameaças de tortura e morte. Os sequestradores
aceitam reduzir o valor, mesmo assim, Jilín escreve a carta de resgate com
endereço falso para a localização de sua mãe. Dina (a menina) traz água e os
alimentos para os prisioneiros. A comida não é boa e nem mesmo suficiente.
Jilín começa a esculpir bonecas à semelhança das mulheres tártaras e as entrega
para Dina que reluta, mas, acaba pegando para com elas brincar. Dina
sigilosamente começa a trazer bolinhos de queijo de cabra e leite para os
prisioneiros. Ao ver os brinquedos que Jilín faz, os tártaros começam a trazer
relógios e outros objetos para que este os conserte e ele faz. Certo dia
trouxeram um doente para que ele curasse, porém, Jilín não tinha conhecimentos
médicos, mas, finge fazer um preparado e, afortunadamente o paciente se cura
(por si) e não pelo preparado. As grilhetas são retirados dos prisioneiros que
vão começando a entender a língua local e aprendem a se comunicar com o povo
local.
Na aldeia há um senhor idoso, muito respeitado, que pede
aos captores que matem os russos. Afirma que alimentar russos é pecado e que
eles ainda vão trazer problemas porém, estes querem o dinheiro. Os
sequestradores permitem que Jilín (escoltado)faça pequenas caminhadas ao redor
da vila, ocasiões que ele procura compreender sua localização e se orientar
para uma fuga. Enquanto o momento da fuga não chega, o prisioneiro faz
artesanato para os tártaros. Na noite em que planejava a fuga, os tártaros
chegam com um de seus homens morto em combate com os russos. A agitação da vila
não permite a fuga. Jilín presencia os rituais funerários, a encomenda do morto
para Alá e o banquete para o qual uma égua foi morta para fornecer carne para
as pessoas presentes às homenagens ao morto que duram três dias. Jilín cava um
buraco por baixo da parede e foge com Kostilín. Seu colega é gordo e muito lento,
atrasando a fuga de ambos. Kostilín além de exausto, machuca os pés, Jilín não quer deixá-lo para trás e o carrega
nas costas, por isso, acabam capturados. Levados de volta à vila tártara, são
colocados numa fossa. Dina (às escondidas) joga bolinhos de queijo e frutas para
os prisioneiros. A menina avisa que vão matá-los. Jilín pede à Dina que traga
uma vara comprida e forte e com esta Jilín sai da fossa, porém, Kostilín não
consegue e diz para que Jilín fuja sozinho. Jilín não consegue quebrar a
grilheta e Dina é orientada a colocar a vara onde a pegou para que não descubram
que ela o ajudou. Jilín carregando a grilheta chega à floresta sem cruzar com
ninguém. No dia seguinte, esconde-se de dois tártaros que passavam pelo local.
Exausto, procurando não desanimar, sai da floresta e avista o forte russo.
Caminha na direção dele, no entanto, surgem três tártaros que começam a
perseguí-lo. Grita aos soldados de sentinela que ao ver a situação lançam-se a
cavalo galopando em sua direção. Os tártaros fogem. Os oficiais reconhecem
Jilín e levam-no para o forte. Kostilín, extremamente debilitado, é libertado
após o pagamento do resgate. Jilín, atribui que não era seu destino ver sua mãe
antes de sua partida deste plano, bem como não era casar-se. Dessa forma,
permanece servindo ao exército russo no forte no Cáucaso.
Sugestão de boa leitura:
Título: Senhor e servo e
outras histórias.
Autor: Liev Tolstói.
Editora: L&PM, 2009, 128 pág.