Sou uma das pessoas mais
cuidadosas quanto ao uso de máscara, dessa forma, nem mesmo nas caminhadas
pelas ruas a dispenso. Em meu ofício de lecionar, mesmo após a liberação para
uso ou não, continuei utilizando. Foi com surpresa que após ter sintomas que
poderiam ser de um estado gripal, recebi a notícia de que estava com Covid 19.
A enfermeira que me atendeu disse-me que o vírus estava ativo e colocou-me uma
pulseira, orientando-me sobre a necessidade do isolamento. Em seguida fiz uma
consulta médica na UBS Presidente Vargas de minha cidade e somente tenho a
elogiar o atendimento que recebi, seja pela atendente, a enfermeira que
realizou o exame, a médica, sem esquecer, é claro o pessoal de apoio, inclusive
aquele que faz a limpeza da unidade, que constitui um trabalho tão importante e
tão invisibilizado pela sociedade. Passado o susto inicial, no meu caso, possuo
comorbidades, avisei minha família para que se precavessem de cuidados para o
meu retorno para casa.
Minha esposa sugeriu-me que ficasse isolado na biblioteca
de casa, a princípio não era essa a minha ideia, depois, considerei acertada.
Nela tinha TV, computador e, claro, livros, muitos livros. Colocamos um colchão
e ali fiquei isolado e, somente saía do espaço para ir ao banheiro, ocasiões em
que utilizava duas máscaras. Minha família também utilizou máscaras em casa. O
cuidado com a higienização dos locais em que eu tocava também foi seguido à
risca. Felizmente, obtivemos sucesso e ninguém mais pegou a doença. Minha filha
fez exame, porém, o caso dela era apenas dor de garganta, consultou, foi
medicada e melhorou. Eu tive os seguintes sintomas: inicialmente dor de
garganta, depois, sensação de obstrução das narinas (pouco muco), dor nos
pulmões, tosse seca, dor de cabeça, febre leve e dores no corpo. Também tive
uma espécie de conjuntivite, mesmo agora, estou colocando colírio para
lubrificar os olhos, pois tenho a sensação de irritação (secura). Na volta ao
trabalho, a sensação de cansaço ao lecionar foi grande (respiração ofegante).
Pretendo marcar consultas com médicos pneumologista e oftalmologista para
verificar estas situações.
Quanto ao fato de me contagiar mesmo utilizando a
máscara, sei que foi no local de trabalho, pois vários colegas também foram
contagiados e no prazo de sete dias não estive em outro local, além de casa,
onde ninguém teve a doença. Penso que talvez tenha sido no momento do lanche,
ocasião em que mesmo observando algum espaço, retirava a máscara e,
infelizmente, sabemos que o vírus não dá uma trégua para as refeições. Ou, quem
sabe, em classe, tenha inadvertidamente colocado a mão contaminada nos olhos,
vai saber. Estou escrevendo estas linhas, apenas para sugerir que
continuem/voltem a usar máscaras especialmente em locais fechados, pois, se é
verdade que com a vacinação os casos graves da doença ocorrem em menor
proporção, ter Covid é incômodo e tira temporariamente profissionais do
trabalho e estudantes das aulas. As novas variantes são ainda mais contagiosas
e ninguém pode prever como seu organismo vai reagir à doença e se poderá deixar
alguma sequela. No meu caso, levando em conta as comorbidades que tenho, penso
que as três doses que tomei foram de grande valia contra uma manifestação mais
grave da doença. Ainda hoje li que os
casos de contágio de Covid aumentaram 78% em trinta dias.
P.S. Apesar de ficar na
biblioteca, pouco li, não estava com ânimo para tal. Cuide-se e aos seus! Viva
a vacina! Viva o SUS!
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