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sábado, 28 de novembro de 2020

A imprensa e a democracia

                   Lembro de ter lido em livro, uma frase de um general presidente da ditadura militar brasileira (1964-1985),  a qual dizia que à noite, após um dia de trabalho, ele adorava ligar a TV Globo e ver que problemas existiam em países europeus, mas, não no Brasil. Sabemos que desde que Cabral aqui aportou, os problemas abundam em nosso país e, que a Europa tem seus problemas, mas, é há muito tempo modelo de desenvolvimento para o mundo, em especial, as nações escandinavas. A explicação é que o Brasil vivia sob o Ato Institucional n.º 5 e havia censura aos meios de comunicação que nada podiam publicar sem a autorização do censor do governo. Não por acaso, vários jornalistas insurretos foram presos, torturados e mortos. A liberdade de expressão é uma cláusula pétrea das constituições de países democráticos, e, o Brasil em sua Constituição Federal (1988) também a contempla. A imprensa tem um papel salutar para a democracia, cabe a ela investigar e denunciar os mau-feitos na administração da coisa pública bem informando a população. E para garantir a independência da imprensa há uma  legislação que garante a repartição da verba publicitária oficial de acordo com critérios em conformidade com os interesses do Estado Brasileiro. Essa legislação visa evitar que governantes chantageiem a imprensa por meio das verbas publicitárias oficiais, afinal, estas são importantes para a sobrevivência das empresas de comunicação. Com a salvaguarda dessa legislação, os meios de comunicação receberiam recursos financeiros públicos para a execução dos serviços de divulgação das ações governamentais da União, Estados e Municípios sem alienar sua liberdade editorial.

            A liberdade de imprensa é, como disse, salutar para o pleno funcionamento da democracia. O genial Millôr Fernandes (1923-2012) afirmou: "imprensa é de oposição, o resto é armazém de secos e molhados" justamente por sua importância quanto a bem informar a população, dessa forma, não pode ser nunca uma imprensa "chapa branca". No entanto, vivemos no Brasil, a legislação é em muitos casos avançada e bem construída, mas, o fato de termos, uma boa legislação não garante por si, o seu cumprimento. Não faltam governantes (nas diversas esferas de poder) que direcionam o grosso das verbas publicitárias para os veículos que os apóiam deixando à míngua aqueles que publicam seus maus feitos. É importante salientar que não defendo que a imprensa desempenhe um papel de partido de oposição ao governo instalado, mas, de independência, denunciando e criticando quando necessário e elogiando boas ações. A boa informação é de suma importância para a democracia e o bom jornalismo é muitas vezes deixado de lado, por meio do que não se informa (de forma propositada) visando dar invisibilidade a fatos, pessoas e pautas da sociedade organizada ou, ainda, quando se pratica um contorcionismo na redação de fatos que pouco ou nada têm a ver com eles em si. Nem por isso acredito ou tenho a utópica pretensão que os jornalistas têm ou venham a ter o caráter de São Francisco de Assis. Eles também têm suas ideologias e nisso não há nada de errado. A imprensa precisa ser democrática e ouvir os clamores dos diferentes estratos que formam a sociedade divulgando seu pensamento, angústias e anseios.

            Parafraseando Galeano, "este não é o reino das fábulas", governantes chantageiam a imprensa e muitos veículos se tornam chapa branca para sobreviver financeiramente. Proprietários de empresas de comunicação, em conformidade com suas ideologias, engessam as linhas editoriais (para influir na sociedade) na defesa de seus interesses de classe social. Além disso, a propriedade cruzada dos meios de comunicação (proibida pela Constituição Federal), constitui-se em grave entrave para a democratização dos meios de comunicação e da própria informação como o demonstram os impérios midiáticos construídos ante a omissão dos poderes constituídos. A mídia alternativa desempenha importante papel na democratização da informação, trazendo à luz, fatos invisibilizados pela imprensa tradicional, porém, seu alcance, apesar de crescente, ainda é limitado. Importa, portanto, lembrarmos dos ensinamentos de Malcom X (1925-1965) quando disse: "a imprensa é tão poderosa no seu papel de construção de imagem, que pode fazer um criminoso se passar por vítima e a vítima se passar por criminoso. Esta é a imprensa, uma imprensa irresponsável. Se você não for cuidadoso, os jornais vão acabar te fazendo odiar as pessoas que estão sendo oprimidas e adorar as pessoas que estão levando a cabo a opressão". Fica a reflexão!


sábado, 21 de novembro de 2020

De mochila na China


 Neste ano de 2020 (sob a pandemia) muita gente, tal como este escriba, está sedento por viajar, mas, não é seguro e precisamos ter responsabilidade individual e coletiva. Uma forma segura de ter contato com outros lugares e culturas é viajar nas páginas de livros sobre viagens. Esta é a proposta do livro "De mochila na China" de Savannah Grace. A obra relata a primeira parte de uma viagem (China e Mongólia) a vários países. Viagens não era algo novo para a família que recebia em sua casa estudantes de outros países em programas de intercâmbio e possuía uma agência de viagens. Na separação de seus pais, a agência ficou para o pai, apesar de que a mãe sempre fora o cérebro a administrar a empresa. Após a separação, Maggie (a mãe) decidiu fazer um ano sabático (excursionando por vários países) levando os filhos Savannah, Breanna (Bree) e Ammon, o mais velho (25 anos), experiente em viagens e que seria o guia e contador incumbido da meta de gastar a média de US$ 5/dia e de impor freios aos impulsos consumistas da família.

            Savannah, a filha caçula  (14 anos) reagiu mal ao comunicado. Ela adorava o conforto de sua vida numa família da classe média canadense e, para o desespero dela, a viagem duraria um ano (prolongou-se por quatro anos) e, com isso perderia o convívio com suas amigas e colegas de escola e, também o contato com o garoto que estava paquerando. A adolescente fracassou em demover a mãe da "ideia maluca" e para seu desespero, era a única a pensar assim. Alegou o prejuízo da perda do ano escolar, mas, a mãe tentou lhe convencer que ela era jovem, retomaria os estudos depois e, que a viagem lhe traria grande enriquecimento cultural. Maggie vendeu seus pertences e doou os pets da família, inclusive o cãozinho de Savannah, apesar de seus protestos. Iam viajar como mochileiros, uma forma barata de viajar, porém, abdicando do conforto que a adolescente prezava tanto.

            Savannah não aceitou ter sua formação escolar atrasada em um ano e, aderiu a um plano de Ensino à Distância, mas, ao longo da viagem, seja pela falta de tempo e/ou de Internet razoável, não conseguiu fazer os trabalhos exigidos e, para aliviar o peso de sua mochila, jogou seus materiais escolares na lixeira. Também suas amigas a desapontaram, pois, não lhe enviavam e-mails regularmente como pensou que fariam e tristemente constatou que em seu país, mesmo sem ela, a vida seguia seu ritmo normal. A viagem de roteiro planejado, porém, não engessado, permitia alterações e improvisações, dessa forma, surpresas e decepções quanto a lugares e hospedagens ocorriam frequentemente. Savannah que não apreciava a leitura se revoltou quando descobriu que sua pesada mochila tinha vários livros colocados por sua mãe para a leitura da família. Com o tempo e alguma relutância começou a gostar de ler e apaixonou-se pelo romance "E o vento levou" e por "Rhett Buttler".

            Savannah fez juntamente com a família uma imersão na cultura dos países visitados, conhecendo sua geografia e história e se viu obrigada a utilizar banheiros públicos imundos e a fazer refeições com pratos esquisitos e sem as condições de higiene que considerava adequadas. As mulheres da família trocavam camisetas entre si para ter mais opções de vestuário (cada uma levava apenas três). Durante a viagem, Savannah foi amadurecendo e, ao ver pessoas humildes e felizes com tão pouco, começa a se questionar sobre porque precisamos de tanto para sermos felizes. A família passa por situações perigosas, ora perdidos e quase sem combustível no deserto, ora com a pane do veículo no meio do nada. A autora, hoje aos 30 anos (casada e mãe), reside na Holanda e trabalha como escritora, influenciadora digital e administradora de acomodações para o Airbnb. Viajante experiente (visitou mais de 110 países), planeja conhecer todos os países do mundo. A adolescente preconceituosa quanto a outras culturas (e países pobres), tornou-se uma mulher com mente aberta para o mundo e suas culturas. A autora tem um blog intitulado "sihpromatum", palavra chinesa que significa "benção que inicialmente parecia uma maldição" e que traduz a experiência pela qual passou. Fica a dica do blog e do livro.

 

Sugestão de boa leitura:

Título: De mochila na china.

Autor: Savannah Grace.

Editora: Duna Dueto, 2018, 443 p.

Preço: R$36,60.

sábado, 14 de novembro de 2020

Homens em guerra

            

Andreas Latzko (1876-1943) foi um escritor, biógrafo e pacifista nascido no então Império Austro-Húngaro. Dentre  sua obra, a que mais se destaca é "Homens em guerra" e que foi publicada de forma anônima no ano de 1917. Esse cuidado deve-se ao fato de seu autor ser à época um oficial do Exército Austro-Húngaro e, de seu livro  ser um pungente relato do horror diário da guerra. Latzko visava conscientizar as pessoas sobre a loucura, a insensatez, de enviar pessoas (que abandonam suas famílias e sonhos)  para morrer ou retornar da guerra com terríveis sequelas físicas ou mentais. Andreas Latzko acabou sendo descoberto e foi destituído de seu cargo de oficial. O livro foi proibido de circular nos territórios das nações beligerantes da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), porém, cópias clandestinas dele foram feitas e distribuídas de forma discreta nos círculos intelectuais da época. Lembro de ter lido uma frase de Hiram Johnson que considero emblemática "sempre que uma guerra se inicia, a primeira vítima é a verdade".

            A verdade, bem como quem a profere é considerado um estorvo, sinal de anti-patriotismo. Nesse sentido, o movimento pacifista The Flower Power que incluía importantes personalidades do meio artístico como o ex-beatle John Lennon (1940-1980) com seus inflamados discursos pacifistas irritou profundamente as autoridades civis e militares dos Estados Unidos da América, a mais beligerante das nações. É nesse contexto que o livro foi censurado, afinal, para que a sociedade apóie a guerra é necessário romantizá-la e, não há romantismo algum para quem a vive diariamente. Trata-se de uma morte em vida. Um pesadelo vivido enquanto se está acordado.O general estrategista militar prussiano Carl Von Clausewitz (1790-1831) afirmou sem chance para erro que "a guerra é a continuação da política por outros meios".Trata-se de uma política voltada via de regra para a defesa dos interesses privados dos grandes capitalistas e, levada a cabo pelo Estado com recursos públicos, o qual envia jovens (geralmente pobres) para o inferno a fim de que os ricos continuem a desfrutar das benesses que o  "paraíso capitalista" lhes concede.

            O livro de Latzko pertence ao gênero literatura de guerra que é bastante popular e conta com boas tiragens de exemplares mundo adentro, no entanto, tem a peculiaridade de ser uma leitura muito dolorida, afinal, tem a intenção de não poupar os leitores de detalhes vividos por soldados na dura rotina diária da guerra. O livro tem seis histórias (contos) vividos pelo próprio autor e/ou que lhe foram contadas por soldados com os quais conviveu. O escritor relata bailes realizados em cidades com o objetivo de homenagear os "defensores da pátria", mas, de entrada proibida aos soldados com sequelas. Detalhes como corpos estraçalhados, poças de sangue, etc. não são poupados ao leitor. O escritor lamenta as vidas desperdiçadas enviadas para a morte certa, seja pelo insuficiente treinamento e/ou pelo total descaso com o ser humano, pois,  idosos, pais de família e jovens que ainda não se encontravam na faixa etária ideal eram enviados para o front devido à necessidade de reposição de "material humano" (na denominação das autoridades).

            Dentre as histórias chocantes, há a de um lindo rapaz (desejado por muitas moças) e que namorava a mais bela moça de sua comunidade e que volta da guerra com o rosto desfigurado. Este jovem, na sua rotina diária na guerra, ansiava voltar para casar-se, promessa que ambos haviam feito reciprocamente  para a seu retorno. Ele não é reconhecido pelas moças que conhecia e, sua namorada (que não consegue fixar o olhar em seu rosto) termina o relacionamento. O autor relata que enquanto o soldado vive seus dias no inferno, a população civil toca suas vidas de forma quase normal e, consegue dormir à noite, sendo que muitos soldados jamais terão suas vidas anteriores de volta, pois, a vida comunitária seguiu sem eles e, também porque suas mentes e corpos se deterioraram em vida. O escritor afirma que o discurso do retorno glorioso proferido pelas autoridades (que não entram em combate) é uma farsa.

            Trata-se de um livro perturbador e o indico somente  para quem tem espírito e estômago fortes!

Sugestão de boa leitura:

Título: Homens em guerra.

Autor: Andreas Latzko.

Editora: Editora Carambaia, 2015, 160 p.

Preço: R$ 25,00.

 


sábado, 7 de novembro de 2020

Tributo a(o) Érico Veríssimo

 



"Falta alguma coisa no Brasil

depois da noite de sexta-feira.

Falta aquele homem no escritório

a tirar da máquina elétrica

o destino dos seres,

a explicação antiga da terra.

Falta uma tristeza de menino bom

caminhando entre adultos

na esperança da justiça

que tarda - como tarda!

a clarear o mundo.

Falta um boné, aquele jeito manso,

aquela ternura contida, óleo a derramar-se lentamente.

Falta o casal passeando no trigal.

Falta um solo de clarineta."

 

            Foi por meio desse poema intitulado "A falta de Érico Veríssimo" que Carlos Drummond de Andrade homenageou postumamente Érico Veríssimo (1905-1975). Ser homenageado na forma de uma poesia de Drummond é uma das maiores honrarias que um ser humano pode receber, dispensa estátuas. E o saudoso escritor gaúcho a merece e merece mais. Merece que o povo brasileiro conheça sua obra, não para que ela venda mais, mas, para que conheça por meio de seus escritos o maravilhoso ser humano que as escreveu. Enquanto não conseguia viver de sua obra, trabalhou em vários ofícios no Brasil e no exterior, foi farmacêutico e também professor, claro foi por pouco tempo, pois, se sentiu melhor na redação de jornais e revistas, porém,  sua paixão era escrever. E nos livros que escrevia despejava para fora aquilo que angustiava sua alma, mas, também moldava o país que sonhava e acreditava ser possível. Érico não era dado a rompantes. Em sua obra passava a sua mensagem de forma quase sutil, mas, não tão sutil, afinal, a Érico não faltava coragem, mas, sobravam-lhe convicções.

            Érico Veríssimo defendia a justiça social, condenava a absurda desigualdade social de seu tempo (e nesse quesito o país piorou ainda mais). No entanto, ele não acreditava em soluções extremas (uma revolução armada) e pensava que o Brasil haveria de ser transformado por uma revolução por dentro, ou seja, por reformas que levadas a cabo por sucessivos governos democráticos melhorassem a condição de vida do povo brasileiro. O que o escritor defendia era basicamente os princípios do artigo 3º da atual Constituição Federal (1988) quais sejam: uma sociedade livre, justa e solidária; o desenvolvimento nacional; a erradicação da pobreza e da marginalização; a redução das desigualdades sociais; a promoção do bem de todos sem preconceitos de qualquer origem. É verdade que a atual Constituição Federal não existia em seu tempo, nem por isso, defender algo semelhante a aplicação de seu artigo 3º  em seu tempo (tal como na atualidade) produzia resultado diferente que fosse não ser rotulado de comunista. Em seu livro "Incidente em Antares" (1971) ele escreveu "comunista é o pseudônimo que os conservadores e saudosistas do fascismo inventaram para designar todo sujeito que luta por justiça social". Mesmo sendo avesso à soluções extremas foi fichado no DOPS por ser "comunista", ou seja, por desejar a justiça social.

            Érico conta que somente conseguiu viver de sua literatura a partir da publicação de "Olhai os lírios do campo" (1938). Nesta obra, o escritor por meio da personagem Eugênio Fontes (um médico) que anseia por uma "medicina socializada" na qual os médicos seriam funcionários públicos e contariam com boas condições de trabalho para exercer uma medicina gratuita e essencialmente humana. Érico viu em seu tempo a falta que faz um sistema público e gratuito de saúde. Na época não havia o SUS, muita gente morria por falta de recursos financeiros, o que lhe impossibilitava o acesso à medicina, noutras vezes, alguns médicos atendiam gratuitamente pessoas pobres mesmo sem receber pagamento. Hoje temos o SUS, ele precisa ser melhorado, mas precisamos defendê-lo.

            No ano de 2012, este escriba empreendeu uma viagem solo de motocicleta pelo Rio Grande do Sul e entrou na cidade de Cruz Alta apenas para conhecer a casa em que o famoso escritor nasceu. Ao deparar com a casa em alvenaria de esquina, logo constatou que ele não devia ter nascido pobre, tendo em vista a época da construção. Érico, de fato, nasceu em família abastada, mas, cedo viu a ruína financeira e a separação de seus pais.Nesta casa (em que funciona o Museu Érico Veríssimo), lembrei-me da escola de minha cidade (Laranjeiras do Sul - PR) em que fiz as séries finais do Ensino de 1º Grau e que se chama Escola Estadual Érico Veríssimo. Lembrei de meus colegas, os quais, em sua maioria tomaram rumos diversos e ignorados por mim, deixando apenas as lembranças de momentos compartilhados. Lembrei de meus professores dentre os quais haviam aqueles que tinham como principal característica, a simpatia, outros, enérgicos, porém, todos comprometidos com os estudantes que formavam. Fui feliz, tive excelentes professores e se não sou algo melhor, não foi por falta de empenho dos mestres que tive. Sempre me questionei sobre quem dentre os professores teve a ideia de homenagear o famoso escritor, pois, a escola foi renomeada pouco tempo após sua morte. E que homenagem feliz! Mais do que uma homenagem ao escritor, ao ter seu nome é como se Érico Veríssimo é quem homenageasse a escola! Ainda mais, uma escola pública, gratuita, portanto a democratizar para todos, sem seleção para o ingresso ou discriminação quanto a permanência nela possibilitando a todos uma janela para o saber.

           

        É com grande tristeza que vejo a Escola Estadual Érico Veríssimo de minha cidade ser incluída num projeto de militarização (cívico-militar) implementado pelo governo do Estado do Paraná. Não sou contra os policiais militares, apenas prefiro vê-los em suas devidas funções, ou seja, cuidando da segurança pública nas ruas! Quanto às escolas prefiro que sejam cuidadas e administradas por professores, pois, foram formados para tal! Fiquei estarrecido por não ter sido dado prazo para um debate (debate mesmo, com direito ao contraditório) para que a comunidade escolar pudesse ser plenamente informada. Como estudante, professor e cidadão isso me entristece profundamente pois, é um reflexo do projeto autoritário que se busca implantar a toque de caixa em nossas escolas e no país. Matar uma unidade pública com modelo de acesso e permanência garantida (portanto democrática) a todos para implementar outra de um modelo que sabemos ser excludente é uma afronta ao real significado da palavra educação. Além disso, uma escola de nome Érico Veríssimo..., Érico Veríssimo..., que era avesso à todo militarismo e a todo autoritarismo. À memória de Érico Veríssimo cabe-nos pedir perdão..., aos descendentes dele, nem isso, pois, resta-nos a vergonha!