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quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

Feliz Ano Velho, pois 1964 é logo ali!



            Quando adolescente li a obra Feliz Ano Velho de Marcelo Rubens Paiva. O autor é filho do falecido deputado Rubens Paiva, dado como desaparecido durante a ditadura e que somente a alguns anos ex-militares envolvidos no caso confirmaram à Comissão Nacional da Verdade ter sido assassinado pelo regime. A obra escrita por um jovem de vinte anos de idade tem um marco representado pelo acidente que sofreu ao nadar em um rio de águas rasas e com pedras no fundo de seu leito que dividiu sua vida em antes e depois. O escritor deu um mergulho imitando o Tio Patinhas e tornou-se paraplégico. No livro o autor conta a sua vida anterior ao acidente numa linguagem atraente aos jovens carregada de palavrões e gírias. Fala de casos pitorescos de suas paqueras, namoradas e a forma como via a vida. Tudo muda com o acidente. Lembro-me que após ler a obra, eu que costumava ir a riachos e fazer mergulhos, abandonei tal prática.
Naquela época, o Brasil vivia os seus últimos anos da ditadura civil-militar (1964-1985) que assaltou o Poder e jogou a democracia no calabouço. Veio as Diretas Já, e, os militares mostraram que não estavam mortos e derrotaram a emenda Dante de Oliveira que estabeleceria a eleição direta para presidente. Derrotada a emenda, a eleição foi mesmo pelo Colégio Eleitoral. Paulo Salim Maluf foi escolhido o candidato do PDS, novo nome da extinta Arena (Aliança Renovadora Nacional) muito marcada por ser o partido da ditadura. A eleição é ganha por Tancredo Neves (MDB) que tinha na chapa José Sarney (ex-Arena). Tancredo tinha grande carisma junto ao povo, mas, surrealmente era homem de confiança dos militares (que o preferiam a Maluf). Chegou a ser apoiado pelos militares como primeiro-ministro na intentona golpista contra Jango quando da renúncia de Janio Quadros em 1961. Presidente eleito pelo povo, só em 1989 (Collor), numa campanha suja que se pensava ter acontecido devido a nossa democracia estar ainda engatinhando e que com o amadurecimento das instituições e do povo isso jamais tornaria a ocorrer. FHC ganhou duas eleições ao se vender como Pai do Plano Real. A verdadeira paternidade é do falecido Itamar Franco (PMDB). Na reeleição FHC jogou sua biografia no lixo ao dar um golpe na Constituição Federal e aprovar para si mesmo a reeleição com a compra de votos de deputados ao valor de duzentos mil reais cada, fato comprovado pelo ex-deputado Ronivon Santiago (PP/AC).
Depois vieram os anos Lula, a pobreza diminuiu, o nível de empregos e de renda aumentou e revistas conservadoras estampavam: “nunca fomos tão felizes”. O Brasil deixava de ser figurante e passava ao corpo de atores principais do palco geopolítico mundial. O Brasil ajudava os países irmãos mais fracos e tinha coragem de dizer não aos Estados Unidos. Lula deixou a presidência com aprovação recorde. Dilma se elegeu, se reelegeu. Fez um governo abaixo da expectativa e foi derrubada por um processo de impeachment farsesco, pois, jamais houve a comprovação de sua culpabilidade. Temer, o traidor, que em surdina junto com seus asseclas havia elaborado o projeto “Ponte para o Futuro”, deu um cavalo de pau no rumo do país e levou-o de volta para o passado. Os dados sócio-econômicos do país despencaram como breves pesquisas nos principais jornais do país demonstram. O ciclo de redução da desigualdade social foi interrompido. Os ricos tornaram-se mais ricos e a miséria voltou com força. O desemprego e a informalidade aumentaram. A desindustrialização do país se aprofundou. O Brasil abandonou o protagonismo e voltou a ser figurante. O risco país aumentou, mas isso não foi mais divulgado na mídia golpista, porém, o PIB de 1,0% de 2017 (que nos anos petistas era tratado como “pibinho”) foi motivo de forte comemoração.
A história nos traz vários exemplos de que nem sempre a mudança (em si tão desejada pela sociedade) pode trazer dias melhores. Os nazistas quiseram mudanças e elevaram Hitler ao Poder. Os brasileiros quiseram mudanças e elevaram Bolsonaro ao Planalto. Na passagem de ano, mais especificamente no dia seguinte, quando Temer passar a faixa presidencial para Bolsonaro, uma segunda porta (a primeira foi o golpe de Estado de 2016) se fechará atrás de nós. Estaremos adentrando em território de trevas (fascismo) dominado por almas que amam a escuridão e que combatem a luz. E todos os seres de luz (conhecimento) têm a obrigação de iluminar e resgatar pessoas da escuridão do fascismo. Feliz Ano Velho, pois, 1964 é logo ali!

quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

Os fantasmas do Sr. Scrooge



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            Alguns leitores privilegiados tiveram a oportunidade de assistir a belíssima apresentação de balé da escola Ballerina de Laranjeiras do Sul no ano de 2017 retratando o tema, porém, muitos lembrar-se-ão do filme ou do desenho animado dos estúdios Disney. No desenho, o Sr. Scrooge é representado pelo Tio Patinhas. A obra “Um conto de Natal” de Charles Dickens publicado em 1843 retrata um empresário rico de nome Ebenezer Scrooge que continuava trabalhando na mesma empresa cujo sócio Jacob Marley tinha falecido. Tal como o sócio falecido, o Sr. Scrooge era insensível às questões sociais e não se deixava influenciar pelo espírito do Natal. Tinha uma alma egoísta, dura. Explorava seu empregado pagando-lhe salários miseráveis. Por sua forma de ser e de agir era ferrenho defensor da ideologia da meritocracia e do liberalismo econômico. Tudo começa a mudar quando em sonho lhe aparece o espírito do seu falecido sócio que conta os castigos que recebeu e o adverte para mudar sua forma de viver para não passar pelo mesmo e anuncia que os fantasmas do Natal Passado, do Natal Presente e do Natal Futuro irão lhe visitar. Os fantasmas aparecem, um de cada vez, na ordem cronológica, e levam-no a refletir sobre sua vida e a forma como tratou e trata as pessoas. Ao final, após rever vários momentos de sua vida, e principalmente ao ver a situação difícil de sobrevivência de seu próprio empregado e do filho doente deste, Scrooge modifica toda a sua vida.
Há muitos Scrooges em nossa sociedade. Muitos deles adoram o Natal pelo potencial de lucros que proporciona, mas, não fazem desse momento uma época de reflexão sobre os erros e acertos da sua trajetória de vida. Muitos se dizem cristãos, mas, defendem a tortura e as prisões ilegais bem como a morte, sendo que o próprio Cristo foi arbitrariamente preso, torturado e morto. Cristo que nunca discriminou ninguém e que defendeu a prostituta ante a hipocrisia dos moralistas sem moral (os quais foram e continuam a ser muitos na sociedade), prometeu o paraíso até mesmo ao criminoso, quando em nossa sociedade “cidadãos de bem” defendem a pena de morte, quando muitos já pagam a pena de vida, encarcerados pelo preconceito étnico, social, de gênero ou de opção sexual. Há muitos Scrooges que dirigem igrejas e que dizem falar inspirados pelo Cristo, mas, que fazem da religião um negócio lucrativo no qual enriquecem. Há os Scrooges que doutrinam seus fiéis a neles votar para que no Poder trabalhem por um país que se encontra diametralmente oposto ao que Cristo pregava, o Reino de Deus que precisa acontecer aqui na Terra e não servir de alienação visando à acomodação, a apatia na espera de uma recompensa post-mortem.
Os Scrooges de nossa sociedade possuem um apetite voraz pelo vil metal, deixam de viver para acumular, mas, esquecem que caixões não possuem gavetas, não dá para levar o que acumulou. Também, são contra a justiça social, o que Cristo entendia como o mundo feito por Deus para ser compartilhado por todos. Eles entendem a justiça social como sendo comunismo. Os Scrooges são contra partidos e programas de governo voltados para a superação da pobreza e da desigualdade social. Os Scrooges não se contentam em ter sua própria fortuna, precisam também, que ela seja reconhecida por todos como de seu legítimo merecimento. Mas, por trás da fortuna dos Scrooges, há sempre um ou vários crimes cometidos. Há Scrooges que apesar de votarem e até agirem contra políticos e partidos que realmente trabalham para minorar as injustiças sociais, também combatem políticas sociais com o pseudo discurso da meritocracia, pois, precisam da pobreza, assim, podem fazer algumas ações de caridade e aparecer como bons moços para a sociedade. Em muitos lares neste país, o Natal não será feliz como na sua casa. Não haverá presentes e nem carne será servida na hora do almoço. Muitos pais estão desempregados. A família voltou à extrema-pobreza. Perdeu o auxílio bolsa-família em virtude da política neoliberal do ilegítimo governo Temer. Milton Santos nos disse: “a fome é uma decisão política, se ela existe, é porque assim decidimos que seja”. Afinal, sobram alimentos no mundo. Desculpe se lhe causei certa amargura com esta reflexão. É que compartilho do pensamento de Milton Santos quando diz: “o intelectual existe para criar o desconforto. E ele tem que ser forte o bastante sozinho para continuar a exercer esse papel. Não há nenhum país mais necessitado de verdadeiros intelectuais no sentido que dei a esta palavra do que o Brasil” e concluo dizendo de forma consonante a Paulo Freire: “sonho com o dia em que a justiça social venha antes da caridade”!

sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

Defender o SUS é defender a democracia!



                A Constituição Federal do Brasil (1988) estabelece em seu artigo 196 que: “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”. Além disso, a Declaração Universal dos Direitos Humanos também assegura que: “todas as pessoas têm direito à vida [...]”. É importante que se diga que ao ofertar o SUS o Estado não promove caridade, afinal, a população paga impostos justamente para custear serviços públicos de caráter imprescindível. Vejo muita gente que critica o SUS e que defende o seu fim. Ninguém se atreveria a dizer que o SUS não tem problemas. E a crítica ao SUS é salutar. A crítica a que me refiro deve ser no sentido da superação de tais problemas. Em todos os setores da economia há bons e maus profissionais, e também bons e maus serviços prestados, e isso independe de ser o órgão público ou privado. Há algum tempo conversei com uma pessoa do setor da saúde, a qual afirmava que apesar de seus esforços tratando com a mesma dedicação pacientes do SUS e particulares, no SUS apenas recebia críticas. A generalização quanto à qualidade do atendimento e da seriedade dos profissionais não constitui crítica honesta.
Há também os que afirmam que a manutenção do SUS é cara e que com o fim do SUS, o governo poderia cobrar menos impostos. Ledo engano, a maior parte do orçamento brasileiro (50,66%) é utilizada para pagar os serviços da dívida pública e apenas 3,66% é investido em saúde. É necessário ter consciência de que o SUS não é grande demais, como afirmam os defensores do Estado Mínimo. É o SUS quem executa o programa de transplantes de órgãos e procedimentos caros muitas vezes negados por planos de saúde. Além disso, o SUS oferta um dos mais completos programas de vacinação do mundo. Tudo isso sem cobrar da população. Os impostos pagos pela população sustentam tais programas. Mas, há quem defenda que banqueiros e especuladores recebam mais dinheiro. A emenda constitucional nº 95/2016 proposta por Temer (e em vigor) é extremamente prejudicial ao SUS, pois, congela os recursos ao patamar de 2016 acrescido no máximo do índice de inflação, quando o setor precisa de mais investimentos. O que se pode esperar é uma situação futura ainda mais caótica na saúde pública. E sabemos: sempre que o Estado deseja deixar de ofertar um serviço público, reduzi-lo ou entregá-lo à iniciativa privada, o caminho malandramente utilizado é o da precarização dos serviços e a publicização midiática sobre a ineficiência e os altos custos destes.
            Um documentário muito interessante sobre saúde foi produzido pelo premiado diretor estadunidense Michael Moore. O documentário Sicko¹ que remete à palavra inglesa sick (doente) mostra a situação da saúde nos Estados Unidos totalmente entregue às companhias privadas de planos de saúde, as quais visam alta lucratividade. A ganância dos planos de saúde é tanta que milhares de pessoas são condenadas à morte pela recusa no atendimento dos planos de saúde que possuem profissionais encarregados de investigar a vida das pessoas visando encontrar meios para não cobrir as despesas de doenças graves e custosas alegando serem pré-existentes. O documentário mostra políticos estadunidenses confirmando que o sistema é ruim, mas, que seria ainda pior no modelo socializado. Moore vai então ao Canadá, Inglaterra e França e observa o quanto o sistema público socializado desses países é mais eficiente e humano do que o estadunidense, sem falar que é gratuito (“ah... esses países socialistas!”). Por último, acompanhado de bombeiros que trabalharam no atentado de 11 de setembro e ficaram com sequelas dele resultantes (doenças respiratórias), e que não conseguem atendimento nos EUA (apesar de serem considerados heróis). Moore vai à prisão estadunidense de Guantánamo (Cuba) e exige para eles o mesmo tratamento médico gratuito e de boa qualidade ofertado aos terroristas do referido atentado, obviamente, não consegue. Disposto a conseguir atendimento médico para os doentes, leva-os a Cuba onde fazem exames avançados, são diagnosticados e tratados. O documentário mostra que a medicina cubana tem caráter preventivo (evitar doenças) e não o habitual caráter mercadológico que visa prioritariamente lucros para planos de saúde e indústrias farmacêuticas. Em Cuba, uma ilha carente de recursos e que constitui um país de terceiro mundo, e que, além disso, sofre um embargo econômico há 59 anos, toda a população é assistida e os remédios têm preços apenas simbólicos, pois, são subsidiados pelo governo. Nos EUA, pacientes de hospitais são desovados na rua por falta de pagamento ou recusa de planos de saúde. Nós temos o SUS, e lutar pela manutenção dele e de sua melhoria deve ser o nosso SUL! Defender o SUS é defender a democracia. É defender a vida!

Referência:

  1. SICKO: SOS Saúde e a mercantilização da vida (EUA-2009) – Michael Moore – disponível no You Tube.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

O eterno marido



            Fiódor Dostoiévsk (1821-1880) é um dos grandes nomes da prestigiada literatura russa. Seu nome está ao lado de Liev Tolstoi, Ivan Turguêniev e outros que facilmente formam um dream team da literatura a ponto de deixar com inveja grande parte dos países do mundo. Dostoiévski viveu na época do Império Russo e foi escritor, filósofo e jornalista. Seu pai (Mikhail Dostoiévski) era médico militar e sua mãe era dona de casa. A profissão do pai não era valorizada financeiramente e a família que tinha origens nobres encontrava-se em plena decadência, mesmo com dificuldades, seu pai mantinha seis serviçais para manter as aparências de um passado que se mostrava cada vez mais distante. A mãe morreu de tuberculose, uma doença que ceifava muitas vidas à época, na ocasião Dostoiévski contava quinze anos de idade. Seu pai que era alcoólatra e depressivo morreu três anos mais tarde, e, existem duas versões para a sua morte, sendo a primeira de que teria sido vítima de acidente vascular cerebral e a segunda de que teria sido assassinado por seus servos revoltados por conta dos maus tratos que lhes impunha. O jovem Fiódor também desejou a morte de seu pai por conta dos maus tratos que sofria, porém, conta-se que a morte do pai lhe trouxe remorsos por ter alimentado tais pensamentos.
            Dostoiévski serviu o exército russo no qual obteve a patente de tenente e se formou em engenharia em 1843. Fiódor estava sempre às voltas com dívidas resultantes de seu envolvimento com jogos e mulheres. Trabalhou como tradutor de obras do escritor francês Honoré de Balzac e isso o estimulou a experimentar-se no campo da literatura. Fez isso após deixar o exército em 1844, ano em que lança seus primeiros livros. Dostoiévski fazia parte de um grupo clandestino intitulado Círculo de Petrachévksi, no qual liam e discutiam textos proibidos. O mentor do grupo (Petrachévksi) era adepto do socialista utópico Charles Fourier. Descoberto, foi condenado à morte por fuzilamento. No último instante (mesmo), por ordem do Czar Nicolau I a pena foi convertida em quatro anos de prisão na Sibéria com a imposição de trabalhos forçados e outros cinco anos de pena nos quais deveria servir como soldado raso no exército. No exílio conheceu e se apaixonou por sua primeira esposa (Maria Dmítrievna), o detalhe é que ela era casada, porém, como enviuvou, casou-se com ela três meses depois. Em 1864, morreram sua primeira esposa (tuberculose) e também seu irmão. Além de seus filhos, precisava sustentar a viúva e os filhos de seu falecido irmão além de outro irmão alcoólatra. Várias vezes escreveu obras “a toque de caixa” para pagar dívidas contraídas junto a agiotas que o importunavam cobrando-lhe, dos quais algumas vezes fugiu temporariamente mudando de endereço. Aos quarenta e seis anos conheceu e contratou a estenógrafa (taquigrafa) Anna Grigórievna Snítkina de vinte e quatro anos de idade com quem se casou. Dostoiévski publicou várias obras de sucesso, dentre elas: Crime e castigo e Os Irmãos Karamazov, sendo esta sua última obra. Faleceu em decorrência de enfisema pulmonar.
            O escritor não gostou de sua obra “O eterno marido”, no que foi contrariado pelo público e pela crítica que a aclamaram. A obra trata dos “eternos maridos”, homens que suportam as traições de suas esposas e cujos chifres parecem lhes cair bem, e também de um tipo muito específico de esposas, as quais se casam virgens, mas, que utilizam desculpas referentes aos defeitos do marido para dar vazão a toda sua volúpia, sem ter com isso nenhum sentimento de culpa ao traí-los. No afã de situar o leitor na trama, o primeiro capítulo traz uma leitura um pouco burocrática, mas, depois se torna envolvente. A trama conta com dois personagens principais Aleksei Ivánovitch Veltchanínovch, um playboy, arrogante e hipocondríaco que em sua juventude considerava ainda mais interessante ser amante de mulheres casadas. A outra personagem (Pável Pavlóvitch Trussotski) é o marido traído, que em plena madrugada, espantosamente bate à porta de Veltchanínov. Na trama, Veltchanínov conhece a filha de dez anos de Pavlóvitch (doente e maltratada pelo pai), o qual após a morte da esposa adúltera se tornou alcoólatra, violento e passou a assustá-la ameaçando suicidar-se. Veltchanínov desconfia que a filha (adoentada) pode ser sua tendo em vista a época dos relacionamentos que teve com a sua mãe, mas, somente tem a confirmação por Pavlóvitch após a morte da menina. Em certa noite, Pavlóvitch cuida de Veltchanínov (hipocondríaco) fazendo-o melhorar, porém, quando este adormece tenta matá-lo. Mais forte, Veltchanínov frustra o plano. Anos mais tarde, em uma viagem de trem, Veltchanínov reencontra Pavlóvitch casado com uma bela e rica jovem, e constata que nada mudou: Pavlóvitch continua a ser o eterno marido e forma com sua esposa e um cadete um triângulo amoroso.

Sugestão de boa leitura:

Obra: O eterno marido (1870) – 211 páginas.
Autor: Fiódor Dostoiévski.
Editora: Penguin Companhia, 2018.
Preço: R$ 26,90.