quinta-feira, 30 de julho de 2015
Crise à la carte!
Há alguns dias encontrei num posto de combustíveis um rapaz que disse fazer parte de uma multinacional e que teve facilidade maior em adentrar território estrangeiro (citou alguns países da Ásia) do que colegas de outras nações, pois, ser brasileiro, era ter dos agentes aduaneiros, um misto de curiosidade e aprovação. Não pude deixar de observar o interessante conteúdo de sua fala e logo me pus a dialogar com ele que contou ter somente progredido na vida após o Governo Lula, a partir do qual passou a vislumbrar oportunidades antes inexistentes. Disse também que o Governo Dilma é em todos os aspectos, melhor do que o governo FHC, porém, menos consistente que o de Lula, mas que mesmo assim, não era um governo ruim como a mídia não se cansa de afirmar. E este é o ponto em que desejava chegar, a mídia, considerada informalmente o Quarto Poder, tem um importante papel na democracia como agente imparcial na investigação e fiscalização dos demais poderes principalmente no que concerne à corrupção.
É importante que se diga que nunca se combateu tanto a corrupção como nos governos de Lula e Dilma, e a argumentação em contrário é prova de má-fé ou desconhecimento da história e da política nacional, basta lembrar as inúmeras CPI’s barradas pela maioria governista de FHC que afirmava que as CPI’s prejudicavam a economia nacional, ou ainda, do Procurador Geral da República Geraldo Brindeiro, que ficou conhecido como Engavetador Geral da República, pelo hábito descrito no próprio apelido. Mas o papel que se espera da Mídia, o da idoneidade na apuração dos fatos, da imparcialidade na concessão dos espaços para a publicação do contraditório e da responsabilidade na publicação das notícias, não é a regra, mas, infelizmente, exceção à regra. Tanto é assim, que alguns poderosos grupos de comunicação nacionais são conhecidos pela sigla P.I.G. (Partido da Imprensa Golpista). Esses poderosos grupos de comunicação dos quais a Rede Globo e a Editora Abril por meio da Revista Veja, são seus maiores exemplos, há muito não praticam jornalismo sério, pois, como dizia o saudoso Leonel Brizola em seus famosos tijolaços endereçados à Globo, “tudo ali é tendencioso e manipulador”. A verdade é que diante de uma oposição incompetente em fazer o que dela se espera, ou seja, uma oposição aguerrida, porém, coerente, os grandes grupos de comunicação tomaram para si tal tarefa e o P.I.G. se tornou no maior partido político de oposição deste país. Mesmo assim, desafiando a ordem midiática imperial estabelecida, por meio da força popular das urnas, Lula e Dilma alcançaram o Poder e nele se mantiveram contra a vontade de uma elite raivosa e vingativa.
Leonardo Boff, um dos maiores intelectuais brasileiros afirmou aquilo que é o sentimento de muitas pessoas, há sim uma crise econômica e política no país, mas, ela não tem a dimensão que a mídia golpista anuncia, pois, esta a amplifica. Concordo, e digo mais: não estamos quebrados como estivemos por três vezes no Governo FHC, nem precisamos de socorro do FMI, a inflação não é alta como foi no Governo FHC, a taxa de desemprego é bem menor que na era tucana e temos satisfatórias reservas cambiais. A crise atinge alguns setores, noutros, absolutamente não. O Governo Federal pode sim dizer que sofre as consequências de uma crise global, pois, o país não vive isolado do mundo, algo que o P.I.G. e o tucanato (são a mesma coisa) parecem afirmar ser exclusividade de Portugal, Espanha, Grécia, etc. O Partido da Imprensa Golpista tal como um Restaurante À La Carte oferece uma infinita variedade de “pratos à base de crise” preparados por renomados Chefes, cujas receitas chanceladas pelo FMI, Banco Mundial e Consenso de Washington, possuem sabores para nenhum “portador do complexo de vira-latas” por defeito!
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