quinta-feira, 11 de junho de 2015
Honoris Causa x honoris caos
O Governador Pimentel (PT) de Minas Gerais ao celebrar acordo com o sindicato dos educadores fez referência ao ocorrido no Paraná afirmando que lá o professor é tratado com diálogo e Beto Richa (PSDB) respondeu: “o piso salarial de Minas Gerais não alcança nem de longe o piso do Paraná, e, quando atingir, Pimentel pode vir conversar comigo”. Richa desconsidera o fato de que os salários são uma construção histórica, e que a grande defasagem salarial dos educadores de Minas Gerais não é conseqüência dos cinco meses do governo Pimentel, mas, fruto dos doze anos de governo tucano (oito anos de Aécio Neves e quatro anos de Anastasia) período no qual jamais se cumpriu o piso salarial nacional (lei federal nº 11.738) e no caso do Paraná, de que há um Plano de Carreira conquistado junto ao Governo Requião (PMDB), portanto, não é mérito exclusivo de Beto Richa que inclusive pressiona para baixo os salários ao não conceder a reposição integral da inflação de 8,17% da data-base deste ano, ademais, se verificarmos o que ganham os professores PSS, Richa não tem do que se vangloriar, pois, estes ganham muito mal, sendo que recebem salários razoáveis para os padrões brasileiros apenas os professores concursados com grande especialização e/ou em fins de carreira.
Também Lula (PT) elogiou Pimentel por ter tratado a questão salarial dos professores de Minas Gerais com diálogo, ao contrário do governador paranaense que enviou a tropa de choque e feriu 213 educadores em 29 de abril num lamentável episódio que teve as características dos anos de chumbo da ditadura militar. Beto Richa disparou que Lula e Pimentel fazem proselitismo com a greve dos professores e que há um corporativismo ao qual precisa ser imposto um limite. Ocorre que o corporativismo ao qual se refere Richa é o direito constitucional dos trabalhadores de se filiarem a sindicatos e de fazerem greve, e, combater greves com ações armadas é próprio de governos de exceção. Beto Richa ajudou a empurrar a imagem do Brasil para o quarto mundo, não é à toa que um recente estudo internacional coloca o Brasil como um dos países mais perigosos do mundo para exercer o magistério. Aliás, aquele discurso de eterna vítima que Beto Richa faz demonstra que Requião tem razão quando o chama de “piá de prédio”, um menino mimado acostumado a ter todas as facilidades e nenhuma contestação aos seus atos.
Acusar o PT de estar por trás de tudo não corresponde à verdade, pois, se o PT fosse tão forte no Paraná, teria elegido Gleisi governadora e Marlei Fernandes (APP) deputada federal. Trata-se na verdade de um “discurso chiclete” (não tem valor conceitual nenhum, mas, gruda) utilizado por todos os tucanos perante a população ingênua e/ou alienada, visando desconstruir a imagem de tal partido e de suas lideranças. Não é, portanto, uma atitude insana, menos ainda ingênua, e sim premeditada, pois, Richa e demais tucanos sabem que faltam com a verdade, mas, como bons leitores de Maquiavel devem pensar: “os fins justificam os meios”. Richa tem criticado Lula e o governo federal, e culpa este pelo caos instalado no Paraná. A verdade é que a crise de seu governo é uma herança maldita de seu primeiro mandato. Richa precisa deixar de agir como menino mimado e assumir seus erros, pois, outros governadores estão em situação bem mais confortável e o governo federal é o mesmo. Lula é um Self Made Man (homem que se fez sozinho) admirado no mundo todo, reconhecido e premiado internacionalmente e marcou seu governo pelo combate à fome e a redução da desigualdade social, por sua vez, Beto Richa tem como marca de governo a instalação do caos econômico e político num dos estados mais ricos do país e é conhecido internacionalmente por fazer parte do grupo de líderes políticos que agridem professores.
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