sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014
Uma questão de cultura ou de sua falta – Parte 2
Retornei em janeiro de mais uma viagem de cunho cultural que levei a cabo de forma solitária na companhia da minha velha e boa motocicleta e tive a oportunidade de conhecer o Parque Histórico de Carambeí (que apresenta maquete da vila histórica em 1911 e também uma reprodução dessa mesma vila em tamanho real, além do museu do trator, etc.), pude conhecer através dos objetos de uso rotineiro, um pouco da saga dos pioneiros colonizadores holandeses que acabaram por fundar a Batavo que atualmente pertence a Brasil Foods e o Memorial De Immigrant em Castrolanda que se localiza no interior daquele que é o maior moinho de vento construído fora da Holanda. Os moinhos de vento representam o símbolo maior da Holanda, pois, suas imagens lembram automaticamente aquele país. Dentro do moinho de vento de Castrolanda encontram-se objetos e documentos históricos referentes aos pioneiros colonizadores daquela localidade.
Na continuidade da viagem, além de visitar o Parque Estadual do Guartelá que constituía o ápice da mesma, estabeleci-me em Tibagi e conheci o casario preservado do centro histórico e passei momentos muito agradáveis conhecendo o Museu Histórico que possui várias alas como a de som e imagem (expõe uma coleção de rádios e TVs antigos), a ala indígena e seus pertences característicos; a ala dedicada à presença da Igreja Católica na localidade com a exposição de objetos utilizados pelos religiosos. A ala que mais tempo fiquei foi a que diz respeito à mineração de diamantes no Rio Tibagi onde fortunas foram retiradas e poucos mineradores enriqueceram, pois, o dinheiro ganho por estes, tal como a água, escorreu dentre seus dedos através das festas que contavam sempre com muita bebida e a presença de mulheres agraciadas com diamantes em troca de seus préstimos amorosos.
Em maio de 2008 escrevi um artigo neste espaço com o título “Uma questão de cultura ou de sua falta” em que discorri sobre o estado deplorável do antigo correio que para os mais íntimos da história de Laranjeiras do Sul sabem se tratar da casa do Secretário Geral do Território Federal do Iguaçu (segundo cargo em importância na hierarquia iguaçuana). Naquela ocasião comentei sobre o cuidado com que outros municípios têm com a preservação do patrimônio histórico, algo que por aqui sempre foi pouco valorizado tendo em vista que inúmeras edificações históricas já ruíram ou vieram abaixo para dar lugar a novos prédios.
Naquele artigo comentei sobre o gosto que tenho por visitar casarios históricos preservados e museus que resgatam a história do local e afirmei que “de nada adiantava os visitantes saberem através do portal de entrada do município que Laranjeiras do Sul foi capital do Território Federal do Iguaçu, se o pouco que resta desse período histórico estava sendo tratado com descaso”, mais tarde, mesmo essa inscrição foi retirada e substituída por outra em alusão ao campus da UFFS. Penso que a preservação da história local é a maior demonstração de cultura de um município e a não preservação de edifícios e monumentos históricos a maior prova da pobreza cultural de sua gente. Porém, há alguns dias ao passar pela velha casa em questão tive a grata satisfação de ler cartazes anunciando que a Prefeitura Municipal irá em breve começar a sua restauração, o que me deixou exultante, pois, enquanto visitava museus nas cidades que percorri lembrava sempre da casa histórica em ruínas e da inexistência de um espaço adequado para o resgate histórico da ocupação territorial de nossa querida terrinha. No artigo que escrevi em 2008 receava que um dia tivesse que comentar o desabamento ou a desmontagem da casa em questão, agora aliviado, parabenizo a administração municipal e como cidadão laranjeirense agradeço a cada pessoa que se empenhou para que o projeto de restauração se fizesse viável!
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